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Em final emocionante, Luisa Stefani e Shuai Zhang são campeãs nas duplas do WTA 500 de Abu Dhabi

Dupla precisou do tie-break para derrotar a japonesa Shuko Aoyama e a taiwanesa Chan Hao-Ching; Beatriz Haddad Maia no simples e Rafael Matos nas duplas masculinas ficaram nas semifinais de suas disputas

Neste domingo (12), a tenista brasileira Luisa Stefani (25) jogou a final do WTA (Associação de Tênis Feminino) 500 de Abu Dhabi de duplas ao lado da chinesa Shuai Zhang. Medalhista de bronze em Tóquio 2020 (ao lado de Laura Pigossi) e campeã dos dois torneios que disputou no ano até o momento, o WTA Adelaide 2 (duplas femininas, ao lado de Taylor Townsend) e o Australian Open (duplas mistas, com Rafael Matos), a brasileira, que começou o torneio como número 36 do ranking de duplas feminino, chegou a Abu Dhabi para jogar ao lado de Shuai Zhang (34), que era a 26ª.

A jornada até o troféu

O caminho até o título na capital dos Emirados Árabes Unidos começou difícil, mas se tornou facilitado pela competência da dupla. Na estreia, Luisa e Zhang precisaram do set tie-break para vencer, de virada, a ucraniana Lyudmyla Kichenok e a cazaque Anna Danilina — Danilina foi parceira de Beatriz Haddad Maia no título do WTA 500 de Sydney, em janeiro de 2022. Nas quartas de final, a dupla sino-brasileira não sofreu muito para vencer Kirsten Flipkens (BEL) e Laura Siegemund (ALE) com um duplo 6 a 4. As semifinais, contra a romena Monica Nicolescu e a japonesa Miyu Kato tiveram um início disputado mas acabaram em vitória por 2 a 0 novamente.

Na grande final, Luisa e Zhang tinham pela frente uma dupla que sofreu muito mais do que elas para chegar até lá. Shuko Aoyama (35), do Japão, recém vice-campeã nas duplas do Australian Open, e Chan Hao-ching (29), do Taiwan — números 22 e 30 do ranking, respectivamente. Na estreia, a dupla nipo-taiwanesa venceu Ellen Perez (AUS) e Nicole Melichar-Martinez (EUA) por 2 sets a 0, precisando chegar aos sete games para completar ambos os sets. Nas quartas, elas teriam um confronto difícil contra a suíça Belinda Bencic e a belga Elise Mertens, mas o jogo acabou sendo cancelado devido à desistência das adversárias. O Arquibancada não conseguiu encontrar o motivo do W.O. (walkover), mas acredita que o fato de o jogo de Bencic contra Shelby Rogers pela chave individual ser conflitante em termos de dia e horário com o jogo das duplas foi determinante para tal. Uma vez nas semifinais, Aoyama e Chan tiveram duelo duríssimo com a mexicana Giuliana Olmos e a estadunidense Desirae Krawczyk, experiente atleta de duplas. O placar foi de 2 sets a 1 para as asiáticas, que precisaram do set tie-break (ou super tie-break), que acaba em 10 pontos ganhos com diferença mínima de dois, sem que haja games, para garantir seus lugares na final.

O jogo: ninguém disse que seria fácil!

A partida não começou muito boa para Luisa e Zhang. As oponentes foram as primeiras a sacar, confirmaram o serviço e, logo no game seguinte, com ótimo jogo de Aoyama, quebraram o saque da dupla sino-brasileira — fato que veio a se repetir dois games depois. Em dado momento, Aoyama e Chan venciam por 4 a 0. Depois, Luisa e Zhang confirmaram seu primeiro serviço, quebraram o serviço rival no game seguinte e fecharam o oitavo game da partida, deixando o jogo empatado em 5 a 3. Ainda que fosse difícil reverter o resultado do primeiro set, o jogo se equilibrava e elas mostravam sua força para o que vinha pela frente. No último game, elas chegaram a conseguir empatar a partida em 40 a 40 e salvaram cinco set points. No entanto, o tênis de dupla conta com o sistema “no-ad”, isto é, após o deuce (empate por 40 a 40), qualquer ponto é vencedor, sem a necessidade de se obter a “vantagem” antes. Com isso, a dupla nipo-taiwanesa marcou o próximo ponto e fechou o primeiro set. 1 a 0. 

No segundo set, o início foi diferente para Luisa e Zhang, que começaram sacando e logo confirmaram seu primeiro serviço. Depois de vencerem três dos últimos cinco games do primeiro set e ainda ameaçarem o saque adversário, era natural que isso ocorresse. O que talvez não se esperasse era que a dupla que tinha a brasileira vencesse, também, o segundo game, de saque rival. Após saírem atrás, Luisa e Zhang deram aulas de antecipação e venceram rallys difíceis. No game seguinte, porém, com Zhang tendo dificuldades em defender o fundo da quadra, a dupla sino-brasileira acabou sendo derrotada, igualando a quebra de saques no set. Agora, uma confirmação do saque das oponentes já igualaria o placar. Foi por pouco que Luisa e Zhang não conseguiram impedir que isso ocorresse. No quarto game, elas tiveram três game points, mas acabaram derrotadas.

