Grupo A
RÚSSIA
Palpite: Potencial de fiasco maior que o de sucesso
Anfitriã da Copa, a Rússia não inspira muito otimismo. Por mais que tenha o fator ‘casa’ em todos os jogos, a limitação tática é evidente e também não há muita confiança no comando técnico. Stanislav Cherchesov é treinador desde de agosto de 2016, menos tempo que Tite na seleção brasileira. E vale lembrar que a seleção que recebe a Copa não joga as eliminatórias.
Os resultados recentes contribuem para o pessimismo russo. Nos últimos dez jogos foram duas vitórias, dois empates e seis derrotas. A última conquista, inclusive, foi em outubro de 2017, contra a seleção da Coreia do Sul.
Quanto aos nomes, da lista dos 23, alguns podem chamar a atenção do torcedor brasileiro. Igor Akinfeev, goleiro de 32 anos do CSKA Moscow, já teve fases melhores na carreira mas ainda é um nome relevante para a briga com Andrei Lunev, do Zenit. O brasileiro naturalizado russo Mário Fernandes joga no mesmo time de Akinfeev e preteriu a seleção brasileira duas vezes antes de decidir defender a Rússia.
Mais à frente, Denis Cheryshev, meia veloz do Villarreal, tem uma qualidade notável e já passou por clubes como Sevilla, Valencia e Real Madrid. Além dele, a seleção conta com o experiente Yuri Zhirkov, conhecido no Brasil pelo seus tempos de Chelsea. Experiente, com 34 anos, Zhirkov joga no Zenit e pode auxiliar com sua técnica, principalmente nos cruzamentos.
No ataque, dois nomes são relevantes: o jovem de 22 anos Aleksey Miranchuk, um dos dois integrantes da lista que joga no campeão russo Lokomotiv Moscou (o outro é seu irmão, Anton), e o artilheiro Fedor Smolov, o jogador com mais gols nas últimas duas edições do Campeonato Russo. Além do feito, Smolov ainda ajudou a Rússia conquistar um empate num amistoso contra a Espanha marcando dois gols, no final do ano passado.
Nas ausências, Aleksandr Kokorin, centroavante do Zenit, fica fora por lesão. Causando surpresa, o experiente meio-campista Denis Glushakov, do Spartak Moscou, foi titular em vários jogos mas ficou de fora da lista dos vinte três nomes.
Quanto a provável escalação titular, é notável o quanto Cherchesov variou o time a entrar em campo. É estranho também ver Glushakov sendo bastante utilizado, mesmo sem ir com a seleção para a Copa. É provável que se veja uma escalação com uma linha de cinco na defesa, mas talvez utilize uma linha de quatro na estreia contra a Arábia Saudita, clube teoricamente mais fácil do grupo.
O Craque
Não podia ser diferente. O letal Smolov é a grande esperança de gols da seleção russa. O centroavante foi responsável por diversos tentos importantes que levaram sua equipe, o Krasnodar, aos playoffs da Europa League. Pela seleção, já acumula 12 gols em 31 jogos. Bom finalizador e veloz, é unanimidade como o craque da Rússia.
Convocados
EGITO
Palpite: Com Salah em forma, o sonho das oitavas é possível
Ausente desde de 1910, a seleção egípcia volta dar as caras no mundial de seleções pela terceira vez na sua história. A campanha nas eliminatórias foi muito boa: quatro vitórias, um empate e uma derrota. Líder do Grupo E na competição, desbancou nada menos que a tradicionalíssima seleção de Gana.
Apesar do conturbado momento político, dentro de campo, os comandados de Héctor Cúper desempenham um futebol bastante satisfatório. Mesmo sem muitos jogadores renomados, o treinador argentino foi vice-campeão da Copa das Nações Africanas de 2017 e agora busca colocar seu nome na história do Egito. Cúper está desde 2015 no comando da seleção.
Curiosidade a parte, El Haldary, atleta de 45 anos, vai pra Copa com a missão de bater o recorde do goleiro colombiano Faryd Mondragón. Com dois anos a mais que Mondragón, El Haldary tem a chance de se tornar o jogador mais velho a disputar uma Copa.
Há dois nomes de relevância internacional na seleção: Mohamed Elneny, volante do Arsenal. Com alto índice de trabalho, o jogador corre o campo todo, se precisar, para desempenhar suas funções defensivas. Apesar de já ter estado em melhor fase, não deixa de ser peça imprescindível para sua seleção. O outro destaque é mais conhecido e tem a simpatia de praticamente o mundo todo: Mohamed Salah.
O Craque
Um dos maiores motivos de orgulho da nação egípcia, Salah teve uma temporada memorável pelo Liverpool: foram 32 gols na Premier League e 10 na Champions League. Cogitado até como possível vencedor do prêmio de melhor jogador do mundo, o ponta direita é definitivamente a esperança de resultados positivos para o Egito. Sua qualidade é incontestável, resta agora repetir, na Rússia, as boas atuações que teve durante toda a temporada.
