A segunda-feira começou agitada para os brasileiros. Em um jogo emocionante, digno de clássico, o time masculino de Vôlei do Brasil virou um jogo que parecia estar perdido contra a rival Argentina. Após estar perdendo de 2 sets a 0, a seleção comandada por Renan Dal Zotto resolveu aparecer em quadra e decidiu o jogo nos últimos minutos do tie-break, garantindo uma vitória importantíssima sobre os hermanos.
Assim como no primeiro jogo contra a Tunísia, o desempenho da seleção brasileira esteve abaixo do esperado e do que vinha demonstrando nos últimos jogos pela Liga das Nações — o campeonato que antecedeu as Olimpíadas. Mas mesmo com dificuldades, as duas vitórias iniciais do Brasil foram imprescindíveis para o decorrer da caminhada rumo ao ouro.
Ainda nas classificatórias, o Brasil enfrentará o Comitê Olímpico da Rússia — quarta-feira, às 9:45, no horário de Brasília —, a França e os Estados Unidos. Todas essas seleções são favoritas ao pódio e, historicamente, representam um desafio maior para o Brasil do que Tunísia e Argentina. Por essa razão, era importante para o Brasil vencer os dois primeiros jogos, relativamente mais tranquilos, para evitar complicações futuras.
Ao final do jogo, Lucão, o central do Brasil, disse ao SporTV que fizeram um milagre ao conseguir virar o jogo, e admite que o time demorou para acordar na partida. Ele elogiou o desempenho argentino — “fizeram dois primeiros sets impecáveis” — mas também falou que na chave que se encontram, não poderiam perder esse jogo de jeito nenhum.
Bruno Lima, da seleção argentina, foi o maior pontuador da partida com 26 pontos, e, do lado brasileiro, Yoandy Leal marcou 16.
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O jogo
O primeiro set do jogo começou equilibrado. De cara, o Brasil abriu 2 a 0 e tudo parecia correr bem. Mas rapidamente os argentinos reagiram e o placar virou em 6 a 3. O Brasil estava com dificuldades na recepção de saque, entregando passes quebrados ao levantador Bruninho e dificultando as viradas de bola.
Por um momento, o Brasil conseguiu encostar no placar e abriu uma vantagem de dois pontos, de 11 a 9, mas não durou muito. A Argentina estava gostando do jogo, com uma defesa bem estruturada, e se destacando com o ponteiro Bruno Lima. Com 17 a 15 para a Argentina, o técnico do Brasil, Renan Dal-zotto fez uma substituição: a inversão de 5×1, com Alan e Cachopa no lugar de Bruninho e Wallace, respectivamente. A mudança não surtiu grandes efeitos e a seleção argentina avançou no placar, terminando o set em 25 a 19.
O segundo set foi novamente difícil para o Brasil. Com muitos erros e dificuldade na defesa, o Brasil cedia pontos de graça para a Argentina, enquanto essa dominava o jogo e disparava no placar. O Brasil parecia estar perdido, não demonstrava o potencial dos atuais campeões Olímpicos.
Douglas Souza entrou em quadra no lugar de Leal, e conseguiu alguns pontos para a seleção. Mas não foi o suficiente para uma mudança no cenário do jogo. O Brasil ainda cometia muitos erros. O placar acabou em 25 a 21, mais uma vez para a Argentina.
Terceiro set. Se o Brasil quisesse se manter vivo era agora ou nunca. Cachopa começou na quadra no lugar de Bruninho e Leal voltou como titular. A dinâmica do jogo foi diferente. O Brasil entrou com uma nova postura e começou a reagir. Leal, que até então não estava tão bem na partida, começou a aparecer. Lucarelli e Wallace, ponteiro e oposto respectivamente, também foram acionados e ajudaram nas viradas de bola.
O Brasil mostrou raça e se manteve no jogo, pressionando agora a seleção comandada por Marcelo Menezes — ex-técnico do Sada Cruzeiro, equipe masculina mais vitoriosa do Vôlei. O final do terceiro set acabou em 25 a 16, com nove pontos de vantagem, a maior do Brasil no jogo. Enfim, a seleção brasileira podia respirar.
No quarto set, o Brasil precisava da vitória para levar o jogo ao tie-break, e a tensão novamente prevaleceu. O time do capitão Bruninho não começou com o mesmo ritmo do anterior, ao passo que a Argentina demonstrava show de defesas.
12 a 6. 15 a 9. Esse era o placar quando o Brasil estava seis pontos atrás no set. Tudo parecia estar perdido. Mas com muita garra, e trabalho em equipe, o Brasil mostrou que não está entre os melhores do mundo à toa. Em uma virada sensacional, e com mudanças pontuais de Renan, o Brasil fechou o set em 25 a 21 com um ataque de Leal
O quinto set foi uma mistura de tudo que ocorreu no jogo: rivalidade, pontos acirrados, defesa argentina e a garra brasileira. Até o final, as duas seleções disputaram ponto a ponto, mas o jogo acabou com um ataque para fora do ponteiro argentino Conte. 16 a 14. Vitória brasileira sobre os argentinos em uma partida emocionante de tirar o fôlego. Começou a Olimpíada!