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O Pintassilgo é sobre arte e vida

O Pintassilgo (The Goldfinch, 2019) é um longa baseado no best-seller homônimo da escritora Donna Tartt, livro que ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção em 2014. O filme conta com a produção de Nina Jacobson que já produziu filmes aclamados como Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) e com o produtor Brad Simpson de Guerra …

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O Pintassilgo (The Goldfinch, 2019) é um longa baseado no best-seller homônimo da escritora Donna Tartt, livro que ganhou o Prêmio Pulitzer de Ficção em 2014. O filme conta com a produção de Nina Jacobson que já produziu filmes aclamados como Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) e com o produtor Brad Simpson de Guerra Mundial Z (World War Z, 2013). O filme é uma apresentação da Warner Bros. Pictures, em colaboração com a Amazon Studios e com a direção do irlandês John Crowley. 

A narrativa conta os desdobramentos na vida de um menino chamado Theo (Oakes Fegley) após a morte trágica de sua mãe em um atentado ao Metropolitan Museum of Art. A história se passa tanto no presente, com Theo adulto (Ansel Elgort) como em flashbacks, relembrando diariamente o acontecido.

Entre os escombros do museu, um homem faz um pedido a Theo antes de falecer: levar com ele uma única obra do acervo, a pintura de um pássaro acorrentado, O Pintassilgo (1654), do pintor holandês Carel Fabritius, que, inclusive, é a obra predileta da sua mãe e o único objeto físico que o faz lembrar dela. O mesmo homem também  entrega para o garoto um anel que o leva até uma loja de antiguidades. Em uma odisseia emocionante de dor e culpa, de reinvenção e de redenção, de amizade e até mesmo de amor, ele reencontra nessa loja uma pessoa do passado.

O Pintassilgo, Carel Fabritius, 33 x 22 cm, 1654 [Imagem: Reprodução da pintura]

Diante de muitas perdas seu único porto seguro é o quadro. Em uma relação de ambivalência tanto o pequeno como o adulto Theo são tão presos ao passado quanto o pássaro ao poleiro: arte se mistura com a vida. Essa ligação o faz tomar diversas atitudes precipitadas durante cada ciclo da vida, e gera consequências inevitáveis que refletem e muito na vida adulta, aspectos que constroem uma ponte entre realidade e ficção.    

Theo abraça a obra [Foto: Reprodução]

O longa aborda assuntos como alcoolismo, vício, abandono parental, desestruturação familiar e roubo de obras de arte de grande valor inestimado, tanto em dinheiro como sentimental. Por mais fortes que sejam todos esses questões, a narrativa é real e não romantiza nenhum desses problemas mostrando o impacto que causam no ser humano. Contudo, não há um aprofundamento maior desses assuntos, o que deixa um tanto a desejar.

O aparecimento de figuras cômicas dão um toque de humor em algumas cenas gerando momentos de descontração, mas que sabem envolver e não dispersar a atenção de quem assiste. Quando Theo vai morar com seu pai ausente, durante meses, e com sua madrasta, ele conhece o jovem Boris (Finn Wolfhard), um menino ucraniano pálido e muito engraçado que vive com seu pai. Os dois criam uma relação de sensibilidade com suas histórias, que são semelhantes em alguns pontos. Revelavam segredo e dores entre si, proximidade facilitada pelo uso de drogas das mais variadas. A amizade deles é um dos pontos altos do longa pela complexidade que é construída e a verossimilhança.     

Theo (Oakes Fegley) a esquerda e Boris (Finn Wolfhard) a direita [Foto: Reprodução]

Os recortes fotográficos são bem enquadrados, preferindo uma plano de cenas mais fechado ao invés de um plano aberto com muitas informações. Técnica que tem ligação com o cenário e com as histórias contadas que parecem estarem presas ao formato de uma uma obra de 33 x 22 cm. A sonoplastia, em especial a música, segue uma trilha instrumental contando com a presença do compositor alemão Beethoven, conhecido como um dos mais respeitados e mais influentes durante o classicismo e o romantismo. Apreciação de uma boa trilha é seguida por uma bela representação do atores em cena. 

O Pintassilgo é um filme longo, de mais de duas horas, mas que em momento algum faz com que o espectador perca o interesse em continuar assistindo. Isso porque os recortes são rápidos e a história viaja em diferentes períodos da vida de Theo. Aos que gostam de drama, o longa é excelente, além de contar com atores muito bem preparados.

O filme tem estreia prevista para o dia 10 de outubro no Brasil. Confira o trailer:

1 comentário em “O Pintassilgo é sobre arte e vida”

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