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Um livro de cabeceira dos “anos 10”

Pra ser sincero, nunca fui um grande fã de tirinhas. Lia apenas as que, por acaso, surgiam na minha frente, seja no fim de uma página do jornal ou numa questão de interpretação de texto numa prova. Mas, eis que um dia caíram em minhas mãos um livro de mais de 300 páginas apenas de …

Um livro de cabeceira dos “anos 10” Leia mais »

Pra ser sincero, nunca fui um grande fã de tirinhas. Lia apenas as que, por acaso, surgiam na minha frente, seja no fim de uma página do jornal ou numa questão de interpretação de texto numa prova. Mas, eis que um dia caíram em minhas mãos um livro de mais de 300 páginas apenas de tirinhas, uma por página. Topei o desafio e iniciei a leitura.


Li a primeira tirinha, a segunda, pulei algumas, li outra…Quando me dei conta já tinha lido metade do livro. A cada nova página vinha uma gargalhada, uma reflexão, um questionamento. “Quadrinhos dos anos 10” (Companhia das Letras, 2016) é assim. Você não vai só rir. Aliás, o humor é apenas um dos elementos que compõem o livro. Nos três quadros que constituem cada tirinha você vai encontrar muito mais que frases engraçadas. Cada história traz consigo uma crítica as mais variadas nuances do comportamento humano e da vida contemporânea. Nosso vício em internet, nosso descaso com o meio ambiente, nosso individualismo, tudo isso e muitas outras “manias” da atualidade são denunciadas em frases curtas e traços simples.

De forma objetiva e direta, as tirinhas surfam por vários setores da vida cotidiana, abordando assuntos que envolvem desde política, história e economia até programas de televisão e memes. Com um humor ácido e inteligente, as histórias contadas em cada página conseguem provocar no leitor uma série de indagações que acabam envolvendo ainda mais quem lê, tornando uma leitura que era apenas pra ser divertida em algo muito mais enriquecedor e interessante.

Por não possuir uma linearidade, você pode abrir o livro em qualquer página e começar a ler. Isso torna “Quadrinhos” um ótimo parceiro pras idas e vindas no transporte público entre casa e trabalho/escola/faculdade ou, até mesmo, pra passar o tempo numa fila de banco que não anda ou também naquela pausa rápida pro lanche. Essa facilidade de leitura somada ao humor e ao conteúdo das tirinhas faz de Quadrinho dos anos 10 um companheiro pra toda e qualquer situação, transformando ele num verdadeiro livro de cabeceira um pouco fora do comum, diga-se de passagem.

Esta não é a única criação de André Dahmer. Pra quem não conhece, o cartunista também é autor de “Malvados”, “Apóstolos, a série“, “Cidade do medo” e do personagem Emir Saad, um ditador sádico e egocêntrico que controla o Ziniguistão, seu reino fictício. Todos possuem o mesmo teor humorístico e crítico de “Quadrinhos”. Não é a toa que muitas de suas tirinhas estão presentes em questões de vestibular e já foram até utilizadas como base para tema de redação do Enem, como é o caso da tirinha acima. Com sua genialidade, Dahmer faz você rir e refletir – tudo ao mesmo tempo.

Por Igor Soares
digorsoares@gmail.com

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