Grupo C
DINAMARCA
Palpite: Tem bons nomes, mas não deve ir longe
Apesar de caminho “fácil” nas eliminatórias europeias, a Dinamarca volta à Copa após 20 anos e é forte candidata a ser uma das gratas surpresas deste mundial. A equipe teve campanha instável na primeira fase da competição e encerrou em segundo lugar do grupo que teve a Polônia como líder – com 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. A seleção conquistou sua classificação para a Copa do Mundo contra a Irlanda, ao vencer com autoridade a segunda partida da repescagem por 5 a 1 fora de casa, após um empate sem gols em território dinamarquês.
Com defesa segura, meio campo criativo e ataque veloz, o time comandado por Åge Hareide é favorito à segunda colocação do grupo que também conta com França, Austrália e Peru. Entretanto, a instabilidade dinamarquesa pode atrapalhar suas pretensões: a quarta seleção mais jovem, dentre as 32 classificadas, oscila bons e maus resultados, como a derrota para a modesta seleção de Montenegro e a goleada de 4 a 0 na líder do grupo, Polônia, ambas pelas eliminatórias.
Por outro lado, a juventude principalmente ofensiva da equipe é arma chave para seu bom desempenho. A verticalidade e agilidade dos atacantes Yussuf Poulsen, do Red Bull Leipzig, Pione Sisto, do espanhol Celta de Vigo, e o promissor Kasper Dolberg do Ajax, como opção no banco de reservas, juntamente com a capacidade de articulação de Christian Eriksen, do Tottenham, são essenciais para munir o artilheiro Nicolai Jørgensen, do Feyenoord. O time, que não conta com o artilheiro do campeonato dinamarquês, agora lesionado, Nicklas Bendtner, tem por outro lado uma defesa eficiente e capitaneada pelo ótimo goleiro Kasper Schmeichel, do Leicester City.
O Craque
Avaliado em 70 milhões de euros (aproximadamente 300 milhões de reais) pelo site especializado ‘Transfermarkt’, Eriksen é um dos grandes meio-campistas da atualidade. Dotado de excelente controle de bola e arremate de média distância, inclusive nas bolas paradas, pode ser considerado um dos melhores exemplos de “camisa 10 moderno” – atento à marcação e atuante em todos os trechos do campo, mesmo preferindo o lado esquerdo do ataque. A grande esperança da Dinamarca está em grande fase: foi eleito para o time do Campeonato Inglês da temporada 2017/18 e é cobiçado por muitos gigantes europeus.
Convocados:
Goleiros: Kasper Schmeichel (Leicester), Jonas Lossl (Huddersfield) e Frederik Ronow (Brondby)
Defensores: Andreas Christensen (Chelsea), Simon Kjaer (Sevilla), Mathias Jorgensen (Huddersfield), Jannik Vestergaard (Borussia Moenchengladbach), Henrik Dalsgaard (Brentford), Jens Stryger (Udinese) e Jonas Knudsen (Ipswich)
Meio-campistas: Christian Eriksen (Tottenham), Lasse Schone (Ajax), Lukas Lerager (Bordeaux), Michael Krohn-Dehli (Deportivo La Coruna), William Kvist (FC Copenhagen) e Thomas Delaney (Werder Bremen)
Atacantes: Andreas Cornelius (Atalanta), Kasper Dolberg (Ajax), Martin Braithwaite (Bordeaux), Nicolai Jorgensen (Feyenoord), Pione Sisto (Celta de Vigo), Viktor Fischer (FC Copenhagen) e Yussuf Poulsen (RB Leipzig)
FRANÇA
Palpite: Forte candidata ao título, time muito qualificado
Cotada como candidatíssima a conquistar a Copa do Mundo, a seleção francesa aposta em uma equipe ofensiva, técnica e de excelente porte físico para levantar a taça na Rússia em 2018. Ela chega ao mundial após encerrar as eliminatórias como líder do grupo A, definido por muitos especialistas como o mais difícil da competição, que também contava com as fortes seleções holandesa e sueca, além de Bulgária, Luxemburgo e Bielorússia.
