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‘Todo Tempo Que Temos’: uma lição sobre como viver diante do incontrolável

Filme usa da química entre os protagonistas para não cair em lugar comum
Por Alinne Maria Aguiar (alinnemariaaguiar@usp.br)

A comédia dramática Todo Tempo Que Temos (We Live In Time, 2024), da produtora norte-americana A24, estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas brasileiros. Estrelado por Florence Pugh e Andrew Garfield, o filme apresenta a história de um casal jovem que enfrenta os altos e baixos comuns da vida real. Sem grandes reviravoltas, a obra aposta na química entre os atores e em uma narrativa que se aproxima da realidade para emocionar o público.

Sob a direção de John Crowley, indicado ao Oscar em 2016 por Brooklyn (2016), o filme acompanha o encontro inesperado entre Almut (Florence Pugh), uma chef de cozinha talentosa, e Tobias (Andrew Garfield), recém-divorciado e tentando recomeçar a vida. Esse é o ponto de partida para uma história de amor. Juntos, eles constroem um lar e uma família, mas a chegada de uma notícia devastadora coloca à prova os sonhos e planos do casal. 

Agora, Almut e Tobias precisam encarar as dificuldades da vida e, unidos, aprender a viver o presente, mesmo diante do que não podem controlar. O filme explora de forma não linear as diferentes fases do relacionamento do casal, desde a expectativa dos primeiros encontros até os dilemas sobre ter ou não filhos, a experiência da gravidez e a descoberta de uma doença. A estrutura fragmentada não dificulta a compreensão da história; ao contrário, é justamente essa escolha narrativa que torna a trama mais envolvente e instigante para o espectador.

Embora o roteiro de Nick Payne não inove em termos de temática — a história de um casal lidando com uma doença já foi abordada em diversas obras cinematográficas —, sua previsibilidade não diminui o impacto emocional. Afinal, a familiaridade da narrativa permite que o público se identifique e reconheça que a jornada do casal poderia facilmente ser a de qualquer pessoa. 

Mesmo com um tom melancólico, o filme evita cair em melodramas exagerados e opta por uma abordagem mais sutil. O humor, muito presente ao longo da trama, acrescenta leveza a momentos mais delicados, como nas cenas com a filha do casal.

O cabelo de Almut ajuda o público a entender em qual período cronológico se passa o filme [Imagem: Divulgação / Imagem Filmes]

A química entre os protagonistas da trama, sem dúvida, é o ponto alto do filme. O entrosamento entre Florence e Andrew confere veracidade ao amor e a conexão entre seus personagens. Florence Pugh, conhecida por sua atuação em Adoráveis Mulheres (Little Women, 2019), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, tem se destacado como um dos nomes mais promissores de Hollywood. Sua versatilidade permite que ela transite por diferentes gêneros cinematográficos — do suspense em Não Se Preocupe, Querida (Don’t Worry Darling, 2022) à ação e ficção de super-heróis em Viúva Negra (Black Widow, 2021). 

Em Todo Tempo Que Temos, Florence não interpreta uma mulher com super-poderes, tampouco uma princesa, como em Duna: Parte 2 (Dune: Part Two, 2024). Sua personagem, Almut, é apenas uma mulher comum, porém admirada por aqueles que a cercam. O desejo de fazer algo extraordinário move a chef de cozinha a ir atrás de um sonho mesmo diante dos obstáculos. Essa mensagem de determinação misturada com vulnerabilidade é capturada por Florence, que domina as telas. Em entrevista à Vanity Fair, Pugh revelou que há muito tempo buscava um personagem que não fosse necessariamente tão endurecido ou poderoso, característica de seus trabalhos anteriores: “Consegui interpretar uma mulher muito normal que é talentosa à sua maneira”. 

Andrew Garfield, por sua vez, traz ao filme a perspectiva de um homem disposto a abrir mão de seus próprios interesses para viver momentos felizes ao lado de quem ama. A escolha de contar a história do casal sem seguir uma ordem cronológica oferece ao espectador a sensação de estar presenciando as memórias de Tobias, o marido que acompanha a luta de sua esposa.

As atuações de Florence e Andrew receberam elogios da crítica durante a estreia do filme no Festival de Toronto 2024  [Imagem: Divulgação / Imagem Filmes]

Quem assistiu ao trailer de Todo Tempo Que Temos já sabe o que esperar ao ir ao cinema, e a experiência provavelmente não decepcionará. O filme entra na lista de produções que instigam o público a pensar sobre a vida; qual seu sentido e como aproveitamos o tempo ao lado de quem amamos. É um convite para pensar sobre o que realmente importa e lembrar que, apesar de limitado, o tempo pode ser belo.

O filme está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Divulgação/Imagem Filmes

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