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Mulheres ao Ataque: excesso de apelo, falta de consistência

por Breno Leoni Ebeling brenolebel@gmail.com Quem nunca sonhou com uma historia de amor à la Diário de uma Paixão (The Notebook, 2004)? Mulheres ao Ataque (The Other Woman, 2014) começa com um romance perfeito entre Carly (Cameron Diaz) e Mark (Nikolaj Coster-Waldau). Mas como nem tudo são flores, quase que instantaneamente fica claro que Mark …

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por Breno Leoni Ebeling
brenolebel@gmail.com

Quem nunca sonhou com uma historia de amor à la Diário de uma Paixão (The Notebook, 2004)? Mulheres ao Ataque (The Other Woman, 2014) começa com um romance perfeito entre Carly (Cameron Diaz) e Mark (Nikolaj Coster-Waldau). Mas como nem tudo são flores, quase que instantaneamente fica claro que Mark não é aquele príncipe encantado que todas as mulheres desejam. Isso porque, ao mesmo tempo em que sai com Carly, ele é casado e mantém diversos relacionamento paralelos.

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O desenrolar do filme se dá com a união entre as mulheres traídas em busca de vingança. Até aí, seria só mais uma comédia romântica norte-americana repleta de clichês e uma dupla de frases rasas em estilo auto-ajuda. Mas o roteiro começa a degringolar com  momentos nonsense, em que você fica na dúvida entre rir ou chorar, quando se depara com muitas cenas típicas do cinema trash. No trailer temos uma dose disso na cena em que Kate (Leslie Mann) pula em Carly, que está correndo com tornozelo torcido atrás de Amber (Kate Upton), a terceira mulher de Mark.

Para piorar, o grau de profundidade das personagens é inexistente e a sensação de estar assistindo a uma versão americana dos Trapalhões misturado com um filme da Xuxa está sempre presente. A trama é infantilizada, repleta de  diálogos superficiais e momentos que subestimam a inteligência do espectador.

Um homem que trai sua esposa com a torcida do Corinthians jamais daria o seu endereço conjugal para a sua amante. No entanto, Carly aparece em sua casa como se estivesse no caminho da roça e fosse uma assídua frequentadora da residência de seu namorado. Como ela conseguiu o endereço ou o porquê dele nunca a ter convidado são questões periféricas não explicadas pelo filme.

Um pouco antes de Carly aparecer na casa de Mark, eles tem a primeira grande discussão enquanto casal. Discutem apenas porque Mark não poderá ir ao encontro, e é nesse momento que Carly age como uma criança de 7 anos de idade. Isto vai completamente contra toda a construção da personagem ao longo do filme, de quem nunca se envolve com ninguém, é completamente desencanada e banca a irmã mais velha do trio de vingadoras. A desculpa usada por Mark para desmarcar o encontro é a clássica do “deu cano”: sua casa estava embaixo d’água por motivos de cano estourado.

A personagem de Kate, a “verdadeira” esposa de Mark, é escrachada, e se encaixaria melhor em uma comédia com estereótipos mais fortes como por exemplo o caso de Penny (Kaley Cuoco) em “The Big Bang Theory”. Nessa série, a menina sem cérebro funciona, porque tem seus pares fazendo o contrapeso como nerds muito inteligentes; No caso de “Mulheres ao Ataque” não existe essa compensação. Quando ela descobre que Mark a trai com Carly, tem uma espécie de síncope, falta de ar e tenta desvairadamente abrir a janela de vidro reforçado apalpando-o com as pontas dos dedos enquanto deita em um banco. De repente, já vê em Carly sua única e melhor amiga. Nesse contexto, uma sensação de esquizofrenia permeia a trama.1507713_10202464759313296_551658087691683766_n.jpg

A trama se estende demais para ser tão mal construída: ela é mais chamativa quando vista no trailer oficial. Ao término do filme, me questionei se não estaria sendo exigente demais por esperar uma profundidade que não é própria dessa categoria, que foca em um tipo de entretenimento mais superficial. Mas temos bons exemplos de comédias românticas com roteiro bem definido, e nesse sentido o filme deixa bastante a desejar.

Para ver o trailer, clique aqui.

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