por Luís Franco
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Na animação Cantando de Galo (Un Gallo con Muchos Huevos, 2015), o frango Totó, cujo sonho sempre foi entrar no ringue da luta de galos, vê a fazenda de seus donos ameaçada pela falência. Em uma tentativa desesperada de salvá-la, ele e seus amigos entram em uma aposta perigosa na arena e colocam Totó em uma luta contra o campeão do ringue, Bankivoide. Sem nenhuma experiência em luta, o frango parte em busca de um treinador, em uma jornada onde precisa encontrar a confiança e a coragem em si mesmo.
Com animais falantes, ovos vivos e a criação de um mundo paralelo regido pelos animais e completamente semelhante ao dos homens, a animação mexicana apresenta uma história mais do que comum em animações infantis, com quase nenhum ponto de originalidade e baseando-se na velha fórmula de que tudo é lindo e maravilhoso no final e de que só é preciso ter confiança em si mesmo para superar qualquer problema. Nada que qualquer criança já não tenha visto em qualquer outra animação.
Os personagens também são estereotipados sob a mesma fórmula, o que torna as cenas engraçadas bem fracas e previsíveis. O filme até tenta colocar um humor mais ácido em alguns momentos, mas não consegue transformar essa tentativa em algo interessante, e a base do filme permanece em um humor muito bobinho e infantil demais.
Cantando de Galo é, em resumo, um filme bom para entreter crianças pequenas, mas quando comparada a outras animações recentes, apresenta-se como uma produção frágil em seu humor, que dificilmente arranca grandes risadas, não importa o público. Como animação, sustenta-se pelo fato de se basear em um enredo e roteiro bem conhecidos e que garantem confiança por sua falta e algo ousado e inovador, e é justamente esse o pior pecado desse filme.
A animação estreia no Brasil dia 11 de agosto. Assista ao trailer: