Ricky Hiraoka
Dominado pelos norte-americanos, o gênero de animação começa a dar seus primeiros passos em terras tupiniquins. O Grilo Feliz e Os Insetos Gigantes é a opção brasileira aos desenhos dos grandes estúdios de Hollywood. Diga-se a verdade, uma péssima opção. Embora seja até tecnicamente bem feito, o filme tem uma história pra lá de capenga e só servirá como distração para os pequeninos (leia-se crianças abaixo dos 5 anos que conseguem se divertir com qualquer coisa que passe numa tela grande).
No longa dirigido por Rafael Ribas e Walbercy Ribas, um grilo cantor precisará enfrentar com ajuda de outros animais uma gangue que pirateou seu cd. Faltam ao roteiro boas piadas e personagens carismáticos (características típicas das melhores animações). Em compensação, sobram idéias a serem defendidas. Além da propaganda contra a pirataria, o filme prega o respeito as diferenças. Nada contra a proposta dos criadores da animação. A venda dessas idéias politicamente corretas poderiam ser aceitas desde que se encaixassem numa boa história. Mas o que ocorre é o extremo oposto. O enredo de O Grilo Feliz e Os Insetos Gigantes apresenta situações inconsistentes, incapazes de arrebatar a simpatia dos espectadores. Nem a dublagem das criaturazinhas ajuda o filme. Os atores escalados para a tarefa (ninguém conhecido do grande público) criaram uma voz debilóide para o grilo e seus amigos, o que dificulta ainda mais acompanhar os “diálogos”.
A soma de todos esses problemas faz com que o filme seja responsável por uma façanha: uma animação sem a menor graça.