O Festival Varilux de Cinema Francês está em sua 9ª edição e traz a São Paulo, no Teatro da Aliança Francesa, uma coletiva de imprensa com alguns diretores, atores e atrizes de filmes que estarão na mostra. A coletiva contou com a presença do ator e diretor Jérémie Renier (O Amante Duplo), o diretor Yannick Renier e a atriz Zita Hanrot (Carnívoras); o diretor Fabien Gorgeart e a atriz Clotilde Hesme (O Poder de Diane); o diretor Nabil Ayouch e a atriz e roteirista Maryam Touzani (Primavera em Casablanca), o ator Finnegan Oldfield (Marvin), os diretores do festival, Emmanuelle e Christian Boudier, da produtora Bonfilm; o diretor da Aliança Francesa, Olivier Debray e o diretor comercial da Essilor/Varilux, Mauricio Confar.

Letícia Spiller também estava presente. Primeira embaixadora da marca Varilux no Brasil, a atriz comentou a importância do festival, que fomenta, dissemina e democratiza o cinema através de sessões gratuitas. Também ressaltou a importância disso para o Brasil, principalmente pelo momento que vivemos.

Durante a coletiva, os convidados responderam algumas perguntas. Quando questionada sobre a questão das mulheres no Marrocos, Maryam Touzani disse que tanto ela como sua personagem no filme Primavera em Casablanca (Razzia, 2018), vivem no cotidiano do referido país. Conta que escrever e interpretar esse papel teve muito sentido para ela. Queria dar voz para as mulheres e suas lutas: mulheres que lutam para poder existir da maneira como elas querem. Através da personagem a atriz e roteirista do filme disse que sentiu que podia defender aquilo que ela pede em sua vida no dia a dia.

Os irmãos Jérémie e Yannick Renier também falaram um pouco da experiência de dirigir um filme juntos. Segundo eles, tudo aconteceu de forma bastante natural. Além de dirigirem, eles tiveram contribuição no roteiro. Para os irmãos, as ideias foram acontecendo. A linguagem não verbal entre eles foi muito íntima e sempre que um começa uma fala o outro terminava. Carnívoras (Carnivores, 2018) conta a história de Mona, uma mulher que sonha em ser atriz. Ao sair do Conservatório, ambiciona um futuro grandioso, entretanto quem se torna atriz famosa é sua irmã Sam. Em função de suas condições, Mona se vê obrigada a morar com Sam e logo torna-se assistente da irmã. Com o passar do tempo, Sam começa negligenciar seus papéis de atriz, esposa e mãe, e Mona passa a pensar que deve se apropriar desses papéis.

Uma das perguntas que surgiram tocou na questão das mulheres no cinema, devido a acontecimentos recentes como os casos de assédio e o movimento Time’s Up. A importância das mulheres contarem suas histórias foi comentada. Maryam, que já fez alguns curtas-metragens, disse que vai realizar seu primeiro longa e pretende contar a história não contada das mulheres. A influência do cinema francês no Brasil e do cinema brasileiro na França também foi debatida entre os convidados. Por exemplo, As Boas Maneiras (2018) foi um filme citado por eles que teve uma boa recepção na França.

O Festival Varilux de Cinema Francês ocorrerá entre os dias 7 e 20 de junho. Confira abaixo o teaser da edição de 2018:

por Marcelo Canquerino
marcelocanquerino@gmail.com