Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Um Homem só: um final não comercial

por Laura Raffs lauraraffsguerra@gmail.com Arnaldo (Vladimir Brichta) é o protagonista infeliz com sua vida e amargo em suas relações. Ele vive em um mundo de constantes frustrações por não suportar seu trabalho e a vida ao lado de sua esposa, Aline (Ingrid Guimarães) – pintora de quadros nudistas conceituais. Tudo o atormenta, inclusive o alarme …

Um Homem só: um final não comercial Leia mais »

por Laura Raffs
lauraraffsguerra@gmail.com 1

Arnaldo (Vladimir Brichta) é o protagonista infeliz com sua vida e amargo em suas relações. Ele vive em um mundo de constantes frustrações por não suportar seu trabalho e a vida ao lado de sua esposa, Aline (Ingrid Guimarães) – pintora de quadros nudistas conceituais. Tudo o atormenta, inclusive o alarme do chevette velho do seu vizinho que insiste em tocar toda manhã. O desespero e a covardia de não querer encarar seus problemas levam Arnaldo a procurar uma clínica clandestina, onde Dr. Döppel (Daniel Aráoz) realiza cópias de seres humanos, para fazer com que uma cópia assuma sua rotina miserável e ele possa enfim viver liberto.

O longa-metragem foi dirigido pela estreante Cláudia Jouvin, roteirista experiente de diversos filmes, como Gorila (2011), Entre Idas e Vindas (2014), e séries famosas, A Grande Família e A Diarista.  Com um background de cenários de quadrinhos e da cultura pop, Um Homem só (2016) é uma inovadora comédia romântica dramática – ou dramédia – com um desfecho surpreendente e inesperado para seu gênero. Além disso, Cláudia Jouvin adapta muito bem o universo da ficção científica, pouco trabalhada no cinema nacional, para a realidade brasileira, tomando cuidado extra para a clínica de cópias não se tornar “americanizada”. O longa ganhou três prêmios no 43º Festival Gramado, melhor fotografia, melhor ator coadjuvante (Otávio Muller) e melhor atriz (Mariana Ximenes).

De forma envolvente, Vladimir Brichta adota personalidades extremamente diferentes para o seu duplo e o real, marcando sua atuação no filme. Seu tom melancólico e lúgubre faz parte do humor do longa.  Mascarenhas (Otávio Muller), melhor amigo de Arnaldo, é quem vivencia a história junto ao amigo, se dizendo um apto colecionador daquelas histórias que só acontecem “com um amigo de um amigo”.

2

Apesar da ótima atuação de Brichta e Muller, quem roubou a cena foi Josie, por quem Arnaldo se apaixona. Mariana Ximenes incorporou a excêntrica menina de cabelos ruivos e cheia de sardas – sua caracterização chegou a durar horas – de forma única. Josie, com um ar de manic pixie dream girl, é uma garota que trabalha em um cemitério para animais com a madrasta (ex-mulher de sua mãe, interpretada por Eliane Giardini), que prefere ser chamada de tia. Ela possui dificuldades de se relacionar de forma profunda com as pessoas – segundo sua madrasta, expert em astrologia, um comportamento típico de uma geminiana – em decorrência da morte da mãe. Por isso ela tenta desesperadamente se desprender de seu passado.

O romance entre Arnaldo e Josie. As dificuldades de Aline. A parceria de Mascarenhas. Uma clínica clandestina. O cenário perfeito para um filme inovador no cinema nacional, com comédia na medida certa e um ensinamento final: não importa a aparência física, cada um é único, um homem só.

Confira o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=4-0FL0xtzzY

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *