por Bruna Nobrega
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A releitura de grandes clássicos do cinema de animação para o live-action é uma tendência na sétima arte. Depois de Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman, 2012), Malévola (Maleficent, 2014), Cinderela (Cinderella, 2015) e Mogli: O Menino Lobo (The Jungle Book, 2016), chega aos cinemas A Lenda de Tarzan (The Legend of Tarzan, 2016).
Oito anos após os acontecimentos que marcaram a animação de 1999 da Walt Disney Pictures, vemos um protagonista muito diferente do que estamos acostumados. Vivendo em Londres, Tarzan (Alexander Skarsgård) agora é John Clayton III, lorde de Greystock, e usa seu novo título para negar veemente suas origens: não aceita ser chamado pelo nome com que ficou conhecido e tenta esconder seu passado a todo custo, sob caros ternos e a enorme mansão que divide com sua esposa Jane (Margot Robbie).
No desenrolar do enredo, John é convidado a voltar ao Congo para ajudar com missões diplomáticas entre a Inglaterra e a Bélgica, país que controla e explora a região africana. Entretanto, essa é apenas uma desculpa que o vilão, Capitão Leon Rom (Christoph Waltz), usa para atrair Tarzan até o local, a pedido de Mbomba, chefe de uma das tribos do país, que nutre um sentimento de vingança por Tarzan e prometeu ajudar Rom em sua busca por diamantes, em troca da vida do inimigo. A princípio, o novo lorde não aceita o convite, mas é convencido pelo diplomata americano George Washington Williams, baseado na crença de que o rei belga está escravizando o povo do Congo.
Ao chegar no país, John aos poucos se rende as suas origens. O protagonista desembarca no Congo com roupa formal completa, e a cada cena, uma peça é diminuída do figurino. Primeiro os sapatos, depois o colete e, por fim, a camisa, quando ele adquire o figurino de Tarzan que o público estava esperando.
A história, no entanto, vai muito além do protagonista. Margot Robbie apresenta uma Jane decidida, confiante e dificilmente intimidada, que chega a desafiar o Capitão Rom em diversos momentos. Mas sobretudo, o destaque fica por conta do George Williams criado por Samuel L. Jackson. O personagem é trazido como o alívio cômico – muito necessário – da trama, acompanhando Tarzan em sua jornada, mas sempre alguns passos atrás por estar cansado e chocando-se com cada animal novo que aparece. Sem suas cenas, o filme se resumiria a uma história extremamente séria e tensa.
A parte visual do filme também merece menção. As locações são lindas, as paisagens bem aproveitadas e os efeitos visuais muito bem criados, especialmente no que se refere aos animais. Completando montagem visual, está a trilha sonora composta por Rupert Gregson-Williams.
É interessante notar também como a produção quis trazer elementos reais a ficção. A selva fechada, onde Tarzan era o único humano no filme de 1999, agora composta por tribos rivais e pela colonização exploradora da Bélgica, como, de fato, aconteceu no século XIX.
Mistura de ação, romance e personagens clássicos, A Lenda de Tarzan irá cativar facilmente todo o público do cinema. O longa estreia dia 21 de julho. Confira o trailer:
ADOREI, AS ALWAYS, VOU VER COM CERTEZA. PARABÉNS !