Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Para quem gosta de dias tranquilos

“Pensemos na independência” é o que propõe, não só o enorme catálogo recebido na saída do filme, mas toda a Indie 2012 – Mostra de Cinema Mundial. É nesse espírito da independência que ocorre, entre a Galeria Olido e o Cine Sesc, de 21 de setembro a 04 de outubro, a exibição de 56 filmes …

Para quem gosta de dias tranquilos Leia mais »

“Pensemos na independência” é o que propõe, não só o enorme catálogo recebido na saída do filme, mas toda a Indie 2012 – Mostra de Cinema Mundial. É nesse espírito da independência que ocorre, entre a Galeria Olido e o Cine Sesc, de 21 de setembro a 04 de outubro, a exibição de 56 filmes de 19 países diferentes. Além disso, todos os anos, a filmografia de três diretores diferentes é exibida, em forma de retrospectiva. Os escolhidos da vez foram o russo Aleksey Balabanov, o norte-americano Charles Burnett e o japonês Kazuyoshi Kumakiri.

A difusão da cultura e a formação contínua do público também é o objetivo da parceria de Sesc São Paulo e Zeta Filmes para tornar essa mostra real. Esse objetivo é muito bem atingido para o público cujas tardes ou noites são livres, já que as exibições começam por volta das 15 horas. Os filmes exibidos são independentes e, por consequência, pouco conhecidos, o que torna a experiência ainda mais proveitosa e enriquecedora.

Em se tratar de filmes “indie” ou Cult, que geralmente atraem pouco interesse comercial, os diretores fogem de receitas hollywoodianas e se permitem inovar, usando e abusando de conceitos filosóficos, reflexões profundas e personagens complexos, tudo isso embalado por direções de fotografia atípicas.

É nesse cenário que se encaixa o filme O verão de Giacomo (L’Estate di Giacomo. Itália/Bélgica/França. 2011.), exibido no dia 24/09 no Cinesesc e 28/09 na Galeria Olido. Uma produção da Itália, Bélgica e França, o filme conta a história de uma amizade entre dois jovens. Giacomo é um rapaz de 19 anos, surdo, mas muito falante. Sua melhor amiga é Stefi, uma moça bonita e introvertida. Juntos os dois desbravam os limites da amizade e do amor.

Apesar de dirigido por Alessandro Comodin, um italiano, a linguagem do longa é típica do cinema francês: cenas longas sobre pequenos detalhes. O uso de características francesas pode ser reflexo de sua formação na Bélgica, um país bastante influenciado pela Fraça. Esses detalhes, delicados e pequenos na maioria das vezes, são a alma e o corpo do filme. São eles que embalam a amizade – assim como o amor – de Giacomo e Stefi. Para Stefi, a felicidade poderia morar nas pequenas coisas, já Giacomo não concorda com isso; ele alega que é infeliz e precisa de mais coisas, mais vida, para reverter essa situação. Concordando ou não, foi na simplicidade que eles foram felizes: um banho de rio, um passeio de bicicleta, uma música bonita.

A fotografia ainda é um pouco insegura, mas a trilha sonora é precisa. A história é limitada e bastante pacata, mas oferece diversas reflexões para o público. Além de retratar a amizade, o público é levado a pensar nos conceitos de felicidade, na juventude e no próprio tempo. O clímax do filme coincide com seu final e a maior das declarações amorosas feitas.

O verão de Giacomo é o primeiro longa-metragem de Alessandro Comodin. Ele venceu o Leopardo de Ouro em 2011, ano de sua produção, na competição Filmmakers of the present em Locarno, na Suiça.

A Mostra Mundial Indie 2012 continua recebendo público até quarta-feira, 04 de outubro. A entrada é gratuita (mas é necessário chegar com 30 minutos de antecedência).

A programação pode ser vista no site do evento.

Rúvila Magalhães Avelino
ruvila.m@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *