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44ª Mostra Internacional de SP: ‘A Terra É Azul Como uma Laranja’

Esse filme faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique na tag no final do texto. A Guerra em Donbass, Guerra Civil do Leste da Ucrânia ou mais popularmente conhecida como Guerra na Ucrânia, é um conflito armado iniciado em 2014 e que, para um possível …

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Esse filme faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique na tag no final do texto.

A Guerra em Donbass, Guerra Civil do Leste da Ucrânia ou mais popularmente conhecida como Guerra na Ucrânia, é um conflito armado iniciado em 2014 e que, para um possível espanto, ainda segue em seu curso destrutivo.

A Terra É Azul Como uma Laranja (The Earth Is Blue as an Orange, 2020) é um documentário metalinguístico sobre a família de Ganna Gladka. Todos os membros de sua família são entusiastas de cinema amador e eles filmam uma produção sobre suas próprias vidas no contexto da guerra.

A ambiciosa ideia de realizar tamanha metalinguagem pode parecer difícil de atingir excelência, mas o filme a faz de um modo bem executado e permite ao espectador, simultaneamente, conectar-se com a família e seus hobbies. Entre instrumentos musicais e equipamentos de filmagem, os momentos de convivência familiar são quebrados por explosões ou militares cruzando a rua. Testemunha-se, assim, a ocorrência de uma espécie de banalização das condições impostas pela guerra, em que ela passa a fazer parte do cotidiano.

Ganna, vestida de preto, e sua família.
Ganna, vestida de preto, e sua família. [Imagem: Divulgação/Albatros Communicos]

Dirigido e escrito por Iryna Tsilyk, A Terra É Azul Como uma Laranja mostra a luta de uma família em ter sua existência normal garantida em meio a uma zona de guerra. Entre cenários repletos de edifícios abandonados e hábitos provenientes de traumas, como dormir de olhos abertos, eles decidem permanecer. Pois é nessa terra que os parentes de sua família estão. E alguém precisa reconstruir o que sobrar.

É do vazio da guerra que se constrói o longa. É nesse vazio que essas pessoas se apaixonam, vão à escola, tocam saxofone, teclado e ukulele. Que caem dentes de leite, vão à bailes de formatura, tentam ingressar na faculdade, passam por rejeições, conquistas e felicidades. Vivem muito mais do que sobrevivem, mantém o que há de humano em suas vidas. E fazem seu próprio longa.

O cotidiano vira um misto de realidade e filme, numa fantasia que diminui também a seriedade do que é real. Sempre dialogando com a arte de fazer cinema, observa-se a criação de um retrato ficcional da realidade dessa família na guerra como uma forma de intertexto, uma situação extra que ocorre simultânea ao documentário.

Pessoas filmam uma rua destruída pela guerra na Ucrânia.
Pessoas filmam uma rua destruída pela guerra na Ucrânia. [Imagem: Divulgação/Albatros Communicos]

Depois de matar mais de 10 mil pessoas entre 2014 e 2017, sendo deste número um total de 2 mil civis, e deslocar mais de 1,6 milhão de pessoas no mesmo período de tempo, a guerra prevalece. A tensão na região de Donbass permanece e famílias como a de Ganna se mantém nos ambientes abandonados em virtude dos caças e das bombas. 

Não é porque se deixou de noticiar que essa guerra acabou. Porém, não é porque ela não acabou que não há espaço para a vida nesse local.

Confira o trailer:

*Imagem de capa: Divulgação/Albatros Communicos

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