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Austrália e Nova Zelândia 2023 | Suécia se defende bem, é fatal nas penalidades e causa eliminação inédita dos EUA em Copas 

Seleção estadunidense até teve as melhores oportunidades, mas uma atuação brilhante da goleira Zećira Mušović garantiu a classificação sueca à semifinal

Terceira colocada e líder do ranking mundial da Fifa feminino, Suécia e Estados Unidos se enfrentaram no Melbourne Rectangular Stadium, na Austrália, pelas oitavas de final da Copa do Mundo Austrália e Nova Zelândia 2023. Na fase de grupos, a seleção sueca se classificou em primeiro lugar no Grupo G (África do Sul, Itália e Argentina) com muita tranquilidade: foram três jogos, três vitórias, nove gols marcados e apenas um sofrido — a segunda melhor campanha, atrás apenas do Japão, que fez 11 gols e sofreu nenhum. 

A seleção estadunidense, por sua vez, foi segunda colocada do Grupo E (Holanda, Portugal e Vietnã) e fez cinco pontos. As atuais bicampeãs do mundo venceram apenas um jogo, diante das vietnamitas, e ficaram a um gol de Portugal de perderem a vaga nas oitavas de final, o que seria inédito.

Histórico de confrontos 

Antes do duelo em Melbourne, Suécia e Estados Unidos já tinham se enfrentado em outras 26 oportunidades na história, com ampla vantagem para as americanas: eram 13 vitórias, contra apenas quatro das suecas e mais nove empates. Em mundiais, o confronto do dia 6 de agosto foi o sétimo entre as seleções, sendo o primeiro eliminatório — entre 1991 e 2019, as Yanks venceram quatro vezes jogos de fase de grupos, empataram uma e perderam outra partida para a Blågult.

Primeiro Tempo: EUA no ataque

O jogo começou com pressão norte-americana. Aos 6’, a bola sobrou para Sullivan. A camisa 17 finalizou de longe e a bola foi para fora. Com 18’, Bjorn errou na saída de bola e cedeu o ataque às Yanks. Rodman bateu de longe e Mušović defendeu. A primeira chance sueca veio somente aos 22’, quando Asllani cobrou escanteio fechado e Naeher impediu o gol olímpico por pouco. A arbitragem marcou falta na jogada. 

Cinco minutos depois, Rodman arrancou pela direita e bateu cruzado para boa intervenção de Mušović. Iniciava-se o recital de defesas da goleira sueca. Aos 34’, Sullivan cobrou escanteio na cabeça de Horan, que testou com força no travessão. Com 42’, Ertz tocou de cabeça após cruzamento na área e Mušović se antecipou a Alex Morgan para evitar o gol estadunidense. 

Segundo Tempo: Mušović crucial

As equipes voltaram ao campo sem alterações, e a toada da primeira etapa se repetiu: os Estados Unidos tiveram a bola por mais tempo (cerca de 60% de posse) e criaram as principais oportunidades. Com 53’, Fox foi para a linha de fundo e fez o cruzamento. A bola passeou pela grande área até chegar em Horan, que pegou em cheio de primeiro e bateu no canto oposto para linda defesa de Mušović.

As americanas seguiram no ataque, mas sem oferecer grande perigo à Blågult. Aos 66’, Vlatko Andonovski decidiu mexer na equipe pela primeira vez, e Rodman, destaque no primeiro tempo, saiu para a entrada de Williams. Dez minutos depois, após chutão de Naeher desde a defesa, a bola sobrou para Morgan, que lançou Williams em velocidade. A camisa seis venceu a marcadora na corrida e tocou para Morgan, que ajeitou para Sonnett chutar por cima do gol. 

Aos 82’, foi a vez de Peter Gerhardsson fazer as primeiras substituições de sua equipe: Kaneryd e Asllani deixaram o campo para as entradas de Jakobsson e de Hurtig. Pouco tempo depois, veio a principal chance sueca no segundo tempo: Blackstenius abriu para Jakobsson, que fez bonita jogada individual e bateu para a defesa de Naeher. Com 89’, Williams cruzou da direita e Alex Morgan tocou de cabeça da entrada da pequena área para mais uma defesa espetacular de Mušović. 

