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Sim, os vilões atiram pipocas

Só de ouvir falar em palhaços, me vêm à mente duas ideias completamente opostas: o riso e o medo. Por mais que seja uma figura que busque fazer rir e divertir, existem muitas pessoas que a veem como algo aterrorizante – daí o termo psiquiatrico Coulrofobia. Foi então que os irmão americanos Charles, Edward e …

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Só de ouvir falar em palhaços, me vêm à mente duas ideias completamente opostas: o riso e o medo. Por mais que seja uma figura que busque fazer rir e divertir, existem muitas pessoas que a veem como algo aterrorizante – daí o termo psiquiatrico Coulrofobia. Foi então que os irmão americanos Charles, Edward e Stephen Chiodo fizeram algo para compilar esses dois pensamentos e, em 1988, produziram o filme de gênero comédia-terror “Palhaços assassinos do espaço sideral”. Não, você não leu errado. Eles são palhaços, vieram do espaço em uma tenda de circo voadora e estão sedentos pelo seu sangue.

Enquanto vários casais estão deitados em seus carros no parque de uma pacata cidade, algo luminoso corta os céus chamando a atenção dos jovens Mike Tobacco e Debbie Stone. Tomados pela curiosidade – e pela crença de que era uma estrela cadente –, vão a procura do local onde acreditam que o objeto misterioso caiu. A uma pequena distância do local onde os jovens estavam, um velho fazendeiro que mora próximo a região pega seu fiel cachorro e parte na mesma busca. Qual não é a surpresa do senhor quando encontra no meio da floresta uma tenda imensa de circo, curiosamente sem nenhuma bilheteria e nem visitantes. É nesse momento que os vemos pela primeira vez: um palhaço, que os produtores tentaram transformar em uma criatura aterrorizante, mas de tão desforme e bizarro, o resultado é uma criatura absolutamente esdrúxula. Mas que mata sem nem pensar duas vezes, dando fim ao fazendeiro e seu cãozinho.

Chegando no local logo após a morte do senhor, Debbie e Mike, a principio temerosos, deixam-se vencer pela curiosidade e adentram aquela misteriosa tenda. Em meio a botões coloridos e elevadores, chegam em uma sala com inúmeros casulos feitos de algodão doce, que são na verdade usados para manter as pessoas conservadas depois de mortas. Em pânico com sua descoberta o casal tenta fugir, mas é encontrado por um grupo de palhaços. Começa assim uma perseguição assustadora, que termina com os palhaços mirando suas armas no casal e jogando pipoca (sim, pipocas) para logo em seguida um dos extraterrestres retirar uma balão do bolso e enchê-lo em forma de cachorro. O cachorro-bexiga persegue os fugitivos, porém esses conseguem escapar.

E quando você acha tudo isso já seria o suficiente para garantir o longa na prateleira de filmes trashs, cada novo acontecimento te surpreende. Como quando um dos alienigenas, em uma cena que deveria causar o minímo de repulsa, vai sugar o sangue de uma das vítimas presas nos casulos de algodão doce e para tal retira um imenso canudinho colorido e retorcido, como de criança. Mas as bizarrices não param por ai: temos ainda o momento no qual um palhaço, em meio a uma luta com uma gangue de motoqueiros que ousou rir da extravagância de sua moto, arranca a cabeça de um dos opressores – com um único soco.  Ou quando um policial é transformado em uma pilha de ossos após ser severamente atingido por uma quantidade imensa de tortas.

É dessa forma, utilizando artifícios típicos do universo circense, como flores que espirram água, um carro pequeno demais para caber todas as pessoas que entram nele, balões em forma de animais, uma porta que leva a outra porta que leva a outra porta; e somando-os a acontecimentos assustadores, como perseguições, mortes e, é claro, a palhaços com dentes afiados e risadas assustadoras, os produtores conseguiram como resultado um filme que te cativa pela absoluta estranheza na forma em que tudo é tratado.

Se você é uma daquelas pessoas que possuem a tal da Coulrofobia, não exite em assistir. Vai descobrir um meio de eliminar de vez essas terríveis criaturas, caso elas decidam invadir o planeta e te prender num casulo de doce. Só uma dica: cuidado com a pipoca, pode ser que ela se transforme em pequenos palhaços que vão tentar de devorar – como você vai acabar descobrindo.

Por Ana Luisa Abdalla
anita.abdalla.usp@gmail.com

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