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5 a seco apresenta show “Síntese” no Cine Joia e endossa campanha do #EleNão

Foto: Léo Lopes / Jornalismo Júnior No dia 5, sexta-feira, o 5 a seco fez o último metrô do dia chegar lotado de gente na estação da Liberdade. Todos estavam indo ao Cine Joia para ver ao vivo a apresentação do álbum mais recente da banda – “Síntese” – lançado em fevereiro deste ano. O …

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Foto: Léo Lopes / Jornalismo Júnior

No dia 5, sexta-feira, o 5 a seco fez o último metrô do dia chegar lotado de gente na estação da Liberdade. Todos estavam indo ao Cine Joia para ver ao vivo a apresentação do álbum mais recente da banda – “Síntese” – lançado em fevereiro deste ano. O show empolgou a grande maioria que lotou a casa, e ficou marcado pelo posicionamento firme deles apoiando a campanha #EleNão nas vésperas do primeiro turno das eleições.

(Foto: Léo Lopes / Jornalismo Júnior)

Já era quase 1:30 da manhã quando a guitarra de Na Onda começou a soar pelas caixas do Cine Joia e a banda entrou no palco. A música faz parte do Síntese, que dá nome à turnê e predomina em todo o setlist. Um fato curioso é que antes de lançarem oficialmente este álbum, primeiro publicaram todas as músicas em formato acústico pelo YouTube, e então saíram rodando pelo Brasil fazendo alguns shows já com o novo repertório. Isso não apenas afinou a execução das canções para o momento de colocar o disco no mundo, como também garantiu que boa parte do público já soubesse cantar tudo de cor.

A proposta doSíntese”, como álbum, se insere na lógica da dialética hegeliana de tese/antítese/síntese. Assim, foi congregada a pegada das músicas mais cruas voz/violão do coletivo de compositores no primeiro álbum “Ao Vivo no Auditório Ibirapuera”, com as pirações mais tecnológicas e novas possibilidades tratadas no segundo álbum “Policromo”.

E na turnê tudo dialoga, mesmo se priorizando as novas canções que representam uma união dos álbuns mais antigos, ainda buscam englobar alguns hits para além do Síntese no setlist. Mantendo sempre uma coerência na escolha para que a reprodução se adeque ao modelo de apresentação atual deles. Por exemplo Pra Você Dar Nome, maior sucesso da banda, é tocada de forma bem mais intimista e introvertida comparada à versão original. Eles não deixaram ponta solta

Foto: Léo Lopes / Jornalismo Júnior

Tudo é extremamente bem ensaiado, e uma consequência desse caráter tão espetacularizado da apresentação é que a interação com o público permanece deixada de lado em boa parte do tempo. O primeiro contato real surge quase já na metade do show, quando somos convidados a cantar os versos de “Pensando Bem”, dueto do Tó Brandileone com Pedro Altério.

Especialmente nessa ocasião, porém, essa parede entre artista e público foi rompida de forma mais orgânica. O show aconteceu apenas dois dias antes do primeiro turno das eleições, e com toda a movimentação política que estamos passando, as primeiras manifestações não demoraram a aparecer. Os primeiros gritos de “Ele não” surgiram entre as músicas “Lua Cheia” e “Pra Você Dar Nome” quando apenas dois músicos estavam no palco. Eles até demonstraram apoio aos gritos erguendo os punhos, mas não aparentava que isso iria muito adiante.

No entanto, o 5 a seco resolveu não deixar brecha para questionamento e se posicionaram firmemente contra Bolsonaro por mais duas vezes no show. Ao introduzir “Antídoto”, uma das músicas mais politizadas da banda, Pedro Altério cantou um dos gritos que se ouvem constantemente nas manifestações da campanha #EleNão, com a melodia de Bella Ciao começou “Uma manhã, eu acordei, e ecoava ‘ele não’, ‘ele não, não, não’; uma manhã, eu acordei e lutei contra o opressor”.

Já no fim da apresentação, enquanto Vinícius Calderoni apresentava toda a equipe de produção que trabalha para que tudo aconteça, Tó ainda aproveitou para reforçar a necessidade de se conversar com eleitores do Bolsonaro para entender os motivos de quem está votando nele, e como tentar mudar a ideia deles pelo diálogo. Dito isso, emendaram os três sucessos “Ou Não”, “Em Paz” e “Feliz Pra Cachorro” só para garantir a vitória.

Foto: Léo Lopes / Jornalismo Júnior

A saída do Cine Joia foi um misto de realização sobre o espetáculo musical em si, com um sentimento de felicidade genuína em ver bandas como o 5 a seco fazendo questão de se posicionar politicamente. Mesmo sendo bem populares, e sabendo dos “riscos” de se fazer isso como artistas no Brasil, não estão abrindo mão devido ao momento delicado atual. Me ganharam aí.

Por Léo Lopes
leo.lopes@usp.br

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