Convocados
ARÁBIA SAUDITA
Palpite: Não passa e não assusta, fraca seleção
Uma das seleções mais desconhecidas da Copa do Mundo, os sauditas chegam como uma grande incógnita. Na sua última Copa, em 2006, a seleção parou na fase de grupos e a perspectiva para 2018 é a mesma. Nas eliminatórias, passou invicto com seis vitórias e dois empates na primeira fase, e na segunda, passou junto com Japão, qualificando-se diretamente para a Copa do Mundo.
Do elenco, nenhum jogador destoa dos demais. Praticamente todos atuam na Ásia e somente três aparecem no cenário europeu: Fahad Al-Muwallad, do Levante, e Salem Al-Dawsari, Villarreal e Yehya Al-Shehri, do Leganés. Os dois primeiros são reservas em seus clubes e Al-Shehri acaba de chegar por empréstimo.
Talvez o nome mais conhecido da seleção da Arábia Saudita seja o seu treinador, o argentino Juan Antonio Pizzi. O ex-jogador do Barcelona já treinou times como Valencia e a seleção do Chile. Mesmo sem grandes resultados, pode usar da sua experiência no topo do futebol para otimizar o futebol saudita. Um fato curioso é que Pizzi é o terceiro treinador da Arábia Saudita desde de 2016. Antes dele, o compatriota Edgardo Bauza, ex-comandante do São Paulo, foi contratado para o mundial mas acabou demitido em dois meses. Pizzi chegou em novembro de 2017 e teve praticamente apenas os amistosos para conhecer a equipe.
O Craque
Mohammad Al-Sahlawi, do Al-Nassr, foi o artilheiro na eliminatórias asiáticas com 16 gols. Mortal dentro da área e veloz com a bola, Al-Sahlawi pode oferecer uma pequena esperança para a Arábia Saudita avançar de fase. No seu clube, terminou em quarto lugar na artilharia do campeonato nacional, com 10 gols em 19 jogos. O centroavante chega à Copa com 31 anos de idade.
Convocados
Goleiros: Mohammed Al-Owais (Al Ahli), Yasser Al-Musailem (Al Ahli), Abdullah Al-Mayuf (Al Hilal FC)
Defensores: Mansoor Al-Harbi (Al Ahli), Yasser Al-Shahrani (Al Hilal), Mohammed Al-Breik (Al Hilal), Motaz Hawsawi (Al Ahli), Osama Hawsawi (Al Ahli), Omar Hawsawi (Al Nassr FC), Ali Al-Bulaihi (Al Hilal)
Meio-campistas: Abdullah Al-Khaibari (Al Shabab), Abdullah Otayf (Al Hilal), Taiseer Al-Jassim (Al Ahli), Hussain Al-Mogahwi (Al Ahli), Salman Al-Faraj (Al Hilal), Mohammed Kanno (Al Hilal), Hattan Bahebri (Al Shabab FC), Salem Al-Dawsari (Villarreal), Yahya Al-Shehri (Leganés-ESP)
Atacantes: Fahad Al-Muwallad (Levante-ESP), Mohammad Al-Sahlawi (Al Nassr), Muhannad Assiri (Al Ahli), Abdulmalek Al-Khaibri (Al Hilal)
URUGUAI
Palpite: Corre por fora, mas pode chegar às semifinais
A bicampeã mundial chega como a favorita do grupo e com grandes ambições. Nas eliminatórias, ficou apenas atrás do Brasil e classificou com certa tranquilidade. Em 2010, parou nas semifinais e em 2014 nas quartas. Agora, promete novamente chegar longe e não é tarefa impossível pelo elenco que tem.
Estrelas não faltam. De uma ponta a outra há jogadores que atuam no melhor nível do mundo e que podem fazer a diferença. Muslera, bom goleiro que joga no Galatasaray; a dupla de zaga do Atlético de Madrid, Diego Godín e José Gímenez chegaram a ser finalistas da Champions League; o meio-campo diretamente da Itália com Matías Vecino, da Internazionale, Lucas Torreira, da Sampdoria, e Rodrigo Bentancur, da Juventus, chamam bastante atenção e provavelmente estarão na seleção também na próxima Copa; no ataque, a poderosa dupla de Edinson Cavani, do Paris Saint-Germain e Luis Suárez, do Barcelona.
Ainda há outras boas opções dentro da Celeste. O treinador, Óscar Tabárez, já conhece bem o elenco – treina a seleção desde 2006 e, além de bons resultados, joga de modo a agradar os uruguaios.
O Craque
O jogador conquista a posição com alguma discussão. Por mais que Luisito Suárez seja, também, um dos maiores centroavantes do mundo, Edinson ofereceu muito mais para seu clube nessa última temporada – e pelo próprio Uruguai nas eliminatórias. Enquanto o centroavante do Barcelona fez apenas 4 gols, Cavani marcou 10 vezes e foi artilheiro das Eliminatórias Sul-americanas.
Edinson é bastante questionado, mas tem número absurdos. É o maior artilheiro do PSG com 169 gols, na frente de jogadores como Zlatan Ibrahimović e Pauleta; no Uruguai, já marcou 42 gols e fica somente atrás de Luis Suárez na artilharia da história da seleção. Fato é: o camisa 21 é perigoso e, no seu melhor nível, pode marcar contra qualquer equipe do mundo.
Convocados