As feiras livres, que geralmente ocorrem semanalmente nos mais diferentes bairros de São Paulo, já viraram uma tradição da cidade. Suas origens no nosso país remontam ainda ao século XVIII, quando já aconteciam dentro e fora da área urbana, principalmente no local de pouso de tropas de viajantes. Pequenos comerciantes ofereciam fazendas (tecidos), alimentos não perecíveis, verduras e hortaliças.
A oficialização por parte da Prefeitura só veio em 1914, para reconhecer algo que já existia há tempos. As primeiras feiras oficiais foram realizadas no Largo General Osório, no Largo do Arouche e no Largo Morais de Bairros. Depois disso, elas se espalharam pela cidade.
Em tempos em que cada vez mais as mega lojas de departamento, geralmente pertencentes à grandes multinacionais, vão dominando o espaço público, ainda mais com as plataformas digitais de entrega, como o Ifood, as feiras e comércios populares da cidade constituem locais de resistência.
Locais onde famílias inteiras tiram seu sustento, saindo de madrugada com carros abarrotados de mercadoria para montar suas barracas. Locais onde ainda existe interação presencial e troca humana, algo que anda tão em falta nos dias atuais. Onde se pode comer pastel e tomar caldo de cana antes das compras, encontrar seus vizinhos e amigos do bairro e comentar sobre futebol, política ou sobre os preços inflacionados.
Com uma câmera na mão e um olhar atento, é possível perceber nesses lugares cenas, sentimentos e expressões, muitas vezes escondidas no nosso cotidiano, mas que revelam muito sobre ele.
Uma dessas feiras livres é a que, todos os domingos, ocorre ao lado da Estação Sumaré, na linha verde do metrô.