Felipe Maia
Guerra dos Rocha é a mais nova empreitada cinematográfica do diretor global Jorge Fernando. A figurinha tarimbada do Projac parece só agradar quem lá trabalha, pois seu humor passa longe de ser algo risível. A despeito de alguns episódios do extinto Sai de Baixo, a comicidade de Jorge Fernando não convence nem mesmo no cinema. Isso fica claro no insosso Sexo, Amor e Traição, e também deve ser assim no último filme da Xuxa. Filme bom da Rainha dos Baixinhos era aquele com os Trapalhões. Esses sim eram mestres no que faziam: um humor pastelão e inteligente na medida certa. Provavelmente, aquilo que A Guerra dos Rocha almeja e passa longe.
É possível, sim, dar boas risadas com o filme. Ary Fontoura salva o público com momentos hilários da sua interpretação de uma velha caquética e carente. Ela é mãe de três filhos que mais a querem longe do que perto, e junto desses três (Lúcio Mauro Filho, Diogo Vilela e Marcelo Antony) vêm uma penca de gente também conhecida do grande público. O problema mesmo é essa família. Todos soam artificiais em seus papéis, excessivos em suas representações. O prêmio “Perdido em Cena” fica pra Felipe Dylon, que em suas duas ou três falas parece mais repetir o que diz o fonoaudiólogo.
Some a tudo isso um roteiro mal adaptado do teatro e uma trilha sonora insistente e conflituosa com as cenas. Mistura perfeita pra uma fita que, ainda que comercial, não vale nem o ingresso. Não duvido que, daqui a pouco tempo, você escute a chamada desse filme para uma Sessão da Tarde da vida. É uma pena não passarem mais Trapalhões ou fazerem algo próximo deles.