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A relação de Cameron Crowe com a música

por Carolina Ingizza carol.ingizza@gmail.com Cameron Crowe possui uma biografia invejável, dirigiu filmes queridos do grande público  – especialmente nos anos 90-, foi indicado e ganhou prêmios importantes no meio cinematográfico. Contudo, infelizmente, seu nome não é normalmente reconhecido pelos espectadores. Ele nasceu em Palm Springs em 1957, com apenas 15 anos concluiu o ensino médio …

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por Carolina Ingizza
carol.ingizza@gmail.com

Cameron Crowe possui uma biografia invejável, dirigiu filmes queridos do grande público  – especialmente nos anos 90-, foi indicado e ganhou prêmios importantes no meio cinematográfico. Contudo, infelizmente, seu nome não é normalmente reconhecido pelos espectadores.

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Ele nasceu em Palm Springs em 1957, com apenas 15 anos concluiu o ensino médio e aos 16 começou a escrever para a Rolling Stone como editor contribuinte. Acompanhou a carreira, entrevistou e escreveu o perfil de personalidades e bandas tais como David Bowie, Bob Dylan, Eric Clapton, Led Zepellin, Neil Young e The Who.

Mais tarde, em 1981, escreveu o livro Picardias Estudantis e em 1982 assinou o roteiro da adaptação cinematográfica de mesmo nome (Fast Times at Ridgemont High, 1982). A partir desse primeiro sucesso, passou a trilhar sua carreira no cinema, dirigindo seu primeiro filme, Digam o que quiserem (Say Anything, 1989), alguns anos depois.

É diretor de alguns documentários sobre bandas e artistas, como no caso de Tom Petty and the Heartbreakers: Playback (1995), Alice in Chains: Music Bank – The Videos (1999),The Union (2011) e Pearl Jam Twenty (2011).

No entanto, ele transporta a sua relação com a música para toda a sua obra. Quando um filme não possui uma temática musical, ele cria uma cena memorável com música ou então seleciona uma trilha sonora impecável.

Para conhecer melhor a obra de Crowe, o Cinéfilos selecionou um momento musical marcante de cada filme do diretor, veja só:

 

Digam o que quiserem (Say Anything, 1989)

Foi o primeiro filme que Cameron Crowe dirigiu. O roteiro, escrito por ele, aborda o romance juvenil de Lloyd Dobler (John Cusack) e Diane Court (Ione Skye), dois recém-graduados no ensino médio. Enquanto ela está prestes a ir para uma grande faculdade inglesa, os planos dele se resumem a passar muito tempo ao lado dela. Seguindo a lógica das comédias-românticas, eles se separam e de uma das tentativas de reconciliação nasce uma das cenas mais icônicas dos anos 80. Lloyd, com seu sobretudo bege, fica ao lado da janela de Diane segurando um rádio sobre a cabeça com a música In Your Eyes, de Peter Gabriel, tocando. Apesar de contar com outras diversas cenas em que a música é bem colocada – a volta para casa depois da festa, por exemplo-, nenhuma é tão marcante quanto a da serenata.

 

Vida de Solteiro (Singles, 1992)

O segundo filme de Crowe se passa em Seattle no começo dos anos 90. Meio que por acaso, retrata o começo da cena grunge da cidade. A história é sobre alguns jovens solteiros e seus problemas amorosos. Retrata o romance de Linda (Kyra Segdwick) e Steve (Campbell Scott), a doce ilusão de Janet (Bridget Fonda) a respeito de Cliff (Matt Dillon) e a busca desesperada de Debbie (Sheila Kelley) por um companheiro. Quando foi gravado, o grunge ainda não estava muito famoso, por isso há cenas que se passam em shows de bandas que hoje são reconhecidas, como o Alice in Chains e Soundgarden. Os integrantes do Pearl Jam, por exemplo, fazem uma ponta no filme como os  membros da banda de Cliff. A cena mais marcante acontece durante a performance da música It Ain’t Like That em um show do Alice in Chains, em que Linda e Steve se conhecem.

 

Jerry Maguire – A Grande Virada (Jerry Maguire, 1996)

Jerry Maguire foi o primeiro grande sucesso de Crowe. Indicado a cinco Óscars (Melhor Filme, Melhor Edição, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Ator, Melhor Roteiro) e com Cuba Gooding Jr ganhando por sua atuação como coadjuvante, o filme abriu portas para o diretor. A história é sobre um agente de esportistas, Jerry Maguire (Tom Cruise), que é demitido por tentar humanizar o contato com seus clientes e acaba agenciando somente o ganancioso Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr). Há uma trama de romance paralela com Dorothy Boyd (Renée Zellweger), a única funcionária a seguir Maguire após a demissão. A cena selecionada é o momento em que Jerry Maguire consegue manter o contrato com um de seus maiores clientes e sua alegria é tanta que ele precisa cantar enquanto dirige, mudando de rádio até encontrar a canção ideal.

Curiosidade: O guitarrista da banda Alice In Chains, Jerry Cantrell, interpreta o homem que faz as cópias do livro de metas de Jerry Maguire.

