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Netflix | ‘Rua do Medo: 1666 – Parte 3’ e a vingança daqueles que sempre estiveram certos

APÓS REVIRAVOLTAS E MUITA EMOÇÃO, A TRILOGIA É CONCLUÍDA COM CHAVE DE OURO

Último filme da trilogia, Rua do Medo: 1666 – Parte 3 (Fear Street Part 3: 1666, 2021) conclui as histórias de Deena (Kiana Madeira), em 1994, Ziggy (Gillian Jacobs), em 1978, e Sarah Fier. Após incontáveis massacres ocorridos em Shadyside, é a vez de conhecermos a história da bruxa, suposta responsável pela maldição da cidade. Assim como Sarah se mostrou para todos que entravam em contato com seu túmulo ou sua mão, ela transporta Deena para suas memórias e os acontecimentos de 1666.

Antes mesmo de existir Shadyside ou Sunnyside, havia Union, um pequeno vilarejo de peregrinos no interior dos Estados Unidos. Lá vivia Sarah Fier, uma jovem considerada por todos ousada e única — não que isso fosse algo bom para os pensamentos retrógrados da época. Em uma noite, após encontrar uma viúva misteriosa e se envolver romanticamente com Hannah Miller (Olivia Welch), filha do pastor, Sarah é acusada de bruxaria. Na tentativa de livrar a si mesma e a namorada da forca, a jovem descobre o culpado pelos eventos e lança sua maldição.

A descoberta feita por Sarah impacta a forma geral de entender a história. Se torna mais clara a escolha da ordem dos filmes, já que, se fosse cronológico, todo o plot twist seria denunciado; alguns acontecimentos que pareciam desconexos nos dois primeiros filmes passaram a fazer sentido, assim como personagens deslocados na história que ganham papéis importantes. Somente após conhecer a verdade sobre o passado das cidades, extremamente ligado à maldição e aos massacres ocorridos durante os séculos, Deena, Josh (Benjamin Flores) e Ziggy conseguem traçar um plano para terminar de vez com esse histórico e salvar Sam.

 

As duas personagens com os rostos colados e assustados sob uma penumbra, olhando para algo
Hannah e Sarah assustadas ao ouvirem barulhos na mata. [Imagem: Reprodução/Netflix]
O início de 1666 é um pouco confuso quanto à maldição, principalmente aos fatos ligados à viúva, uma personagem que parece desconexa. Somado a isso, as cenas principais acontecem no escuro, sendo um pouco difíceis de enxergar. No entanto, esses são os únicos defeitos, que, com certeza, são esquecidos diante de todos os acertos do filme.

Um dos pontos altos é a relação estabelecida entre Deena e Sam, Sarah e Hannah: como são interpretadas pelas mesmas atrizes, há a ideia de que elas são as mesmas pessoas em épocas diferentes, capazes de se encontrar novamente e tentar viver aquilo que, no passado, foi interrompido. Caçada como bruxa apenas por ser lésbica e marcada durante séculos por uma reputação de ódio e morte, Sarah finalmente pôde ter sua vingança, que não necessariamente se restringe aos acontecimentos desenrolados no final do filme, mas por ter sua história reconhecida e possibilitar que um casal lésbico, finalmente, tenha um final feliz. Aliás, são poucos os filmes em que pessoas queers sobrevivem, e mais escassos aqueles que sobrevivem e têm um final feliz.

Além disso, nessa trilogia, são os pequenos detalhes que contam a verdadeira história desde o início, e que são fáceis de passar despercebidos: sobrenomes, paradoxos entre bem e mal, latinhas de tinta e até mesmo as plantinhas no chão do túmulo. Ao fim da Parte 3, é inevitável não querer reassistir a todos os filmes, a fim de pegar esses elementos tão escancarados mas que passam direto na percepção de quem assiste.

 

Os personagens de Rua do Medo: 1666 sob uma intensa luz azul e rosa olhando para uma espécie de holograma.
Josh, Ziggy e Martin (Darrell Britt-Gibson) ao enfrentarem os assassinos. [Imagem: Reprodução/Netflix]
Quanto às cenas de ação, elas se diferenciam muito daquelas feitas nos filmes anteriores, que tinham o mesmo estilo dos clássicos do terror, como Sexta-Feira 13 (Friday The 13th, 1980). Em 1666, o plano feito pelas personagens é bem mais eficiente e inteligente, até porque, agora, eles já conhecem com quem estão lidando, assim a correria, os gritos e as surpresas são cortados pela metade, dando todo o suspense para a trama principal.

Ao final, 1666 é uma ótima conclusão para a trilogia, fazendo jus aos personagens que morreram, dando paz aos que ficaram vivos e vingando Sarah Fier, tudo isso ao deixar uma brecha nos pós-créditos para possíveis futuros filmes, os quais seriam muito bem-vindos se seguirem o exemplo de Rua do Medo: com representatividade, mistérios, suspense, personagens envolventes e histórias inteligentes.

Nota do Cinéfilo: 4 de 5, muito bom.

 

Rua do Medo: 1666 – Parte 3 estreou dia 16 de julho e está disponível para todos os assinantes da Netflix. Confira o trailer:

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