No último domingo (19), os atletas da elite do surfe reuniram-se novamente ao norte da ilha de Oahu, no Havaí, para o Finals Day da etapa de Hurley Pro Sunset Beach, segundo evento do Circuito Mundial de Surfe da WSL. A próxima etapa será a de MEO Rip Curl Portugal Pro, em Supertubos, entre os dias 8 e 16 de Março.

As baterias femininas e masculinas tiveram início com as disputas das quartas de final. Na competição das mulheres, nenhuma brasileira constava entre as oito finalistas — Tatiana Weston-Webb e Luana Silva foram eliminadas no round de 16.  Já entre os homens, restavam ainda três surfistas, todos do mesmo lado da chave: João Chianca, Caio Ibelli e Filipe Toledo, os mesmos que haviam se classificado para as quartas em Pipeline. 

Final masculina: Filipe Toledo x Griffin Colapinto

Griffin Colapinto começou o dia com tranquilidade: ganhou de Ethan Ewing por 13.50 (7.33 + 6.17) a 9.16 (5.33 + 3.83) em uma bateria de apenas seis ondas surfadas, três de cada. Já contra o campeão de Pipeline, Jack Robinson, Griffin precisou elevar o nível técnico para vencer. A boa somatória de 16.83 (8.33 + 8.00) do australiano que usava a lycra amarela não foi suficiente para bater a de 17.90 (9.13 + 8.77) do americano, que fez uma boa performance.

Filipe Toledo iniciou o Finals Day com a missão de derrotar o compatriota Caio Ibelli. Para isso, o atual campeão do mundo emplacou um 8.67 no início e um 8.40 em sua última onda, complicando a vida de Ibelli, cuja somatória foi de 12.44 (7.17 + 5.27). Tendo avançado para a semifinal, Filipinho teve que enfrentar novamente um brasileiro — João Chianca. Chumbinho até começou à frente, mas sofreu a virada de Toledo e passou a compor o grupo de brasileiros que, na areia, torceria por Filipinho durante a bateria final.

A rodada final demonstrou a emoção e a qualidade técnica envolvidas no Circuito Mundial de Surfe. Ainda no início, os atletas surfaram ondas seguidas. Filipe veio primeiro, realizando manobras fortes e rápidas, que lhe renderam nota 7.83. Griffin, em sequência, também realizou belas manobras, uma belíssima rasgada na onda e uma batida finalizadora extremamente difícil, demonstrando sua qualidade e seu comprometimento com a performance, fator primordial para o júri do surfe. O norte-americano foi recompensado com a nota 9.17.

Filipe arriscou surfar uma onda que durou tempo suficiente para que ele realizasse apenas uma manobra e conseguisse assumir a liderança ao receber a nota 3.50. Griffin precisaria de um simples 2.16 para ultrapassar Filipinho. Então, o norte-americano realizou boas rasgadas em uma onda, bateu forte na junção e recebeu a nota 6.33. Porém, Toledo veio logo em seguida, realizando ótimas rasgadas e uma finalização fortíssima. O brasileiro recebeu nota 8.27 e permaneceu na liderança.

Os minutos finais foram carregados de emoção. Griffin estava 6.93 pontos atrás de Filipe quando decidiu surfar mais uma onda. Ele iniciou forte, mas perdeu um pouco do equilíbrio no final. Mais uma vez, Toledo foi surfar a onda seguinte, que poderia decidir a bateria. Em uma performance beirando à perfeição, Toledo surfou muito bem e realizou uma finalização ótima. 

A primeira nota a sair foi de Colapinto: exatamente os 6.93 pontos que empataram a bateria. Porém, a nota da onda de Filipe fez jus ao título de campeão do mundo. Com 9.47, Filipe Toledo sagrou-se campeão da etapa de Sunset Beach. Esta foi a 14ª vitória do brasileiro em etapas do Circuito Mundial de Surfe.

Final feminina: Molly Picklum x Caroline Marks 

A final feminina foi protagonizada por duas jovens promessas do surfe mundial: Molly Picklum (20) e Caroline Marks (21). Durante o Finals Day, Molly venceu a costa-riquenha Brisa Hennessy nas quartas, em uma bateria de poucas ondas e placar apertado — 8.67 (5.67 + 3.00) a 8.40 (4.57 + 3.83). Já na semifinal, derrotou tranquilamente a compatriota australiana Tyler Wright. Caroline Marks também eliminou a adversária Caitlin Simmers com um placar acirrado nas quartas, por 12.50 (7.00 + 5.50) a 12.23 (6.40 + 5.83). Pela bateria da semifinal, a norte-americana triunfou sobre a havaiana Gabriela Bryan.

Durante os 15’ iniciais do duelo final, apenas Molly Picklum surfou ondas, cujas notas foram 0.20, 4.33 e 4.33. A primeira onda de Caroline foi um singelo 0.30. Minutos depois, a norte-americana conseguiu se recuperar e surfou uma boa onda, com manobras fortes, e recebeu a nota 7.50. Assim, Marks ficou 1.16 pontos atrás da australiana.

Na tentativa de assumir a liderança, Caroline insistiu nas ondas e conseguiu realizar, enfim, uma única manobra, já no inside. Com a nota 2.40, ela conseguiu virar a bateria. Precisando de 5.58, Molly tentou surfar uma boa onda, mas deixou a desejar na realização das manobras e recebeu 5.50 — centésimos abaixo do que precisaria para virar, mas o suficiente para substituir o 4.33 e para deixá-la precisando de 4.40 pontos. Na onda seguinte, a australiana conseguiu o necessário. A nota 5.40 foi responsável por conceder-lhe a vitória em Sunset Beach.