 

Quase Famosos (Almost Famous, 2000)

Com o sucesso de Jerry Maguire, Cameron Crowe conseguiu realizar um projeto pessoal. Quase Famosos é quase uma biografia do diretor. Mudando o nome dos personagens e das bandas, Crowe utilizou de sua experiência na juventude para criar a história de William Miller (Patrick Fugit), um garoto que acaba o colegial antes e consegue um emprego na Rolling Stone. Seu primeiro texto era sobre uma banda em ascensão, a Stillwater. Por conta disso, Miller sai em turnê com os artistas e deixa sua mãe superprotetora (interpretada por Frances McDormand) para trás. Com a banda, conhece uma groupie, Penny Lane (Kate Hudson), com quem desenvolve uma relação de amizade e amor platônico. Há inúmeras cenas musicais que poderiam representar Quase Famosos, mas a mais importante é aquela em que toda a banda canta Tiny Dancer no ônibus.

 

Vanilla Sky (Vanilla Sky, 2001)

É uma adaptação do filme espanhol Preso na Escuridão (Abre Los Ojos, 1997) e é a única ficção científica que Crowe dirigiu. O filme conta a história do romance entre David (Tom Cruise) e Sofia (Penélope Cruz), que é interrompido por conta de um acidente que o desfigura. Após tentativas de reconquistá-la, David já não sabe diferenciar se está sonhando ou se está acordado, não sabe se cometeu um crime e não reconhece a realidade.

Não há nenhuma cena muito memorável de música, ainda que a trilha sonora seja muito bem utilizada -os cinco minutos iniciais com a Time Square vazia e com Radiohead tocando são incríveis-. Ainda assim, o momento em que Tom Cruise canta One Of Us antes de entrar para uma cirurgia de reconstrução facial se sobressai e por isso foi selecionado.

 

Tudo Acontece em Elizabethtown (Elizabethtown, 2005)

Elizabethtown é sobre a viagem de Drew (Orlando Bloom) de volta a sua cidade natal para o funeral de seu pai. Ele chega na cidade deprimido por ter sido responsável por um grande fracasso na companhia em que trabalha, o que o levou a tentar suicídio. No meio do caminho, conhece Claire (Kirsten Dunst), uma aeromoça que se descreve como uma pessoa do tipo “substituta” – em um momento do filme, ela diz para Drew algo como “Nós temos um talento especial. Eu percebi desde o começo. Nós somos pessoas substitutas. Eu tenho sido uma substituta a minha vida inteira. Eu não sou como Ellen (uma dedicada colega de trabalho de Drew). Eu nunca quis ser como a Ellen. E também não sou a Cindy, apesar de Chuck me amar (Chuck e Cindy são um casal que está se casando no hotel em que eles estão hospedados). Eu gosto muito de ficar sozinha. Eu estou com um cara que é casado com a sua carreira acadêmica, eu quase não o vejo e sou a substituta ali. E eu gosto assim, tem menos pressão-.

A relação do filme com música acontece na viagem de Drew para jogar as cinzas de seu pai. Claire, entendendo que ele precisava se recuperar sozinho, faz um livro e guia de viagem, selecionando músicas que ela acreditava que seriam responsáveis por fazê-lo refletir e se curar.

 

Compramos Um Zoológico (We Bought a Zoo, 2011)

É uma história real sobre uma família que compra um zoológico. Benjamin (Matt Damon) é um pai viúvo que cria seus dois filhos sozinho. Por conta de seu filho mais velho estar criando muitos problemas na escola, ele decide mudar de casa e encontra um lugar que era um antigo zoológico. Decido a reabrir o local, ele se muda com a família e começa o projeto. Lá, ele vive um romance com uma antiga funcionária, Kelly (Scarlett Johansson). A trilha sonora do filme foi composta pelo vocalista da banda Irlandesa Sigur Rós, Jónsi. O melhor momento da trilha acontece durante a reabertura do zoológico para o público.

 

Sob o Mesmo Céu (Aloha, 2015)

O mais novo filme de Cameron Crowe se passa no Havaí. Conta a história de um antigo piloto da força aérea americana, Brian (Bradley Cooper), que volta para a casa para instalar uma base de lançamento de foguetes para uma corporação liderada por Carson (Bill Murray). Chegando lá, é recepcionado e vigiado pela capitã Allison Ng (Emma Stone), que desconfia do projeto. Reencontra também sua antiga namorada, Tracy (Rachel McAdams), e descobre um segredo antigo.

A trilha sonora do filme é repleta de clássicos e de músicas havaianas. Há inclusive uma cena da Emma Stone cantando Waimanalo Blues. Selecionei, no entanto, uma cena da festa de ano novo em que a Capitã Ng dança, depois de beber um pouco, com Carson, o chefe da corporação que ela detesta. A música que toca é I Can’t Go For That. Momento muito bom, Stone e Bill Murray dão um show. Contudo, não consegui achar no youtube, então deixo o trailer do filme e a música.

cameron2
Bill Murray na cena em questão

https://www.youtube.com/watch?v=mrpjPO926JQ

1 comentário em “A relação de Cameron Crowe com a música”

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