Repleta de jovens estrelas do futebol mundial, “Les Bleus” (ou “Os Azuis”), vêm de um decepcionante vice-campeonato em casa na Eurocopa de 2016 e prometem compensar na Rússia. As principais esperanças francesas estão depositadas no setor de ataque: uma trinca de meio campistas versáteis de boa chegada ofensiva dá o suporte necessário para o jovem e dinâmico trio de atacantes, formada por Antoine Griezmann, Atlético de Madrid, Osmane Dembelé,Barcelona, e Kylian Mbappé, Paris Saint-Germain – que também pode contar com Olivier Giroud, do Chelsea, de maior estatura e força física. Os três certamente irão atormentar as defesas adversárias, com constantes trocas de posição, dribles desconcertantes e finalizações certeiras.
Entretanto, se em campo a rotina francesa é tranquila, fora dele a realidade é outra. O técnico Didier Deschamps é muito criticado pela imprensa francesa pela falta de resultados recentes, mesmo com ótimo elenco em suas mãos. Além disso, o escândalo envolvendo os jogadores Karim Benzema, do Real Madrid, e Mathieu Valbuena, do Fenerbahce, sobre um suposto vazamento de um vídeo íntimo do atacante, respingou sobre o comandante e muitos veem o afastamento de ambos os atletas como uma medida equivocada. Parte da imprensa chega até a acusá-lo de racismo e tratamento imparcial dos atletas nesse episódio, uma vez que Benzema de origem argelina.
Resta saber se isso irá interferir o desempenho da equipe. Olho nos franceses!
O Craque
Apelidado de Le Petit Diable (“O Pequeno Diabo”) por sua habilidade de infernizar as defesas adversárias, o atacante Antoine Griezmann frequenta a elite do futebol mundial. Em ótima fase, o jogador tem tudo para ser um dos craques desta Copa. Suas ótimas atuações renderam ao francês algumas premiações individuais, como a indicação entre os três finalistas à Bola de Ouro da Fifa, em 2016.
Recentemente, guiou o Atlético de Madrid ao título da Liga Europa da última temporada. Mas, sua atuação não se resume ao clube pelo qual atua – é um dos principais líderes da seleção francesa e comandou o vice-campeonato dos “Azuis” na Eurocopa de 2016, sendo o artilheiro da competição.
Griezmann é um atacante completo. Veloz, habilidoso e com ótimo arremate de curta e média distância, ele não é do tipo de jogador que se apavora na frente do goleiro. Pelo contrário, faz gols de todas as formas, até mesmo de cabeça, com seus 1,75 m – sempre bem posicionado e oportunista.
Avaliado em 100 milhões de euros (quase 450 milhões de reais), o jogador desperta interesse de gigantes da Europa.
PERU
Palpite: No embalo de Guerrero, as oitavas são um sonho possível
O Peru é, sem dúvida, um dos queridinhos deste mundial. Seja pela seu retorno histórico da seleção, após 36 anos do torneiro, ou pela luta de um povo em nome do direito da participação de seu principal jogador, o atacante rubro-negro Paolo Guerrero, ou até mesmo por municiar aquele “tio do churrasco” com inúmeras brincadeiras com relação a seu nome.
A seleção peruana conta com equipe voluntariosa e ataque experiente para tentar conquistar uma vaga na segunda fase do mundial. Mesmo não sendo favorita, ela disputa, em pé igualdade, a segunda posição do grupo com a Dinamarca, no grupo que deve ter a França como líder.
A seleção do argentino Ricardo Gareca, entretanto, está acostumada a superar as expectativas. Nas eliminatórias Sul-Americanas – considerada uma das mais equilibradas de todos os tempos – o Peru terminou o torneio na quinta posição e conquistou uma vaga para a repescagem, eliminando a favorita seleção chilena, que encerrou em sexto. A vaga foi alcançada com resultados heróicos: dois empates nas duas últimas rodadas, com a Argentina, em plena La Bombonera, e com a Colômbia na última partida do torneio. A classificação para a Copa veio após vitória contra a Nova Zelândia, pela repescagem.
