Interpretado por diversos atores ao longo de várias adaptações, a história de Ted Bundy é conhecida mundialmente. O serial killer americano foi condenado à morte por ter cometido 30 homicídios (ou mais) em diversos locais dos Estados Unidos. Em Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal (Extremely Wicked, Shockingly and Vile, 2019), vemos um ponto de vista diferente para a história contada diversas vezes.
Ao optar por um caminho não convencional, o roteiro permite que o espectador compreenda a angústia sofrida pela personagem de Collins, que ama o serial killer. Caso o filme se limitasse retratando os assassinatos e o julgamento de Bundy como consequência, tal visão não funcionaria.
A suposta imagem sofredora de Ted é reafirmada através da genialidade do roteiro em não mostrar, durante uma hora e quarenta minutos, o homicida derramar qualquer sangue. Longe de humanizá-lo (o diretor, Joe Berlinger, parece o fazer inicialmente), isto ressalta sua maldade e desumanidade, tendo em vista o conhecido desfecho do caso. Com fotografia atraente, seu êxito está em tornar compreensível o porquê de alguns, na época, acreditarem na inocência do criminoso.
O longa, no entanto, falha na edição conturbada. Saltos temporais são estranhos e confusos, sendo a maioria não essenciais. Além do casal principal como destaque, Kaya Scodelario oferece uma excelente interpretação para Carole Ann Boone, ex-esposa e mãe da filha de Bundy.
À primeira vista, a história parece batida. Porém, trata-se de um filme corajoso, que foge de conveniências e apresenta uma nova visão sobre os atos do serial killer. O responsável por compreender suas verdadeiras intenções, acima de colocar Bundy como vítima, é o próprio espectador.
O longa tem estreia prevista para o dia 25 de julho no Brasil. Confira o trailer: