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Desfile Loyal: além do indivíduo, os laços que nos ligam

A 8º edição do desfile Loyal na Fábrica de Cultura Capão Redondo ocorreu no dia 6 de julho. A coleção foi desenhada e customizada por Jaqueline Leal, moradora do bairro e estudante de publicidade e propaganda, em parceria com a marca Indignação Queer, contribuidora de algumas peças que conversavam com o tema. As edições anteriores …

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A 8º edição do desfile Loyal na Fábrica de Cultura Capão Redondo ocorreu no dia 6 de julho. A coleção foi desenhada e customizada por Jaqueline Leal, moradora do bairro e estudante de publicidade e propaganda, em parceria com a marca Indignação Queer, contribuidora de algumas peças que conversavam com o tema. As edições anteriores do Loyal  tiveram como característica abordar temas importantes para a periferia, como a violência e o empoderamento de minorias e, dessa vez, não foi diferente. 

[Imagem: @cellas.ph]

“Se fôssemos fechados as trocas, estaríamos aqui hoje? (…)

Se não fossem essas pessoas que me cercam,

eu seria esse cabelo que sou hoje?”

Por meio da customização de roupas, que  retratava a moda a partir dos anos 60, e a participação de mães como modelos nos desfiles, o tema do evento foi bem representado. Era ele: Gerações, as relações estabelecidas entre elas na comunidade e seus impactos nas vestimentas.

No espaço da Fábrica de Cultura, destacavam-se os livros presos no teto, representando as histórias vividas, e barbantes que preenchiam as extremidades do espaço, simbolizando os laços formados. Com recursos de baixo orçamento, a decoração transmitia a mensagem principal do desfile sem deixar de ser agradável e bonita ao público. 

O desfile foi marcado por muita euforia dos presentes. A cada entrada, os espectadores – e também amigos dos modelos – gritavam e batiam palmas em sinal de celebração. A alegria no espaço era tão grande que se tornou impossível não se contagiar. As músicas tocadas, entre elas, temas de séries dos anos 2000 e clássicas dos anos 70 a 90, potencializaram ainda mais todos esses aspectos.

[Imagem: @cellas.ph]
A passagem pela passarela tinha um padrão: dois modelos entravam e, sincronizadamente, deveriam atravessar o palco. Porém, essa sincronia muitas vezes não era atingida, fato que deixava as apresentações ainda mais verdadeiras, espontâneas, descontraídas e alegres. Tal características me tirou sorrisos sinceros durante todo o espetáculo.

As roupas eram compostas tanto por cores pastéis quanto por coloridas. Além disso, o  casting era também bastante vasto.

[Imagem: @cellas.ph]
 Assim como em outras edições, a passarela foi ocupada pela diversidade. Estavam presentes modelos trans, gays, lésbicas, gordos e magros. Representantes das gerações passadas também marcaram presença no desfile, contribuindo com o que a marca Loyal tem de mais característico: o apreço e estímulo à diversidade e a lealdade a si mesmo.

[Imagem: @cellas.ph]
Entre as seções dos desfiles,  o abandono paterno, um tema que não poderia ser deixado de lado ao se tratar sobre família e periferia, foi discutido. A realidade vivida por muitos corpos periféricos foi representada através de uma performance e marcou um dos auges do desfile. A atuação do ator Lucas Oliveira, de 18 anos, entregava muita sinceridade em cada palavra. Ele entra no palco gritando pelo seu pai e narra como é viver com a ausência paterna. Era possível observar a emoção da plateia através do silêncio completo, olhares atentos e, por vezes, cheios de lágrimas. 

[Imagem: @cellas.ph]
O evento teve fim após uma roda de conversa em clima de festa e de confraternização, as perguntas e as participações do público foram marcadas por muita interação de todos os presentes. A sensação realmente era de uma reunião de família. Edilene Maria Barreto, de 52 anos, uma das mães presentes no desfile, afirmou que antes não conhecia muito do que seu filho, modelo do desfile, fazia. Completou: Foi diferente e muito gostoso participar disso e conhecer mais sobre ele.  

O desfile, além de exaltar o caráter identitário das vestimentas, destacou a importância de reconhecer aqueles que nos trouxeram onde estamos, valorizar suas existências e os nós que nos formam hoje.

[Imagem: @cellas.ph]
O Loyal é um movimento, não só de moda, mas de identidades e existências. Possui desfiles, editoriais, musicais e peças teatrais. É realizado da periferia para periferia, e, de modo metalinguístico, fruto das próprias relações entre todos esses indivíduos. Entre essa grande família. 

Colaboradores:

Iuri Fernandes, 20 anos – Diretor de Arte e Produção

Isac Oliveira, 21 anos – Produtor Audiovisual

Lucas Oliveira, 18 anos – Produtor e Responsável pela iluminação

Louis Gustavo, 22 anos – Produtor

Elisa Rosa, 21 anos – Maquiadora

Alef Carvalho, 24 anos – Sonoplasta

Pri Masto, 32 anos – Produtora e Articuladora

Ton Moura, 16 anos – Responsável pelas Imagens e Projeções

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