Jornalismo Júnior

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A estrada é delas(es)!!!

Bruno Benevides Priscilla, a rainha do deserto é um daqueles filmes que todo mundo já ouviu falar, sabe do que se trata e diz que é ruim, mas pouca gente viu. Para resolver este problema aluguei o DVD e o assisti domingo à tarde, enquanto na tevê passava a rodada de clássicos do campeonato brasileiro …

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Bruno Benevides

Priscilla, a rainha do deserto é um daqueles filmes que todo mundo já ouviu falar, sabe do que se trata e diz que é ruim, mas pouca gente viu. Para resolver este problema aluguei o DVD e o assisti domingo à tarde, enquanto na tevê passava a rodada de clássicos do campeonato brasileiro e meus amigos bebiam cerveja na Vila Madalena.

Pode-se dizer que Priscilla é uma mistura de road movie, comédia e musical. Estão lá todos os elementos que fazem um filme de estrada: amigos, as paisagens desconhecidas, o meio de transporte clássico e uma música que não sai da cabeça. Só que aqui os amigos são três transexuais de Sydney, a paisagem é o deserto australiano, o meio de transporte é um ônibus rosa chamado Priscilla e a música tema é “I will survive”! A história mostra como os(as) três amigos rodam pelo interior da Austrália rumo a uma pequena cidade na qual devem apresentar seu show enquanto, evidentemente, procuram resolver suas dúvidas existenciais.

Diferente do que se espera, Priscilla é um filme bastante bem feito. Destaque para a fotografia, que alterna a solidão e tédio do deserto com o exagero colorido e brega dos travestis. E o elenco merece respeito. Dali surgiram dois atores que tempos depois ganhariam destaque em Hollywood, Guy Pearce (protagonista de Amnésia, entre outros) e Hugo Weaving (o inesquecível agente Smith de Matrix). Mas quem rouba a cena é o experiente Terence Stamp como Bernadette, um travesti durão (sem trocadilhos) com visual de vovó.

É claro que estão presentes todos os elementos que fizeram do filme um clássico gay, da trilha sonora ao visual hiper exagerado, passando pelos números musicais em que os três se apresentam devidamente caracterizados. Mas o filme não se resume a isso, tendo alguns bons momentos, principalmente quando estão na tela alguns coadjuvantes que surgem no meio da viagem.

Ao final Priscilla não é o melhor filme do século, mas tem mais graça do que alguns que estão por aí. É original na forma, apesar do conteúdo ser cheio de clichês nos assuntos tratados, tais como a relação homem-natureza e a busca por amor e aceitação. De qualquer forma deve ter sido melhor ver o filme do que assistir meu time perdendo na televisão. E ainda deu tempo de ir ao bar!

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