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“Não Há Abismo em Que o Brasil Caiba:” a mensagem de Jorge Mautner em tempos de ódio

Por Luana Benedito lumabenedito@gmail.com A volta de Jorge Mautner, 13 anos depois do lançamento de seu disco “Revirão”, não poderia ser melhor. Em 14 faixas inéditas, gravadas em parceria com o grupo Tono (Bem Gil, Rafael Rocha, Bruno Di Lullo e Ana Lomelino), “Não Há Abismo Em Que O Brasil Caiba” traz a mensagem certa …

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Por Luana Benedito

lumabenedito@gmail.com

A volta de Jorge Mautner, 13 anos depois do lançamento de seu disco “Revirão”, não poderia ser melhor. Em 14 faixas inéditas, gravadas em parceria com o grupo Tono (Bem Gil, Rafael Rocha, Bruno Di Lullo e Ana Lomelino), “Não Há Abismo Em Que O Brasil Caiba” traz a mensagem certa na hora certa, emocionando, refletindo e criticando com suas músicas que denunciam, com elegância, a dura realidade do Brasil atual.

Marcado por canções de melodias leves e letras impactantes, o álbum de Mautner impressiona pelo contraste. Um ouvinte raso ou distraído, por exemplo, não perceberia a relevância da mensagem da obra. A bossa nova e o samba enganam, porque, por trás da alegria do ritmo, há uma poesia crítica, que expõe os problemas sociais do Brasil, fala sobre a esperança de um futuro melhor, sobre o povo e religião. Todas essas são questões complexas que são tratadas com muita graça em “Não há abismo”.

A primeira música do disco, “Ruth Rainha Cigana”, resume muito bem o que é a obra. Essa faixa é uma homenagem à esposa de Jorge Mautner, mas também é um tributo à religiosidade e à espiritualidade, independentemente da religião, e uma prece por justiça, compaixão e esperança: “Mesmo quando não houver mais nem fé nem esperança, o amor continuará a resplandecer no universo.” Basicamente, a música de abertura reúne o tripé do álbum: amor, fé e sociedade.

[Créditos: Gustavo Peres]
O amor, em “Não Há Abismo Em Que O Brasil Caiba”, aparece sob diversas formas. Em “Segredo”, ele é celebrado e incentivado em todas as suas cores, numa marchinha bonita e suave que pede mais carinho, mais compaixão e alegria: “Eu preciso captar as batidas do meu coração, pra transmitir este som pelos tambores”. Já em “Imagens Plumagens”, canção de letra com imagens oníricas, o amor é tratado como ponto principal da existência, coisa que une Homem, Natureza e Deus: “E o principal é o amor / Que vem do coração / Das nuvens, pedras e átomos / E de quem canta essa canção”.

Na última faixa do álbum, “Yeshua Ben Joseph”, uma regravação de uma música dos anos 80, o amor aparece em sua forma religiosa. Nela, Mautner faz um relato emocionante sobre sua relação com Jesus, abordando o pecado, a devoção, bem, mal e os ensinamentos de Cristo. É uma canção calma, quase uma balada, que mostra como a fé é importante para Mautner, e como ela deve significar amor e compaixão, nunca ódio.

Essa mensagem do amor ganhando da intolerância é universal em “Não Há Abismo”. Em quase todas as músicas do álbum há críticas à sociedade brasileira e pedidos por melhorias na conduta do Homem, algo que é muito importante num Brasil que está sendo dominado pelo preconceito, extremismo e ódio. Em “Bang Bang”, por exemplo, Jorge Mautner denuncia a violência a que está submetida a população, principalmente a negra e pobre, que morre todos os dias na mão da polícia e do crime. Nessa faixa, ele pede que o básico exista no país: “distribuição de renda, piedade, compaixão, igualdade e misericórdia”.

“Marielle Franco”, sexta faixa do álbum, talvez seja a mais importante de “Não Há Abismo Em Que O Brasil Caiba”, justamente por sua mensagem política e atual. A canção, apesar do ritmo simpático, traz um pedido muito sério pelo fim do preconceito e perseguição que levou à morte da política e ativista Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. A morte de pessoas como Marielle significa a morte gradual da democracia, e Mautner entende isso. Ele sabe que precisamos, em suas próprias palavras, “arrancar esse cancro”.

“Uma força furiosa me impele a gritar

Com os nervos à flor da pele

É preciso exterminar

A doença mental, física e assassina

Do racismo, do anti-feminismo

e do neonazismo

É preciso arrancar

Da medula dos ossos

Dos nervos até a epiderme da pele

Este medonho cancro

Que matou Anderson Gomes

E que matou Marielle Franco”

Assim, com amor, compaixão, crítica e esperança, Jorge Mautner toca o ouvinte com suas harmonias simples e letras relevantes. O cantor, que contribuiu imensamente para a luta contra a ditadura nos anos 60 e 70, segue sendo uma figura importante para a arte e para a democracia brasileiras. A mensagem de seu álbum é necessária nos tempos atuais, porque o Brasil precisa de mais diálogo, tolerância e respeito, coisas que talvez fossem mais comuns no cotidiano caso todos ouvissem (e entendessem) “Não Há Abismo Em Que O Brasil Caiba”.  

1 comentário em ““Não Há Abismo em Que o Brasil Caiba:” a mensagem de Jorge Mautner em tempos de ódio”

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