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IMS expõe maior coleção de obras ilustradas de Millôr Fernandes em São Paulo

O Instituto Moreira Salles é conhecido pela arquitetura de seus espaços e também pelo seu acervo fotográfico. A exposição millôr: obra gráfica consegue expandir nossos conhecimentos relacionados ao acervo do Instituto, apresentando uma coletânea da obra ilustrada de Millôr Fernandes (1923-2012).  Logo na entrada da exposição, na galeria 1 do Moreira Salles, somos recebidos “de …

IMS expõe maior coleção de obras ilustradas de Millôr Fernandes em São Paulo Leia mais »

O Instituto Moreira Salles é conhecido pela arquitetura de seus espaços e também pelo seu acervo fotográfico. A exposição millôr: obra gráfica consegue expandir nossos conhecimentos relacionados ao acervo do Instituto, apresentando uma coletânea da obra ilustrada de Millôr Fernandes (1923-2012).

 Logo na entrada da exposição, na galeria 1 do Moreira Salles, somos recebidos “de braços e peitos abertos” por parte de sua obra. Organizada por um trio de curadores –  Cássio Loredano, Julia Kovensky e Paulo Roberto Pires – , a exposição conta com cerca de 6 mil itens originais do artista que estão sob proteção do Instituto desde 2013 e, já apresentada no Rio de Janeiro em 2016, traz mais de 500 itens, agrupados em seções conforme o período da vida do artista.

 Millôr Fernandes foi um verdadeiro artista. Trabalhou não só fazendo suas famosas ilustrações, como também já foi dramaturgo, jornalista, humorista, poeta, cronista e tradutor. Iniciando muito jovem na carreira do jornalismo, começou a trabalhar na revista O Cruzeiro e iniciou a seção brevemente independente “Pif-Paf”. Sob o pseudônimo “Vão Gôgo”, dividiu o espaço com outros artistas, como Jaguar e Ziraldo. Nessa época, entre 1945 até 1963, sua obra era feita diretamente nas páginas de layout e já apresentava sua dimensão técnica e artística tão conhecida.

 

Algumas de suas obras feitas na época da seção Pif-Paf/Beatriz Cristina

 Sua obra ilustrada não se restringe aos traços popularmente conhecido. Em À mão livre , sua estética torna-se minuciosamente detalhada, desde o uso do preto-e-branco leve até a explosão de cores. O tema da vida humana, seu cotidiano geralmente retratado do cidadão humilhado pelo governo e abaixo na pirâmide sociais, além dos nossos tradicionais questionamentos existenciais, aparece em A Condição Humana.

Detalhes das obras: neles podemos ver a variedade de estilo do artista/ Beatriz Cristina

 Apesar dessa variedade de assuntos, haviam 3 temas sempre trabalhados pelo artista que prevalecem na exposição: sua tipografia, a política brasileira e a morte. A forma como “assinava’’ seu nome e as previsões de vida e morte do artista são complementos das obras que, sozinhas, já mostram sua dimensão tanto artística como intelectual.

Na exposição, sua tipografia icônica / Beatriz Cristina

Mas, sem dúvida, o que chama nossa atenção é o tema da política brasileira. Entre o golpe Militar de 1964 até os primeiros anos do governo Lula, o racismo, a corrupção, os desmandos e o autoritarismo sempre estiveram presentes na sua obra e, visto nosso momento político, sua visão tornou-se atemporal, causando medo sobre esse ciclo ocorrido ao longo da história brasileira. A forma como a classe média e sua ascensão foram retratadas também representam críticas, mas de tal forma inseridas no seu humor ácido que é possível escutar alguns risinhos entre a exposição.

 Se você ficou interessado, a exposição millôr: obra gráfica fica até o dia 27 de janeiro de 2019 no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, 2424 em São Paulo e tem entrada gratuita.

Por Beatriz Cristina
beatrizcristina.sg@usp.br

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