No último dia 08, Kehlani Parrish lançou seu segundo álbum de estúdio, It Was Good Until It Wasn´t, revelando uma notável evolução em sua maturidade vocal e técnica desde seu primeiro álbum, SweetSexySavage, lançado em 2017. Apesar de apenas dois álbuns de estúdio, a cantora e compositora conta com mais três mixtapes que lhe deram imensa visibilidade e a fizeram amadurecer. Inclusive um deles lhe fez ser indicada ao Grammy em 2015, o que gerou um expressivo crescimento nas expectativas sobre a cantora. Porém seu nome ganhou os holofotes mundiais após o lançamento de sua música Gangsta em 2016.
O novo disco traz a essência de Kehlani no R&B, diferentemente do primeiro álbum, que possuía mais referências da música pop. Desta vez, ela procura contar as suas histórias, a maioria sobre relacionamentos, como já é habitual nas músicas da cantora. Parrish não sai muito do R&B, o que confere um ar de segurança e conforto com a proposta, e traz também uma ótima sequência para o álbum – atribui um sentido único a obra se ouvida na ordem de lançamento.
Composto por 15 faixas, o disco traz diversas referências a Oakland, o seu lugar de origem, nos Estados Unidos. Por isso, também mescla o R&B com hip hop, sendo o último algo comum em seu estado durante sua infância. A presença do baixo é marcante em quase todas as canções, em conjunto com batidas muito marcantes e pouca edição de sua voz, recurso clássico do estilo de Kehlani e um diferencial frente a outros artistas do estilo.
Toxic, é faixa que abre o disco e também seu primeiro single, é uma das músicas mais sexy do álbum, o que pode ser percebido também pelo seu clipe. A canção conta com uma batida que dita seu ritmo, aposta em uma voz menos editada, e acerta em cheio, sendo esse, o maior sucesso do álbum. Can I inicia a vibe R&B do álbum, com baixo e batida marcantes. A parceria com Tory Lanez é outro acerto do álbum: traz uma voz mais grave, além dos backing vocals, que atribuem uma melodia única à música.
Bad News se destaca pela letra muito sincera sobre o relacionamento que ela não quer que acabe, e também pelo tom de voz sentimental de Kehlani enquanto canta, o que torna a música quase um desabafo. O álbum conta com dois interlúdios, sendo esses Real Hot Girl e Belong To The Streets Skit que quebram um pouco o ritmo que o álbum construía e o retoma logo após essas faixas.
Water e Open (Passionate) são as músicas mais dançantes do álbum, com refrões chiclete e um resgate do hip-hop. Change Your Life é a mais romântica do álbum: lembra algumas de suas músicas do primeiro disco, com uma influência pop, mas com batidas que não saem muito do R&B. Everybody Business é um single que se destaca pela letra bem pessoal, que mostra como Kehlani tenta não se importar com a opinião pública. O clipe conta inclusive com matérias de jornal acerca de sua vida pessoal. Hate The Club conta com a participação do músico Masego, cujo saxofone dá um ar mais calmo à música, transformando-a em um soul mais lento que combina muito com o álbum.
Serial Lover, F&MU e Can You Blame Me são músicas com influências do hip-hop. As três reforçam o tom sensual do álbum e mostram a segurança que Kehlani tem, característica reforçada no clipe de F&MU. Grieving vem no mesmo tom, e não à toa é a música favorita da cantora no álbum. A canção se mostra como uma síntese do álbum, possui todas as características listadas e ainda a participação de James Blake, o que é um diferencial. O disco termina com Lexii’s Outro, que é uma homenagem a Lexii Alijai, rapper e amiga de Kehlani que faleceu aos 21 anos em janeiro deste ano. A faixa é um rap da própria Lexii que Kehlani gostava muito.
Assim que lançado, It Was Good Until It Wasn’t ficou em primeiro lugar nas paradas do iTunes e da Apple Music. Isso reflete o quanto o álbum é importante e de alta qualidade. Mais uma vez, Kehlani se superou, mostrou todo o seu talento e provou que ele não está próximo do fim.