por Tiago Aguiar
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Para falar sobre Machete (Machete, 2010) é preciso constar que se trata de uma das séries de filmes com as origens mais curiosas e originais do cinema. Danny Trejo, o ator que interpreta Machete, o protagonista com nome de facão, fez um papel secundário nos quatro filmes da série Pequenos Espiões (Spy Kids, 2001) – também dirigida por Robert Rodriguez – sendo essa a primeira aparição do personagem, onde era dono de uma loja de produtos para espiões.
Em 2007, com Quentin Tarantino, Rodriguez homenageia filmes trashs caricatos dos anos 70 – com muita violência e aparência de custo baixo – em dois longas-metragens e 5 trailers falsos formando o projeto Grindhouse. Em um desses trailers, Machete reaparecia como um assassino de aluguel mexicano, em uma clara paródia de filmes estilo “Charles Bronson”. O surpreendente foi que o trailer falso tornou-se verdadeiro, pois três anos depois, o primeiro filme foi de fato produzido e a continuação, em 2013.
Machete (Machete, 2010) e Machete Mata (Machete Kills, 2013) são dois filmes seqüenciais, mas em grande medida, independentes. Apesar de alguns dos melhores coadjuvantes retornarem em cena, o segundo conta com uma trama que parte de uma perspectiva diferente. Se no primeiro, o mote é vingança, no segundo, o próprio presidente dos EUA – vivido por Charlie Sheen – procura Machete para uma missão. A segunda parte também conta com grande elenco e vale destacar Mel Gibson em excelente participação, além das pontas de Vanessa Hudgens e Lady Gaga.
Porém, fazendo um infame trocadilho, não deixa de ser um Machete de dois gumes. O grande (no sentido de numeroso também) elenco torna o roteiro suscetível a desnecessárias e forçadas reviravoltas, desgastando a fórmula do primeiro filme. Há bons momentos também, especialmente os de ação, além de falas dignas de filmes b genuínos (como todas as frases de efeito de Machete falando de si em terceira pessoa). E dado o orçamento de 12 milhões de dólares, os efeitos especiais estão muito bons.
Todos os traços do diretor (de Sin City!) – essencialmente de filmes de ação – estão ali. Elementos que lembram o México, estereótipos ironizando preconceitos tanto a texanos, quanto a mexicanos e as cenas de sedução tornam a experiência mais divertida e é muito recomendável que tenha-se em mente um clima pipoca na hora de ver o filme.
É ainda sugerida uma terceira parte, com novamente um trailer, que já não dá mais pra afirmar se é falso ou não. E falando de novo em trailer, confira e tire suas próprias conclusões: