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‘Amsterdam’ conta uma boa história de amizade, mas não impacta

Apesar da temática relevante e do elenco repleto de estrelas, o novo filme de David O. Russell se perde em reviravoltas e não cativa o público

Na década de 1930, o mundo presenciou a ascensão do fascismo e do nazismo na Europa. Por pouco, essas ideias quase tomaram forma também nos Estados Unidos. Esse é o mote do filme Amsterdam (2022), que estreou nos cinemas brasileiros no último dia 6.

Na trama, com roteiro e direção de David O. Russell — O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, 2013) e Trapaça (American Hustle, 2014) —, dois veteranos da Primeira Guerra Mundial, o médico Burt Berendsen (Christian Bale) e o advogado Harold Woodman (John David Washington), são contratados por Liz Meekins (Taylor Swift) para investigar a morte suspeita de seu pai, antigo comandante da dupla durante a guerra. A investigação começa, mas logo os dois são colocados como suspeitos de um assassinato. 

Na busca por provar sua inocência, a dupla reencontra Valerie Voze (Margot Robbie), enfermeira que cuidou deles durante a guerra. Juntos, os três amigos descobrem uma tentativa de golpe de Estado apoiada por empresários americanos ligados ao fascismo. 

Misturando ficção com fatos reais, a tentativa de golpe a que o filme se refere realmente aconteceu. Empresários adeptos ao fascismo tentaram derrubar o então presidente Franklin Roosevelt para colocar em seu lugar o general de extrema-direita Smedley Butler, em quem é inspirado o personagem, também general, Gil Dillenbeck, interpretado pelo sempre genial Robert De Niro.

Smedley Butler denuncia a tentativa de golpe fascista nos Estados Unidos. O general inspirou o personagem Gil Dillenbeck. [Imagem: Reprodução/YouTube/ @LittleBillysWorld]

Apesar da temática pouco explorada e relevante — ainda mais nos dias de hoje —, e de grandes nomes na direção e elenco (Rami Malek, Anya Taylor-Joy, Mike Myers, Michael Shannon e Zoe Saldaña ainda estrelam o longa), o filme não prende o espectador e não é capaz de cativar o público.

A história começa bem, com rapidez, suspense e reviravoltas. Além do assassinato, que faz a trama começar a rodar, os personagens são apresentados por meio de uma volta no tempo à Primeira Guerra Mundial. É aqui que o espectador vê o pacto de amizade formado entre Burt, Harold e Valerie em Amsterdã, onde, longe da guerra, vivem dias de boêmia, liberdade e, principalmente, amor. A relação dos três protagonistas é o ponto alto do filme.

Christian Bale, em mais uma parceria “Russell-Bale”, é destaque, com um médico cômico, otimista, mas também triste, ferido no corpo e na alma pela guerra. Margot Robbie está encantadora no papel de uma mulher de personalidade fascinante, artística e de jeitos peculiares.

No entanto, logo as reviravoltas no roteiro se tornam constantes e as surpresas deixam de ser surpreendentes. Na tentativa de abrigar muitos elementos na mesma história, as peças perdem o tempo de se encaixar e o filme perde força, se distancia e não impacta.

Isso já pode ser sentido nas bilheterias. Em seu fim de semana de estreia, o longa faturou 6,5 milhões de dólares nos Estados Unidos e Canadá, bem abaixo dos 15 milhões inicialmente projetados. Os novos cálculos sugerem prejuízo de 100 milhões de dólares à Disney.

Nota do cinéfilo: 3 - OK

O filme está em cartaz nos cinemas brasileiros. Veja o trailer em:

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