As Aventuras de Moliére retrata a agitada vida do dramaturgo francês
Ricky Hiraoka
Embora tenha um título digno de Sessão da Tarde, As Aventuras de Moliére, Um Irreverente e Adorável Sedutor (Moliére, França, 2007) parece ser mais um daqueles romances de época cuja maior atração é a direção de arte impecável. Entretanto, esse filme é uma comédia rasgada. Com ótimas seqüências, As Aventuras de Moliére consegue divertir o espectador com um humor que beira o pastelão, bem diferente das apelativas comédias norte americanas.
A história se passa na França de 1658 quando Moliére (Romain Duris) acaba de voltar de uma excursão pelo interior com seu grupo de teatro. Endividado e sem ter como pagar o que deve, o dramaturgo é preso. Ciente da fama de conquistador de Moliére,o Monsieur Jordain (Fabrice Luchini) o liberta, mas exige que o jovem lhe ajude a conquistar a bela e fogosa Célimène (Ludivine Sagnier). Para isso, Jordain o leva para morar com ele e sua família com a desculpa que Moliére é um padre que auxiliará na educação de sua filha mais nova.
Leve e despretensioso, o filme é capaz de agradar desde a criança até as pessoas de mais idade. As Aventuras de Moliére tem um ritmo ágil, conseguindo prender a atenção de quem assiste, seja pelas hilariantes cenas ou pelas investidas que o “padre” Moliére faz em cima da esposa de Jordain (Laura Morante de Medos Privados em Lugares Públicos).
Com um enredo um tanto banal, o filme se sustenta pela atuação do excelente elenco que possui um incontestável time para comédia. Os diálogos afiados e as interpretações certeiras são os responsáveis por fazer com que As Aventuras de Moliére não seja apenas mais uma comédia, mas, sim, uma opção de entretenimento que respeita a inteligência e o bom gosto do espectador.