No começo do século passado, era lançado o filme King Kong (1933), filme que marcou o cinema blockbuster que sequer existia na época, sendo pioneiro em vários aspectos. O gorila gigante que destruía Nova York foi criado exclusivamente para o cinema, não sendo inspirado em nenhuma outra mídia, e ganhou outros filmes, sendo o último o desastroso remake de 2005, com Jack Black, Adrien Brody e Naomi Watts. Com lançamento para este dia 9 de março, Kong – A Ilha da Caveira (Kong – Skull Island, 2017) repete o mesmo erro de seu antecessor de 12 anos atrás: desperdiça um ótimo elenco em um filme sem sal e sem carisma.
A plot inicial é bem simples: nos anos 70, um grupo de soldados e exploradores são levados para uma ilha no Pacífico, sendo surpreendidos quando chegam lá com monstros gigantes. A missão é encabeçada pelo professor Hank Mallow (John Goodman), obcecado pela história dos animais gigantes. Com um ritmo parecido com filmes de terror, o grupo tem que lidar com o desconhecido e tentando sobreviver enquanto tentam sair da ilha.
Além de Goodman, outros talentos são completamente desperdiçados no filme. É triste ver o ótimo Tom Hiddleston interpretando um personagem raso, que não tem nada para contar e nem fazer o espectador torcer por ele. O mesmo pode se dizer da vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 2016 Brie Larson, que vive uma fotógrafa igualmente sem profundidade alguma. O casal poderia facilmente ser substituídos por outros atores com maior apelo com o público, mas sem o mesmo talento da dupla, já que os papéis não exigiam muito. O único ator do elenco que parece estar a vontade e que se destaca é John C. Reilly, que dá vida ao único humano interessante do filme. O papel de protagonista deveria ser dele. E é claro, temos Samuel L. Jackson, que arranca risadas do público com seu ar badass usual de todas as produções que participa.
Mas se por um lado, a “parte humana” deixa a desejar, os efeitos especiais merecem os elogios. A aparência não só de Kong, mas dos outros animais gigantes que tomam conta da tela são impressionantes. As cenas de ação e perseguição também cumprem seu papel de deixar o espectador tenso nas cadeiras e a batalha final deixa claro quem realmente é o rei do filme.
Por fim, há uma cena pós-créditos que dá a dica para a criação de uma franquia. Mas, para dar certo, é preciso corrigir um erro simples: o roteiro. O resto eles já tiram de letra.
Assista ao trailer: