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Entre o macabro e o extraordinário: Edgar Allan Poe

“Entre os domínios literários onde a imaginação pode obter os resultados mais curiosos, pode colher tesouros, não os mais ricos (esses pertencem à poesia), mas os mais numerosos e variados, está um particularmente querido a Poe, o conto”, afirma Charles Baudelaire no prefácio do livro Contos de Imaginação e Mistério, de Edgar Allan Poe. Esse …

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Livro que reúne alguns dos textos mais conhecidos de Poe. Foto: Reprodução

“Entre os domínios literários onde a imaginação pode obter os resultados mais curiosos, pode colher tesouros, não os mais ricos (esses pertencem à poesia), mas os mais numerosos e variados, está um particularmente querido a Poe, o conto”, afirma Charles Baudelaire no prefácio do livro Contos de Imaginação e Mistério, de Edgar Allan Poe.

Esse livro reúne alguns dos maiores e mais conhecidos contos escritos por ele, que também escrevia poesia, ensaios e críticas literárias. O autor, um dos primeiros escritores americanos que investiu nesse gênero literário, mostra toda a sua capacidade imaginativa nos contos, que não se prendiam ao real, ou mesmo ao verossímil. Assim, é possível verificar nas suas histórias macabras, recheadas de mistérios, a marca registrada do autor: a morte.

São 22 narrativas que fazem parte do livro, entre elas estão os contos: William Wilson, O Gato Preto e Os Assassinatos da Rua Morgue.

William Wilson

Neste conto que abre o livro, acompanhamos a narrativa em primeira pessoa de um homem, que temendo revelar sua identidade se autodenomina William Wilson. Ele nos conta a sua vida e sua relação com um homônimo, que além do nome, possui a mesma aparência que ele.

A relação do narrador com o segundo William Wilson é baseada num misto de ódio e medo. O ódio porque, de acordo com ele, o segundo sempre influencia negativamente no seu destino. Já o medo vem da sensação de que ele não conseguia exercer a sua influência sobre o segundo e de que este sempre sabe o que ele está pensando.

Com o desenrolar da história podemos ver como Poe aborda a decadência do ser humano, até que ponto ele chega para alcançar os seus objetivos e ter vingança. A luta interior do certo contra o errado nos é revelada de uma maneira bastante interessante, porém de uma perspectiva sombria e pessimista.

Além disso, como plano de fundo, podemos absorver um pouco do cenário e dos costumes europeus do século XIX, época em que se passa a narrativa.

O Gato Preto

Em O Gato Preto, conto que já ganhou até adaptações para o cinema, podemos acompanhar a história de um homem que amava animais, e que tinha um carinho especial por seu gato Pluto, um grande, esperto e belo felino inteiramente preto. Entretanto, devido a problemas com o álcool, o narrador acaba mudando completamente a sua personalidade e fazendo com que o bichano se afaste dele, com medo. Ao perceber isso, todo o amor que ele sentia por Pluto se torna fúria, e esse sentimento irá fazer com que ele tome atitudes que definem o rumo da história.

Numa abordagem bastante ligada ao psicológico, Poe retrata, de uma maneira bastante dramática e sem perder o seu toque de horror, as consequências da culpa sobre uma pessoa, podendo levá-la à loucura. Outro conto também presente no livro que expõe bastante a temática da culpa é O Coração Denunciador.

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Ilustração do conto Os Assassinatos da rua Morgue. Foto: Reprodução

Os Assassinatos da Rua Morgue

Esse conto, que é também um dos mais conhecidos do autor, deixa um pouco de lado a temática do horror, assumindo uma linha diferente, em comparação a outros contos do livro. Muitos consideram que foi a partir desse conto que teve início a literatura policial internacional, tendo Dupin, personagem principal da história, influenciado o Sherlock Holmes de Conan Doyle.

Na história acontecem dois assassinatos brutais na rua Morgue, assassinatos esses que parecem insolúveis aos olhos da polícia e da população. Entretanto, o detetive Dupin, por meio de uma incrível habilidade lógica, consegue solucionar o caso, que tem um desfecho bastante surpreendente.

É nesse desfecho que podemos também verificar alguns traços característicos de Allan Poe, traços esses que não são encontrados em outras histórias policiais, e que tem ligação com o extraordinário, tão presente na sua obra.

Por Victoria Amorim
amorimvick@gmail.com

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