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‘Martins’: se Deus não for brasileiro, a música é

Com seu primeiro álbum solo, lançado pela Deckdisc em novembro de 2019, o pernambucano Thiago Martins coloca as cartas na mesa: a MPB ainda existe e, se possível, é cada vez mais brasileira. As 11 faixas autorais que compõem o disco Martins trazem um tom extremamente particular e carregam as marcas da nacionalidade e regionalidade …

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Com seu primeiro álbum solo, lançado pela Deckdisc em novembro de 2019, o pernambucano Thiago Martins coloca as cartas na mesa: a MPB ainda existe e, se possível, é cada vez mais brasileira. As 11 faixas autorais que compõem o disco Martins trazem um tom extremamente particular e carregam as marcas da nacionalidade e regionalidade do seu autor, com melodias e letras ao mesmo tempo inovadoras e consistentes.

Martins intercala ritmos com marcada influência da música afro-brasileira com características do pop/rock nacional, trazendo composições essencialmente brasileiras. Além dos elementos rítmicos, expressões nordestinas fazem companhia ao sotaque do cantor e dão um tom único às canções do artista.

A faixa de abertura, Estranha Toada, faz jus ao seu título e, apesar de inteligente, é desconfortável aos ouvidos, especialmente para ouvintes de primeira viagem. A canção traz as marcas do cantor e da sua cultura, que se abrigam tanto em elementos rítmicos fortes, como o chocalho e a melodia constantemente crescente, até na própria letra da música. Martins não economiza metáforas inteligentes, como “arrepiando verdades nos pelos da nuca” e “temperando amor em quem não vale água e sal”. A tendência, marcada também pela forte presença de elementos de ritmos afro-brasileiros, caracteriza também composições como Me Dê, Aquém de Mim e Um Só Ser.

Capa do álbum 'Martins'
Capa do álbum ‘Martins’ [Imagem: Divulgação]
Por outro lado, o ritmo confortável de Nossa Dança é capaz de cativar ouvintes mais tradicionais sem abrir mão das marcas brasileiras e das peculiaridades do cantor e compositor. É evidente na faixa a influência de nomes tradicionais da MPB e do pop nacional, de Gal Costa e Maria Bethânia a Titãs. A melodia intercala momentos de calma dançante com acordes mais fortes da guitarra. Tal essência da MPB, mesclada com pop/rock também se mostra evidente em Olhos Em Protesto e Olhos Que Afagam 

Uma outra proposta aparece em A Gente Se Aproveita, que traz um clima de tarde de domingo, com um tom mais presente de calmaria. Ainda assim, as letras inteligentes de Martins continuam presentes, como evidenciado pelo próprio título da música. Proposta semelhante aparece em faixas posteriores, como Vértebra por Vértebra, Queria Ter Pra Te Dar e Por Dentro. Essas três tendências se intercalam ao longo do álbum.

Com esses elementos, Martins constrói um equilíbrio bem pensado e traz uma proposta ao mesmo tempo autoral e consolidada para a música brasileira. O álbum de estreia do cantor, mesmo que extremamente único, vem para lembrar que a MPB ainda existe e nunca foi mais brasileira. Diretamente do Recife, Thiago Martins vem para mostrar um pouco mais de um Brasil longe de ser completamente descoberto. 

1 comentário em “‘Martins’: se Deus não for brasileiro, a música é”

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