Nem Wi-Fi. A atuação de Zećira Mušović na meta sueca está entre os grandes momentos dessa Copa [Imagem: Reprodução/ X @EsportudoW] 

Prorrogação: 

O primeiro tempo da prorrogação foi atípico em relação aos outros períodos da partida, uma vez que a Suécia teve mais a bola (61% a 39%). Apesar disso, as chances claras continuaram sendo dos Estados Unidos. Aos 96’, após roubada de bola e lançamento de Sullivan, Morgan ganhou de Bjorn na corrida e bateu cruzado para boa defesa de Mušović. A seguir, Angeldahl foi substituída por Bennison. Ela sentiu dores após perder dividia para Sullivan no lance que ocasionou a chance americana. 

Aos 99’, uma substituição marcante na equipe estadunidense, por uma série de motivos: Alex Morgan, camisa 13 e artilheira do atual elenco das Yanks com nove gols em quatro Copas disputadas, deixou o campo — e a Copa — sem marcar na edição de 2023. Em seu lugar entrou outra figura histórica e também bicampeã do mundo: Megan Rapinoe, que anunciou, aos 38 anos, que se aposentaria após a Copa. 

13 participações em gol em Copas para a camisa 13. Aos 34 anos, essa deve ter sido a última participação em mundiais de Alex Morgan (foto), três vezes entre as melhores atacantes do mundo em sua carreira [Imagem/ Reprodução X @liberta___depre]

Dois minutos depois, mais um gol americano impedido pela muralha sueca: Sophia Smith roubou a bola de Bennison, tabelou com Sonnett e abriu na direita para Williams. A camisa seis finalizou cruzado para mais uma defesaça de Mušović. Na sobra, Horan bateu sobre a marcação. 

No segundo tempo da prorrogação, o cenário de ataque constante das estadunidenses permaneceu inalterado, mas a posse voltou ao controle delas. Aos 107’, Williams cruzou para Sophia Smith, que dominou, tirou da marcação e bateu. Mušović espalmou e evitou o gol — mais uma vez. As duas seleções mexeram no time, com as entradas de Blomqvist no lugar de Blackstenius, na sueca, e de Mewis e O’Hara na norte-americana. Mas não havia mais tempo: a árbitra francesa Stephanie Frappart apitou o final da partida e decretou as penalidades.

Pênaltis: 

As jogadoras começaram acertando suas penalidades. Sullivan, Horan e Mewis marcaram para os Estados Unidos, enquanto Rolfö e Rubensson converteram para a Suécia, sem possibilidade de defesa para as goleiras, que acertaram o canto da batida na maioria das vezes. 

Na terceira cobrança da Suécia, Bjorn chutou por cima do gol. Para sua sorte, porém, Rapinoe, destaque do título dos Estados Unidos na Copa do Mundo da França, em 2019, também isolou. A seguir, Naeher defendeu a cobrança de Blomqvist, enquanto Sophia Smith chutou para fora. Bennison, Naeher e Eriksson converteram suas cobranças, mas O’Hara bateu na trave esquerda do gol de Mušović. 

Sorriso amarelo (e azul!). Megan Rapinoe já foi a melhor jogadora do mundo, mas não conseguiu converter a penalidade e ajudar sua seleção nas oitavas de final da Copa do Mundo Austrália e Nova Zelândia 2023 [Imagem: Reprodução X/ @portal_espmrj]

Restou à atacante Hurtig, do Arsenal, a responsabilidade de colocar a Suécia nas quartas de final. Na cobrança, Naeher espalmou, duas vezes, para tentar evitar o gol. A tecnologia, portanto, indicou que a bola ultrapassou a linha do gol por muito pouco. Naeher, que instantes antes era a heroína das penalidades com um pênalti defendido e outro convertido, não conseguiu evitar o gol, e a Suécia estava classificada às quartas de final da Copa do Mundo!

