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O verdadeiro slumdog!

Rafael Ciscati Romeu é um cãozinho que sabe aproveitar a vida. Basta ladrar para ter todas as regalias que o dinheiro pode comprar. Mas um dia o tempo fecha. Seus donos decidem viver na Inglaterra e deixam Romeu ao relento, perdido pelas ruas de… Mumbai! Sim, nosso herói é um autêntico indiano. Mas esqueçam os …

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Rafael Ciscati

Romeu é um cãozinho que sabe aproveitar a vida. Basta ladrar para ter todas as regalias que o dinheiro pode comprar. Mas um dia o tempo fecha. Seus donos decidem viver na Inglaterra e deixam Romeu ao relento, perdido pelas ruas de… Mumbai! Sim, nosso herói é um autêntico indiano. Mas esqueçam os sáris ondulantes e todo aquele papo de castas. Não é nisso que “Romeu- o vira-lata atrapalhado” investe. Resultado da parceria entre a Disney e a Yash Raj Films (um dos grandes nomes de Bollywood), a animação, que estréia dia 11, abre mão daqueles estereótipos consagrados: com esforço, você vai encontrar no máximo um ou dois riquixás perdidos em meio à paisagem.

Romeu, afinal, é Bollywood- cinema feito na Índia, para a Índia. Nada de templos ou banho no Ganges. Romeu e seus amigos vivem nos canos de um canteiro de obras ao fundo do qual se erguem os prédios iluminados de uma Índia moderna e urbana. E com aparente predileção pelos musicais. Afinal, o filme é um grande emaranhado de clipes nos quais cães e gatos cantam, dançam e dirigem carros. Vez ou outra surge um diálogo aqui e ali, para fazer a trama dar uns passinhos tímidos a diante. Mas logo recomeça o rebuliço. É esse o grande mal do desenho, que dificilmente despertará o interesse das crianças brasileiras.

É bem verdade que a Disney também adora animais harmonizando, mas o pessoal da Yash Raj tem limites muito mais elásticos. Como resultado, Romeu e seus amigos têm pouco espaço, entre as piruetas, para mostrar quem são. Não espere encontrar nada tão simpático quanto um peixe amnésico ou uma preguiça com instinto paternal. Nem fique surpreso se, ao sair da sala, já não se lembrar do nome de nenhum personagem: dançando, todos se parecem.

A história é simples e sem sustos: já na rua, Romeu encontra um grupo de amigos e com eles abre um salão de beleza. Os lucros do empreendimento chamam a atenção do mafioso local, Dom Charlie, ao qual todos têm de pagar tributo caso não queiram cair nas patas de suas Panteras (lembram-se de “Charlie’s Angels”? A maioria das crianças não), ninjas bem treinadas e impiedosas. Para completar, Romeu se apaixona por Laila, a cadelinha sensação, que ensaia tango nos telhados das casas, dança em um clube local e é o grande amor de Charlie. O final você já pode prever.

Apesar dos defeitos, Romeu tem a seu favor o trunfo do ineditismo- não é todo dia que uma animação indiana pinta por aqui. Os curiosos que se arrisquem.

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