Eficiente. O trabalho perfeito de Luisa Stefani (destaque) foi crucial para que a dupla se mantivesse viva na briga pelo troféu. [Foto: Reprodução/Instagram @luisastefani]

Mas o jogo não estava perdido — pelo contrário —  e a dupla composta pela medalhista olímpica venceu com tranquilidade o game seguinte e foi competente a ponto de quebrar o saque das rivais mais uma vez! Após um game que contou com os já recorrentes voleios de Luisa na rede e com interessante troca de bolas do fundo da quadra entre Chan e Zhang, a dupla sino-brasileira passou a vencer por 4 a 2. Confirmando o seu serviço, elas precisariam de apenas um game para a vitória. E assim foi! Pela segunda vez no set, Luisa e Zhang venceram sem sequer sofrer pontos. Como se não pudesse melhorar, elas ainda quebraram o saque de Chan e Aoyama pela terceira vez no set, fecharam em 6 a 2 e levaram a partida para o set  tie-break. Que jogo!

O super tie-break

Nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, Luisa Stefani foi bronze ao lado de Laura Pigossi vencendo a partida decisiva no super tie-break, após a dupla brasileira sair atrás e empatar no segundo set. Ela contava com esse retrospecto e com a melhora da dupla no jogo para conseguir repetir o feito em Abu Dhabi na tarde de domingo.

O super tie-break mostrou características interessantes da dupla Luisa Stefani e Shuai Zhang no torneio: a vibração, a concentração e a estratégia. Vencendo ou perdendo, elas se apoiavam, combinavam o que pretendiam fazer e partiam para a próxima jogada. Apesar de saírem perdendo e ficarem com três pontos de desvantagem, elas foram rápidas e sagazes para salvar bolas difíceis e conseguir o empate e a virada. Isso foi possível, inclusive, pela melhora de Zhang no jogo. E foi com um ace (ponto direto a partir do saque) da chinesa, o único do jogo, que a dupla virou o placar e conseguiu se impor — no super tie-break, as duplas alternam o serviço (quem saca).

União. Luisa Stefani e Shuai Zhang mantiveram o foco e a motivação mesmo durante os momentos mais difíceis do jogo. [Foto: Reprodução/Instagram @luisastefani]

Foi a partir dali, porém, que Aoyama e Chan se encontraram em quadra e conseguiram o empate após rally intenso. A dupla sino-brasileira conseguiu passar a frente novamente, com uma configuração oposta: Luisa sacando e Zhang na rede. As rivais empataram: 7 a 7. A três pontos do fim, o que sairia dali era imprevisível. 

A seguir, Luisa e Zhang conseguiram chegar ao 9 a 7 e tinham, em suas mãos, dois championship points (pontos do campeonato). As rivais pareciam tensas, mas conseguiram diminuir a distância para um ponto, salvando o primeiro championship point em uma bola que parou na rede. Mas não tinha como mudar o destino: como se estivesse em 31 de agosto de 2021, em Tóquio, Luisa Stefani foi campeã no tie-break após sair perdendo. Luisa e Zhang fecharam o super tie-break em 10 a 8 e o jogo em 2 sets a 1 e foram campeãs do WTA 500 de Abu Dhabi 2023!

Pegando o elevador

Em uma sequência espetacular de 19 vitórias consecutivas, Luisa tem 30 vitórias, três derrotas e seis títulos (com seis parceiros diferentes) desde que retornou de lesão, ainda no meio de 2022. Em sets, são 64 vencidos contra 16 perdidos. Agora, a brasileira retorna ao top-30 da lista das principais tenistas de duplas do mundo, subindo seis posições. Em 2021, com a medalha em Tóquio e a boa campanha no US Open (do qual saiu por lesão) ela chegou a figurar na nona colocação, um recorde brasileiro na categoria. Também naquele ano, a duplista chegou à final do WTA de Abu Dhabi jogando ao lado de Hayley Carter (EUA) e foi vice-campeã.

Mais experiente, Shuai Zhang tem tido maior sucesso nos últimos anos, após quase se aposentar do tênis profissional. Também duplista, a chinesa já jogou e venceu com nomes de diferentes localidades. Além de Luisa, Zhang teve como dupla Samantha Stosur (AUS), ao lado de quem conquistou dois Grand Slams (Australian Open de 2019 e o US Open de 2021), e a própria Bia Haddad Maia, com quem foi campeã do Aberto de Nottingham (2022) —  elas ainda jogaram juntas no Adelaide 2, quando foram derrotadas para Luisa e Townsend nas oitavas de final, e no Australian Open, quando foram eliminadas na segunda rodada. Zhang, que já chegou a ficar em terceiro lugar no ranking de duplas em 2022, também subiu na tabela da WTA, e é, agora, a 23ª colocada.