Zećira Mušović: (mais) uma linda história proporcionada pela Copa do Mundo

Grande destaque da partida, com direito ao recorde de defesas realizadas em uma partida de mundial feminino (11) e uma nota dez do aplicativo de estatísticas esportivas Sofascore, a goleira Mušović, 27, que joga pelo Chelsea, tem uma trajetória impressionante e que faz com que o ataque dos Estados Unidos pareça algo fácil de se lidar. 

Player of the match. Mušović é exemplo de coragem dentro e fora dos gramados [Imagem: Reprodução/ X @FIFAWWC]

De família bósnia fugida da Sérvia rumo à Suécia durante os anos 1990 devido aos conflitos que acarretaram na dissolução da Iugoslávia, Mušović é a única de quatro irmãos que já nasceu em território escandinavo. O acolhimento no país nórdico fez com que ela optasse por defender a seleção auri-azul. A atleta também criou um programa para auxiliar mulheres de baixa renda a seguirem carreira no futebol feminino — o Next Generation Dreamers. Mušović, que é formada em economia, é conhecida por ter a antipatia da extrema-direita sueca. Em suas redes sociais costuma combater o machismo no futebol com o uso do humor. 

Por clubes, a jogadora fez sucesso no Rosengard, da Suécia, antes de se transferir para o Chelsea, onde atualmente é reserva. Na seleção, porém, a goleira superou a concorrência e o histórico de grandes goleiras e assumiu a camisa um. Após a classificação para as quartas de final, ela disse ao site oficial da Fifa que via os Estados Unidos como a melhor seleção do torneio e que almejava o título mundial — que seria inédito.

Passos seguintes: 

As quase 28 mil pessoas presentes no Melbourne Rectangular Stadium assistiram a uma das mais emocionantes e marcantes partidas do mundial. Após a classificação histórica, a Blågult teve pela frente, nas quartas de final, a última campeã mundial antes dos Estados Unidos: a seleção japonesa. As suecas se classificaram após duelo equilibradíssimo, pênalti desperdiçado pelo Japão e vitória por 2 a 1. Os Estados Unidos, por sua vez, retornam para casa após a pior e mais decepcionante campanha de sua história, mostrando que o caminho para a renovação de uma geração vencedora não é fácil.

Na semifinal, a Suécia enfrenta a Espanha, seleção talentosa e que busca, também, o título mundial inédito. O jogo aconteceu no Eden Park, em Auckland, Nova Zelândia, no dia 15, às 5h, e teve a brasileira Edina Alves Batista no comando da arbitragem. A Suécia acabou eliminada. Na outra semifinal, Austrália e Inglaterra se enfrentam no dia 16. Não resta nenhuma seleção campeã do mundo viva no torneio.

*A programação está no Horário de Brasília (UTC/GMT – 03:00)

Ficha Técnica: 

Suécia (4-2-3-1): Mušović; Bjorn, Ilestedt, Eriksson, Andersson; Angeldahl (Bennison, 97’), Rubensson; Kaneryd (Jakobsson, 82’), Asllani (Hurtig, 82’), Rolfö; Blackstenius (Blomqvist, 112’). T.: Peter Gerhardsson.

Estados Unidos (4-2-3-1): Naeher; Fox (O’Hara, 120’), Ertz, Girma, Dunn; Sonett (Mewis, 120’), Sullivan; Rodman (Williams, 66’), Horan, Sophia Smith; Alex Morgan (Rapinoe, 99’). T.: Vlatko Andonovski.

Pênaltis (5 a 4): 

SUE: Rolfö (O), Rubensson (O), Bjorn (X), Blomqvist (X), Bennison (O), Eriksson (O) e Hurtig (O)

EUA: Sullivan (O), Horan (O), Mewis (O), Rapinoe (X), Sophia Smith (X), Naeher (O), O’Hara (X)

Cartões amarelos:

Asllani (49’) – SUE / Ertz (119’) – EUA 

*Imagem de capa: X @FIFAWWC

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