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O ‘Amor está nas pequenas coisas’ independente do lugar do mundo e Puuung prova isso em evento inédito

Exposição do Centro Cultural Coreno atrai solteiros e casais para refletir sobre como o amor está em detalhes do cotidiano que passam despercebidos ao olhar mais apressado
A fachada do Centro Cultural Coreano do Brasil exibe a palavra AMOR e os desenhos da artista Puuung
Por Aline Noronha (alinenoronha@usp.br)

Até a próxima terça-feira (1º de outubro), o Centro Cultural Coreano no Brasil (CCCB) contará com a exposição “Amor está nas pequenas coisas”, da escritora, animadora e ilustradora sul-coreana Puuung. Através do seu olhar único, ela eterniza em suas artes os detalhes amorosos que passam batido no cotidiano. A apresentação possui entrada franca, faixa etária livre e seu horário de funcionamento pode ser alterado a depender do dia: de terça e sábado das 10h30 até 18h e aos domingos das 11h30 até as 16h30. 

Em uma década de trabalho, a artista sul-coreana conquistou um público a nível global. Suas obras aparecem no dorama W- Dois Mundos (2016) e seu livro foi publicado no Brasil com o título Love is – ilustrações de amor (Rocco, 2021). Apesar da popularidade, é a primeira vez que ela exibe suas produções no exterior e o território brasileiro foi escolhido por abranger grande parte dos seus fãs. 

A onda de elevado consumo e engajamento dos brasileiros em produções culturais da Coreia do Sul está mais intensa do que já foi e seus efeitos foram sentidos por Puuung. “Muitas pessoas têm demonstrado interesse pelo meu trabalho, que compartilho nas redes sociais. Especificamente, o número de fãs brasileiros tem aumentado bastante nos últimos anos, o que torna esta exposição ainda mais significativa e gratificante”, afirma a artista no texto exposto logo no início da mostra do CCCB.

De uma admiradora do amor para outros admiradores

Puuung é uma artista digital de 32 anos, nascida e criada na Coreia do Sul, que em suas redes sociais conta com mais de seis milhões de seguidores. Há uma década a ilustradora assumiu o compromisso de desenhar pelo menos uma vez ao dia e possui um acervo com mais de mil obras. 

Puuung em uma foto na parede da exposição, há uma citação dela embaixo
O fim da exposição estava previsto para 1º de setembro, mas foi adiado e agora conta com prêmios para quem postar fotos e vídeos do evento com a hashtag #exposiçãopuuungcccb [Imagem: Aline Noronha/Acervo Pessoal]

O que torna suas ilustrações e animações universais e perenes é que, além de retratar o amor, um sentimento comum a qualquer pessoa, ela opta por não dar pistas no cenário de onde estão os personagens. Essa técnica de usufruir de lugares anônimos e personagens nomeados apenas como D e M, faz com que seus trabalhos transcendam fronteiras e que toquem o coração do público independentemente de qual idioma ele fale ou de qual cultura esteja inserido.

Para Puuung, há uma coisa que permaneceu inalterada nessa década de trabalho: o amor. “Sempre existem momentos pequenos, porém felizes e gratificantes, em nossa vida cotidiana, e acredito que esses momentos são permeados pelo amor”, afirma a artista no painel que introduz a exposição no CCCB . Ela deseja continuar capturando esses aspectos em suas produções diárias.

Tranquilidade, detalhes e corações quentinhos

O ambiente da exposição é muito aconchegante e com espaços específicos para que o público tire fotos. Na entrada da exibição, há um mural com flores desenhadas pela autora, o qual permite que o público se sinta como um de seus personagens e eternize o momento com uma fotografia.

O lugar é dinâmico e além das pinturas de diferentes tamanhos, possui painéis com as animações da autora que expressam momentos cotidianos de um casal fazendo brincadeiras um com o outro e se ajudando nas dificuldades. Os namorados aparecem deitados sobre as flores, sentados em uma poltrona, cozinhando, admirando juntos as estrelas e a neve e lendo. Entre essas e várias outras ocasiões, Puuung destaca que o amor não está apenas em datas importantes ou eventos comemorativos, mas nos pequenos gestos. 

Três ilustrações fofas da exposição de Puuung. Na primeira, o casal acampa em um lugar cercado de rosas. O segundo casal está em uma biblioteca ou livraria. O terceiro está abraçado enquanto olha para as estrelas
“Meu pai e minha mãe aparecem frequentemente no meu trabalho porque são pessoas muito amorosas”, relata Puuung em uma entrevista ao Estadão [Imagem: Aline Noronha/Acervo Pessoal]

Uma das paredes do evento que chama mais a atenção é uma verde que fugiu do padrão inicialmente apreendido pelos visitantes da exposição. Ela conta com espelhos de diferentes formas e quadros de variados tamanhos, além do fundo desenhado em giz pelo público, contendo desde mensagens de amor, iniciais ou nomes de casais até escritos em coreano.

Além dessas obras, o evento conta com um correio elegante para que os casais relatem suas histórias, sendo que as cinco melhores foram selecionadas para ganhar brindes exclusivos. 

A imagem mostra o quadro negro onde o público da exposição de Puuung pode escrever em volta dos quadrinhos ilustrados. Também mostra um cartão postal, "correio elegante" está escrito ao fundo.
A artista acredita que em um mundo cada vez mais egocêntrico e veloz, apenas o amor e a empatia podem unir as pessoas por meio de experiências genuínas [Imagem: Aline Noronha/Acervo Pessoal]

Apesar da exposição ser limitada e em até uma hora ser possível ver tudo com calma, ela é uma boa opção de passeio tanto para solteiros quanto para casais. O trabalho de Puuung é para aqueles que são apaixonados pelo contato humano e pelos detalhes que remetem a uma vida tranquila, como o prazer em poder observar o mundo existindo: apreciar o nascer das flores, o brilho das estrelas e o cair da neve ou da chuva. 

Uma alternativa para ampliar o seu tempo no CCCB e conhecer um pouco mais da cultura coreana é visitar o andar acima do evento, que possui livros no idioma nativo e pequenas apresentações de K-pop para ouvir com fones. Além disso, é possível conhecer pelas portas de vidros as salas onde são aplicadas as aulas de coreano e observar outros elementos culturais, como as roupas tradicionais sul-coreanas que são chamadas de Hanbok.

Pessoas abraçadas enquanto veem a exposição de Puuung
Em uma realidade tão veloz quanto a da capital paulista, a exposição é um lembrete de que é necessário prestar atenção e verdadeiramente viver esses pequenos momentos de amor [Imagem: Aline Noronha/Acervo Pessoal]

*Imagem da capa: Aline Noronha/Acervo Pessoal

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