O Craque
Após quase perder a Copa do Mundo por acusação de uso de substância ilícita, Paolo Guerrero, que atua pelo Flamengo, é o líder técnico e motivacional do Peru. Capitão e maior artilheiro da história da seleção, o desempenho da equipe peruana está condicionado a sua atuação em campo.
Dotado de técnica elevada para um centroavante, Guerrero não é apenas um “fazedor de gols”, mas excelente assistente e pivô. Porém, quando veste a camiseta de “Los Incas”, outros atributos são adicionados a seu jogo: raça implacável, liderança e faro de gol irretocável.
Christian Cueva, do São Paulo, e Jefferson Farfán, do Lokomotiv, dotados de técnica apurada, formam, com o flamenguista, um ataque rápido e perigoso.
Convocados:
Goleiros: Carlos Cáceda (Deportivo Municipal), José Carvallo (UTC Cajamarca), Pedro Gallese (Tiburones Rojos de Veracruz)
Defesa : Luis Abram (Vélez Sarsfield), Luis Advíncula (Lobos BUAP), Pedro Aquino (Lobos BUAP), Miguel Araujo (Alianza Lima), Wilder Cartagena (Veracruz), Aldo Corzo (Universitário), Christian Ramos (Veracruz), Alberto Rodríguez (Junior Barranquilla), Anderson Santamaría (Puebla FC), Miguel Trauco (Flamengo)
AUSTRÁLIA
Palpite: Como sempre, não incomoda
Favorita à lanterna do Grupo C, a Austrália não teve caminho fácil – como de costume – para alcançar uma vaga no mundial. Após encerrar as eliminatórias asiáticas em terceiro lugar do Grupo C (atrás do Japão e da modesta seleção saudita), os “Socceroos” eliminaram as inofensivas seleções da Síria e Honduras na fase de repescagem.
A troca de técnico recente transforma seleção australiana em uma grande incógnita. O substituto do grego Ange Postecoglou, o holandês Bert van Marwijk, teve apenas três jogos a frente da equipe, pouquíssimo tempo para consolidar algumas mudanças importantes que ele propôs, como a troca dos habituais três zagueiros por uma linha de quatro.
A defesa australiana é, por sinal, essencial para o bom desempenho da seleção, marcada pela falta de criatividade e técnica apurada.
O Craque
Veloz, habilidoso e de bom arremate de média distância com ambas as pernas, Mathew Leckie atua no lado direito ofensivo do alemão Hoffenheim, seja atuando na linha dos meio-campistas ou mais à frente, como ponta-direita. Sua boa estatura (1,82 metros) e força favorecem seu estilo de jogo, pautado em jogadas individuais que culminam em cruzamentos na linha de fundo. Essa jogada tem tudo para ser o carro-chefe da seleção australiana, aproveitando o camisa 9 de 1,91m, Tom Jurić, do Luzern, e a chegada dos meio-campistas, também de boa estatura.
O camisa 7 tem grande experiência na Bundesliga, o Campeonato Alemão, com passagens pelos times Borussia Mönchengladbach, FSV Frankfurt, FC Ingolstadt 04 e Hertha Berlim.
Sua bagagem internacional será crucial para o jogador, que disputa seu segundo mundial com a Austrália, composta em 81% de jogadores que não atuam na liga nacional.
Convocados:
Goleiros: Brad Jones (Feyenoord), Mathew Ryan (Brighton & Hove Albion) e Danny Vukovic (Genk)
Defensores: Aziz Behich (Bursaspor), Milos Degenek (Yokohama Marinos), Matthew Jurman (Suwon Samsung Bluewings FC), James Meredith (Millwall FC), Josh Risdon (Western Sydney Wanderers) e Trent Sainsbury (Grasshopper)
Meio-campistas: Jackson Irvine (Hull City), Mile Jedinak (Aston Villa), Robbie Kruse (Bochum), Massimo Luongo (Queens Park Rangers), Mark Milligan (Al-Ahli Jeddah), Aaron Mooy (Huddersfield Town), Tom Rogic (Celtic FC) e James Troisi (Melbourne Victory)