Leia a seguir o depoimento de Luiz Santoro, produtor de documentários.
“A equipe produziu dois documentários: um para o palmeiras em 1999, sobre a Copa Libertadores da América, e o outro para o Corinthians, em 2002, sobre as conquistas da Copa do Brasil e Campeonato Paulista.
Os dois trabalhos apresentam um formato semelhante. Nós propusemos o projeto para os clubes, conversamos com os jogadores, com as diretorias e, de uma maneira pioneira e inédita, conseguimos fazer um trabalho que ninguém acreditava que fosse possível. Isso porque os clubes não pagam essa conta e tivemos a iniciativa de bancar, no risco, esses documentários, vendendo o produto e dando a porcentagem de licenciamento para os clubes.
No caso do Palmeiras a coisa foi mais emocionante e interessante, afinal apostamos na Libertadores que era um título inédito para o time. Nós viajamos com o clube o tempo inteiro e tivemos uma aceitação muito interessante por parte dos jogadores e do próprio técnico, Felipão, que entendeu o projeto e confiou na equipe, no nosso profissionalismo.
Mas o trabalho foi no risco. O financeiro não era uma coisa tão importante porque, nesse mundo de futebol, o dinheiro que rola é muito superior ao dinheiro da parte de vendas. Um DVD, sem pensar na pirataria, se vendido a mais de 20,00 já pode ser considerado como um valor alto.
Olhando sob esse aspecto, o distribuidor em geral, banca de jornal, internet tem 45% desse valor. Também há custo físico da cópia, como a embalagem, e o licenciamento do clube que gira em torno de 10%. Ao excluir todas essas coisas sobra-se entre 4 e 5 reais, e esse dinheiro tem que pagar toda sua produção e todo o dinheiro investido.
Se você vender 10 mil cópias, fatura 40 mil reais, o que não paga, nem de longe, o custo da produção. Para começar a ganhar dinheiro é preciso vender de 25 a 30 mil cópias e é muito difícil chegar a esses números. O ideal é ter um patrocinador para essas produções e nós nunca tivemos. E se o time perde o campeonato? Ninguém vai arriscar.
Hoje a maioria dos documentários são feitos depois da conquista do título, não acompanhando cada jogo, e possuem um objetivo de propaganda muito forte. Toda a emoção do momento também acaba se perdendo porque ninguém quer arriscar seguir um campeonato inteiro e o time cair na final.
Por isso, eu acredito que o documentário do Palmeiras apresenta momentos únicos e a imprensa na época recebeu muito bem tudo isso. Até 1999, o máximo que tínhamos era um resumo dos gols, mas não havia a emoção e um acompanhamento de perto.
Depois do Palmeiras, eu fiz documentários com o Corinthians pela Libertadores. O time perdeu para o Palmeiras dois anos seguidos, em 2000 e 2001, e eu engoli o prejuízo. Assim, acabamos lançando o do Corinthians, um ano depois, sobre a Copa do Brasil e Campeonato Paulista.
Sob o ponto de vista conceitual e jornalístico, nós resolvemos fazer trabalhos em que o torcedor pudesse entrar e observar. O repórter, com luz e microfone, se torna um elemento destoante que interfere na realidade. Hoje, o jogador tem assessor de imprensa. Quando você liga a câmera e o microfone eles mudam o discurso para algo pré-definido e redundante. Percebendo isso, resolvi eliminar todas as coisas desse tipo e utilizar algo simples como mostrar um jogador lendo a bíblia, fazendo a barba e dar a sensação para o torcedor de estar observando o time. São pequenos detalhes que nunca são mostrados que resolvi valorizar nos dois trabalhos.
Na realidade, nosso processo foi de conseguir a confiança do clube, dos jogadores e, o mais importante, do técnico. Ambos os vídeos mostram uma faceta desses profissionais que não é a conhecida.
No Corinthians nós tínhamos cenas muito legais também, mostrando os jogadores dentro do ônibus, pessoal comemorando, tomando cerveja. Quando se trabalho com a TV comercial essas coisas não aparecem, pois eles se recusam a deixar gravar com medo de como a imagem será veiculada, o que farão com elas.
Na realidade, nosso processo foi de conseguir a confiança do clube, a confiança dos jogadores e, o mais importante, a confiança do técnico. Ambos os vídeos mostram a faceta desses profissionais que não é a faceta conhecida.
Eu realmente gostei muito de ter realizado esses trabalhos exatamente por conseguir mostrar, e a imprensa reconheceu isso na época, esse outro lado de uma maneira inédita e pioneira.”
Leia aqui mais sobre documentários sobre times de futebol.
Depoimento concedido a Susana Berbert
susanaberbert@gmail.com
Parabéns por seu trabalho. Gostaria muito em que fosse feito um documentario sobre o Antunes Futebol Clube @antunes.fc
Sei que parece loucura mais seria um sonho em ter um documentario do Clube mais vitorioso de Maragogi AL,. Antunes tri-campeão maragogiense invicto e consecutivo três vezes seguidas.
Sabemos que não seria possivel isso acontecer porque gera um preço financeiro o qual não teriamos estrutura pra te oferecer o sufiente pra fazer esse trabalho. Mais, a historia desse clube é linda e temos bastantes videos e imagens de momentos magicos vividos por essa equipe e seus torcedores apaixonante, somos conhecidos por Familia Antunes, Jogadores e atores famosos já nos parabénizaram, como o ex zagueiro Juan e o goleiro Cesar do C.R Flamengo, Mozér campeão mundial pelo C.R Flamengo. Reinaldo lateral do São Paulo SP. Filipe Simas e Eri Jonson atores e o cantor gospel Anderson Freire. Se possivel dar uma olhada em nosso Instagran: @antunes.fc
Obrigado