Bia luta, mas cai diante da campeã nas semis

No sábado (11), a brasileira Beatriz Haddad Maia (26), número 14 do mundo, acabou sendo derrotada na semifinal da chave simples. Após campanha de encher os olhos, virando partidas e demonstrando superação, Bia enfrentou uma Belinda Bencic (25) inspirada. A tenista suíça, número 9 do mundo, demonstrou muita maturidade em seu jogo, prevendo bem as jogadas, quebrando os saques de Bia e colocando a brasileira em situações difíceis ao longo da partida. Assim, nem mesmo a reação de Bia no segundo set foi suficiente para evitar a eliminação por 2 sets a 0. 

Na grande final, Bencic enfrentou a russa Liudmila Samsonova (24), número 19 do mundo, e se sagrou campeã de uma edição na qual viradas e tie-breaks foram algo constante. Ela saiu perdendo a final por 6 a 1 e quase pôs tudo a perder no segundo set, tendo que salvar três championship points até vencer por 10 a 8 o set tie-break. No último set, a suíça se recuperou e demonstrou toda sua dominância no torneio, vencendo por 6 a 4 e se sagrando campeã, mais uma vez — em janeiro, ela já havia vencido o WTA 500 de Adelaide 2, enquanto em 2021 foi campeã olímpica em Tóquio, no simples, e medalha de prata, nas duplas.

Impecável. Aos 25 anos, Belinda Bencic fez uma campanha memorável em Abu Dhabi. [Foto: Reprodução/Twitter @DubaiTrends]

Rafael Matos foi outro tenista brasileiro de boa campanha nos últimos dias. Dupla de Luisa em Melbourne, ele avançou até a semifinal do ATP 250 de Córdoba, onde foi eliminado ao lado do espanhol David Vega Hernández. Máximo González e Andrés Molteni, da Argentina, foram a dupla campeã. 

Com o bom desempenho em Abu Dhabi, Bia Haddad Maia (E) subiu para a 12ª colocação do ranking individual da WTA e se tornou a terceira sul-americana de melhor posição da história do ranking, criado em 1975. Já Rafael Matos (D) se consolida em boa posição (26º) do ranking ATP de duplas. [Fotos: Reprodução/Twitter @timebrasil e @AlemTenis]

Rivais? Luisa Stefani e Shuai Zhang jogam uma contra a outra em Doha + o calendário dos brasileiros

Logo depois de serem campeãs juntas, Luisa e Zhang passaram a ser adversárias no WTA 500 de Doha. Hoje (14), ambas se enfrentaram pelas oitavas de final do torneio iniciado ontem. A brasileira jogou ao lado de Anna Danilina (CAZ), enquanto a chinesa teve como parceira Giuliana Olmos (MEX). No primeiro set, Luisa teve a chance de fechar sacando quando o placar estava em 5 a 4 a seu favor, mas foi quebrada  e acabou perdendo por 7 a 5. No segundo set, a dupla ucraniano-brasileira venceu por 6 a 4, levando o jogo para o super tie-break. Em jogo instável, porém, elas acabaram derrotadas pela dupla sino-mexicana. Acabou, então, a invencibilidade de Luisa no ano, e quis o destino que fosse contra uma duplista que a ajudou a construir os bons números. Zhang, inclusive, jogou também a fase simples da competição, mas caiu no primeiro jogo.

Bia Haddad Maia, por sua vez, caiu no WTA 500 de Doha jogando com a tcheca Marie Bouzková, nas duplas, mas se classificou no simples contra Paula Badosa (número 20 do mundo), que a havia vencido no início do ano. Depois de um primeiro set complicado, em que Bia venceu no tie-break para fechar em 7 a 6 contando com erros da oponente, o segundo foi mais tranquilo, e a brasileira fez 6 a 3. Ela enfrenta, agora, a russa Daria Kasatkina (número oito do mundo), em confronto inédito. A partida, válida pelas oitavas de final, ocorre amanhã (15), por volta das 11h15**. 

Pelo ATP 250 de Buenos Aires, Rafael Matos e David Vega Hernández repetem duelo com Marcelo Demoliner (BRA) e Andrea Vavassori (ITA) pelas oitavas de final, amanhã (15), às 13h30. A expectativa é repetir o resultado de Córdoba, quando venceram por 2 a 1.

**O horário é estimado pois as partidas dependem do término de jogos anteriores nas quadras em que serão jogadas. O jogo de Bia será o segundo na quadra 1, onde os jogos começam às 9h30 e terá transmissão exclusiva do Star+ no Brasil 

*Imagem de capa: Reprodução/Instagram @luisastefani

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