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Além das telas

O festival de cinema a céu aberto Shell Open Air aconteceu em São Paulo entre os dias 11 e 29 de setembro. O evento foi abrigado pelo Jockey Club e, considerado o maior cinema aberto do mundo, contou com sessões dos mais variados tipos de filmes. Desde os mais novos sucessos de bilheteria até musicais …

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O festival de cinema a céu aberto Shell Open Air aconteceu em São Paulo entre os dias 11 e 29 de setembro. O evento foi abrigado pelo Jockey Club e, considerado o maior cinema aberto do mundo, contou com sessões dos mais variados tipos de filmes. Desde os mais novos sucessos de bilheteria até musicais clássicos, passando por longas infantis, tudo teve lugar na programação do festival.

Por Gabriella Sales

gabriellasm@usp.br

 

O festival existe desde 2002 e passou por diversas mudanças, cada edição tem suas particularidades. O evento já aconteceu em várias cidades do Brasil e do mundo, e ganhou o patrocínio da Shell em 2018, mudando de nome. Com o lema “o cinema que te leva além”, o festival propõe o oferecimento de uma experiência bem mais ampla do que a sessão em si. 

 

O evento desse ano contou com atrações como jogos, bar, espaço para alimentação e porções ilimitadas de pipoca. Os ingressos custaram R$ 50, com direito a meia-entrada para estudantes. É evidente a tentativa de promover uma atmosfera de exclusividade no festival. Afinal, o que é vendido é a experiência, a possibilidade de uma noite especial.

A estrutura montada no Jockey Club impressiona. A grande quantidade de atrações existentes, antes do início, do filme podem até deixar a sensação de que não há tempo suficiente para fazer tudo e ainda pegar um bom lugar em frente à tela.

 

A tela móvel é, por si só, uma atração exorbitante. Com 325 m2 e 70 toneladas, pede atenção numa introdução exagerada cheia de luzes e sons particulares. A superprodução contrasta com as origens do cinema a céu aberto. Não se sabe ao certo como esse tipo de cinema surgiu, mas a sua versão original é o cinema drive-in. Nesse tipo de evento, o propósito é assistir ao filme de dentro do carro estacionado em frente à tela, combinando privacidade e a brisa fresca do verão. A princípio, eram sessões práticas e baratas.

 

Os cinemas drive-in se tornaram febre nos Estados Unidos e na Europa entre os anos 1950 e 1960, e se consolidaram como imagem tradicional dessa época. Tornaram-se também, cenário típico de cenas de romance, e há quem diga que, à época, chegaram a ganhar certa fama de “imorais”. De todo jeito, são presença constante em filmes clássicos do cinema hollywoodiano. Por isso, assistir a filmes antigos no festival Open Air tem um “gostinho especial”. Em Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978), exibido na edição desse ano, há, inclusive, uma cena que acontece em um cinema drive-in.

 

No Brasil, os cinemas drive-in existiram principalmente nos anos 70. Entretanto, hoje se refugiam nos resquícios da cultura vintage e em grandes eventos adaptados, que buscam promover experiências exclusivas e contam com uma série de adendos para fazê-lo. O festival Shell Open Air talvez seja o maior representante dessa realidade. Para descrevê-lo, falar da tela não é nem de longe o suficiente, por mais que ela ainda seja a atração principal da noite.

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