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O esporte e as lesões

Por Sabrina Brito A vida de um esportista profissional pode parecer fácil, mas a história real é bem diferente. Além de ter que lidar com a enorme pressão psicológica que acompanha o cotidiano de um atleta, as pessoas cujas carreiras envolvem o esporte de alto rendimento têm que se preocupar com outro grande problema: as lesões. …

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Por Sabrina Brito

A vida de um esportista profissional pode parecer fácil, mas a história real é bem diferente. Além de ter que lidar com a enorme pressão psicológica que acompanha o cotidiano de um atleta, as pessoas cujas carreiras envolvem o esporte de alto rendimento têm que se preocupar com outro grande problema: as lesões. Os constantes esforços físicos pelos quais esses indivíduos passam podem acarretar nos mais diferentes tipos de ferimentos, e estes têm muitas consequências.

Segundo os doutores Carlos Forgas e Cláudio Monteiro, especialistas em fisioterapia esportiva e sócios-fundadores da SONAFE (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva) e da clínica Forgas & Monteiro, existem dois tipos de lesões. O primeiro tipo abrange as traumáticas, nas quais ocorre um choque direto com o adversário ou algum machucado é derivado da própria dinâmica da modalidade. Já nas lesões por over use, as causas são o excesso ou erro de treinamento, que podem intensificar deformações congênitas e acarretar fadiga ou desequilíbrio muscular.

Os fisioterapeutas Cláudio Monteiro e Carlos Forgas (Imagem: arquivo pessoal)

As diferenças entre o esporte de alto rendimento e o amador

Dependendo do tipo de atividade praticada e da intensidade do exercício, os tipos de lesão mais frequentes variam. Por isso, os machucados obtidos durante a prática física de alto rendimento são muitas vezes diferentes daqueles obtidos em exercícios com objetivo de entretenimento.

As causas mais comuns de contusão no esporte de alto nível, ainda de acordo com os fisioterapeutas, são o contato com o oponente ou com o material da prática esportiva e os entorses articulares ou machucados nos músculos e tendões devido ao estresse físico e à fadiga.

Por outro lado, no esporte praticado de forma amadora, as razões mais comuns para as lesões são a falta de preparo físico, o desequilíbrio muscular, a fadiga e a falta de um pleno conhecimento da atividade.

As lesões podem variar de acordo com o esporte praticado. A depender das partes do corpo mais utilizadas durante certo tipo de esporte, os traumas e estresses físicos resultantes são diferentes.

No futebol e no vôlei, por exemplo, o tipo mais comum de machucado é a torção no joelho ou nos tornozelos. No tênis, as áreas mais prejudicadas são a panturrilha, as mãos e os punhos. Já na natação, os ombros e a coluna lombar são as regiões mais afetadas.

Por serem muito comuns, esses ferimentos costumam aparecer com frequência em meio a atletas profissionais. Muitos esportistas brasileiros, por exemplo, já foram vítimas de lesões.

Um exemplo é o ginasta Diego Hypolito, que, em 2015, ficou fora dos Jogos Panamericanos em Toronto devido a fortes dores nas costas.

Um ano antes, em 2014, a ex-ginasta Laís Souza sofreu um acidente enquanto praticava esqui para as Olimpíadas de Inverno, o que resultou em tetraplegia. Ainda hoje, ela luta com as dificuldades decorrentes de sua gravíssima lesão.

Ainda nesse mesmo ano, durante a Copa do Mundo, Neymar sofreu uma falta durante a partida contra a Colômbia que, machucando suas costas, o impediu de jogar os próximos jogos pela Seleção – o que muitos acreditam ter sido essencial na derrota do Brasil para a  Alemanha.

O método PRICE

Uma vez que a lesão ocorreu, muitos se perguntam como cuidar do machucado. Embora o melhor tratamento só possa ser prescrito por especialistas, existe um método muito popular quando o assunto é curar uma contusão.

O protocolo PRICE (Protection, Rest, Ice, Compression, Elevation) baseia-se em cinco simples passos: proteção da área, descanso, aplicação de gelo, compressão e elevação do membro afetado.

De forma geral, quanto mais rapidamente for iniciado o processo, melhores serão as chances de recuperação.

Como evitar lesões

Apesar de serem comuns, os ferimentos originados na prática de esportes não são inevitáveis. Muito pelo contrário, existem práticas que podem ajudar na diminuição de sua frequência.

Na opinião dos doutores Forgas e Monteiro, a melhor maneira de evitar os ferimentos esportivos é a prevenção e o cuidado. O aperfeiçoamento da técnica, o conhecimento da biomecânica do gesto esportivo, um bom condicionamento físico e equilíbrio muscular são alguns fatores que podem ajudar na correta e segura prática do esporte. Além disso, uma alimentação e um repouso adequados, quando aliados a uma escolha consciente do material e terreno da prática física, também são essenciais para prevenir contusões.

Segundo os fundadores da clínica Forgas & Monteiro, os efeitos dos diferentes tipos de lesão são muito relativos, uma vez que cada machucado tem sua gravidade e particularidades. Portanto, o importante é sempre consultar um especialista para um aconselhamento adequado.

De acordo com a atividade física praticada e com a posição ou função ocupada no desporte, o tempo de retorno ao exercício poderá ser maior ou menor. As ações corretas a se tomarem só podem ser indicadas com precisão por um médico ou fisioterapeuta.

As áreas mais facilmente lesionadas de acordo com o esporte praticado
(Imagem: Julia Mancilha/Comunicação Visual – Jornalismo Júnior)

 

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