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Crônica | A primeira vez…

Essa crônica acompanha a memorável primeira vez de um menino assistindo um filme no cinema
Por Brunno Praes (brunnohenriquepraes@usp.br)

Hoje foi um dia diferente. Um dia muito, muito especial. Eu acordei com o barulho do despertador e nem reclamei dessa vez, porque eu já sabia: era o grande dia! O dia de ir ao cinema pela primeira vez!

Levantei rapidinho da cama, arrumei ela do meu jeitinho (só puxei o lençol por cima mesmo) e fui tomar café da manhã. Mas sabe quando a barriga tá tão empolgada que até esquece de sentir fome? Então… só consegui tomar meu leite com achocolatado e comi um pão na chapa que a mamãe fez.

Ah! Esqueci de falar: meu nome é Yuri e eu tenho 8 anos. E hoje eu fui assistir um filme chamado Mamãe, virei um peixe. Legal, né?

Quem me levou foi  o pai do meu amigo Jonas, o Flávio. A gente até tentou ver o filme ontem, mas quando chegamos no cinema… adivinha? Tinha acabado os ingressos! Eu fiquei muito triste. Mas o Flávio, comprou antes dessa vez. Ele é muito esperto.

E olha, hoje o dia tava tão bonito! O sol brilhando, céu azulzão, e até o vento parece que tá rindo junto comigo. Tá parecendo até aqueles dias de primavera dos livros da escola, depois de um dia nublado e chuvoso.

Em vez do Flávio me buscar direto, foi a avó do Jonas que passou aqui às 9h e me levou pra casa dela. Eu e Jonas ficamos conversando enquanto esperávamos o Flávio. A gente tentava adivinhar como seria o filme. Será que ia ter alguma parte assustadora? Ou uma parte tão engraçada que a gente ia rir alto? E se fosse chato? Não, impossível!

Quando o Flávio chegou, meu coração começou a bater forte. Era agora! A gente finalmente ia pro cinema! Entrei no carro e fiquei olhando pela janela, contando os minutos pra chegar no shopping. Faltava pouco pra eu ver minha primeira sessão de cinema… e eu já sabia que seria inesquecível!

Chegar no shopping foi outra coisa doida. Nunca tinha ido de manhã, antes das lojas abrirem. Era tudo meio vazio e silencioso. Só dava pra sentir o cheiro da pipoca sendo feita. E QUE cheiro bom! O Flávio comprou uma pipoca grandona e dois refrigerantes. Eu segurei o copo com as duas mãos como se fosse um troféu.

Quando a gente entrou na sala do cinema… meu queixo caiu! Era tudo enorme! As cadeiras pareciam nunca acabar e a tela parecia uma parede gigante mágica. A gente ficou conversando até as luzes apagarem. Quando o som começou, eu tomei até um susto. E aí vieram uns trailers de outros filmes. Já comecei a querer voltar no cinema antes mesmo de terminar o que a gente foi ver!

O filme foi MUITO legal. Eu ri, quase chorei e imaginei como seria virar um peixe de verdade. Já pensou? Nadando no fundo do mar, fugindo de gente malvada, fazendo bolhas e falando com outros peixes!

Fiquei tão apaixonado por aquilo tudo que desejei que minha mãe pudesse me levar mais vezes. Ela folga na segunda, então já pensei que podia ser o nosso dia de cinema.

Quando o filme acabou, as luzes acenderam e a gente aplaudiu. Meu coração tava batendo rápido, e eu só pensava em uma coisa: “Quero virar um peixe e morar dentro da telona pra sempre.”

Na volta pra casa, eu não parava de falar nem por um segundo. Falava das músicas, dos personagens, das cenas engraçadas… O Flávio riu e falou: “Você gostou mesmo, hein?” E eu só consegui responder: “Gostei não… AMEI!”

Eu acho que nunca mais vou esquecer esse dia. Nunca, nunca mesmo. Foi tudo tão legal que só de lembrar eu fico sorrindo sozinho. Eu quero voltar no cinema mil vezes! Ou mais!

Gostei tanto que agora fico pensando: será que dá pra trabalhar com isso quando eu crescer? Fazer filmes, inventar histórias, colocar música de fundo nas cenas tristes… Deve ser o máximo! Será que quem faz o filme também fica ansioso igual a gente antes de assistir?

Quando cheguei em casa, fui correndo contar tudo pra minha mãe. Falei do shopping que tava quietinho e meio escuro porque as lojas ainda nem tinham aberto. Falei do cheiro da pipoca, que parecia chamar a gente lá de longe. E contei   da sala de cinema, que parecia um castelo gigante de cadeiras e com uma tela que era quase do tamanho de uma parede de prédio! As poltronas tinham o assento que dobrava quando a gente levantava, eu nem sabia que isso existia! Me senti pequeno demais ali, como se fosse um bonequinho. Tudo era grande. A tela, então… Nossa! Nunca vi uma coisa tão enorme.

Foi como entrar num outro mundo. Um mundo que eu não queria sair nunca mais.

Contei tudinho pra minha mãe. Cada detalhe. Ela escutou tudo com aquele sorrisinho de quem gosta de ver a gente feliz. E sabe o que ela disse? Que iria me levar de novo no cinema!

Na hora que ela falou isso, eu quase pulei de alegria. Já fiquei imaginando a gente sentadinho juntos, dividindo a pipoca, assistindo outro filme bem legal.

Agora, eu só penso nisso. Não vejo a hora desse dia chegar de novo e poder contar para vocês a minha experiência de ir no cinema com a mamãe. Vai ser demais!

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