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O tchau da FLIP 2016

Imagem de destaque:  Daniel Benevides, Abud Said e Patrícia Campos Mello na mesa “Síria mon amour” no último dia da FLIP. Foto: Giovanna Querido Muitas crianças sonham um dia em serem escritores. Enquanto lemos, sempre pensamos naquele que escreve: quem é a pessoa por trás da fotinho de contracapa do livro? Tentamos engatinhar nesse mundo, …

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Imagem de destaque:  Daniel Benevides, Abud Said e Patrícia Campos Mello na mesa “Síria mon amour” no último dia da FLIP. Foto: Giovanna Querido

Muitas crianças sonham um dia em serem escritores. Enquanto lemos, sempre pensamos naquele que escreve: quem é a pessoa por trás da fotinho de contracapa do livro? Tentamos engatinhar nesse mundo, escrevemos, rabiscamos diários, blogs, bilhetinhos para os amigos, mas o sonho parece ser muito distante, a realidade capitalista de ser “alguém” e ganhar dinheiro logo batem na nossa porta. Aquela figura do escritor se materializa, o mito torna-se uma pessoa durante os cinco dias de Flip, nas ruas, mesas e casas de Paraty.

A primeira mesa do último dia da Flip, a mesa 19, contou com a participação do poeta sírio Abud Said e da jornalista Patrícia Campos Mello, que cobriu a guerra na Síria, além de outros conflitos no Iraque e na Turquia. O mediador Daniel Benevides não conseguia introduzir questões relevantes, muitas vezes pedia para os entrevistados repetirem o que haviam dito no almoço a ele, abrindo um viés de polemização na mesa com Abud Said, desconhecido por grande parte do público.

O escritor sírio não se considera no papel de poeta que lhe foi dado.  “Talvez seja um grande autor, não sei”, diz que apenas escrevia sobre seu cotidiano em seu país no perfil do Facebook, após trabalhar como funileiro com seus oito irmãos. Ninguém na sua familia sabe que ele escreve e, como afirma, “construí uma vida imaginária no Facebook”. O não-definido autor ainda ressalta que sua imagem como literário e homem das letras foi atráves de jornalistas alemães que resolveram traduzir e compilar seus posts em um livro, chamado “O cara mais esperto do Facebook”, da editora 34.

Patricia também está escrevendo o livro “Lua de Mel em Kobani”, que conta a história de um casal sírio e sua vida comum em meio à guerra e às ameaças do Estado Islâmico, além de como eles mantêm o ““senso de humor apesar de tudo”. Quando questionada sobre o medo ao trabalhar nessas zonas de conflito, Patrícia disse: “Não tenho direito de ter medo”, ganhando uma salva de palmas do público. O assunto da situação da Síria, no entanto, foi desviado por Abud: “Apenas escrevia sobre meu dia a dia de uma maneira simples, os jornalistas ficam querendo saber sobre os refugiados, a guerra, eu não tenho nada a ver com isso”.

As  polêmicas declarações de Abud, como “O jornalismo e a mídia estão fazendo um jogo sujo, não quero fazer parte disso” e críticas à ONU e aos direitos humanos renderam vaias e gritos de “babaca” vindos do público. Patrícia contornou a situação e afirmou que “é arrogante por parte do jornalista achar que podemos contar a história, quando reproduzimos apenas um recorte”.

No mesmo dia, além da programação das casas, a Flip ainda contou com a mesa Luvas de Pelica com Sergio Alcide e Vilma Arreas, mediada por Anitta Costa Malufe, às 12h, sobre a poesia, a vida e o suicídio da homenageada Ana Cristina César. Já a sessão de encerramento, Livro de cabeceira, foi composta por destaques do festival como Arthur Japin, Helen Macdonald, Heloisa Buarque de Hollanda, J. P. Cuenca, Karl Ove Knausgård, Kate Tempest, Laura Liuzzi, Marcílio França Castro, Misha Glenny e Ricardo Araújo Pereira. Infelizmente, o ônibus de volta a São Paulo nos esperava na rodoviária. Leiam as coberturas dos outros dias da Flip, continuem acompanhando o Sala 33  e deliciem-se agora, com esta lista especial!

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Para rir, chorar, inspirar e se sentir dentro do Festival Literário de Paraty 2016. #todosfomos

1. FLIP politizada

Seja através das manifestações pela educação na Praça da Matriz ou com os gritos quase sempre presentes de “Fora Temer”, a FLIP foi espaço para discutir, além de literatura, política e questões sociais.

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2. Ouvir causos

Ana Cristina César e Caio Fernando de Abreu tinham ligações telefônicas de sete horas. Uma síria com um gatinho no colo e uma metralhadora ao lado, como conta Patrícia Campos Mello. Pequenas histórias que você só ouve na FLIP.

3. Girl Power

A homenageada Ana Cristina César, a Nobel Svetlana Aleksiévitch… as mulheres estiveram em peso na FLIP. O que não impediu Marcelo Rubens Paiva de tecer comentários de teor machista sobre Maria Ribeiro, na conversa “Você é o que você lê”. Ops.

4. Que perguntas?

Durante um bate papo com a jornalista Patricia Campos Mello sobre a situação na Síria, uma senhora perguntou:

– Você acha que vamos ter uma 3ª Guerra Mundial?

– Minha bola de cristal está quebrada. – respondeu Patricia.

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5. Jout Jout a cada esquina

Vamos por essa rua, nossa esse homem parece Caio, esse cabelos são jout joutanos, meus deus eles estão in love na nossa frente (fãs entram em choque por alguns minutos). Outro dia, olha o Caio, olha Jout Jout. Virou rotina, “Jout Jout estava atrás de você tomando sorvete”. Nem vi.

6. Dicas de Leitura com Benjamim Moser

“Clarice não pode entrar pela cabeça, tem que entrar pela barriga.”

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7. Svetlana inspirando todos nós

“Hoje no mundo, a cada dia é um quadro novo e você não consegue achar sua força no quadro de ontem.”

8. Adriana Carranca sendo maravilhosa

Na tenda da Flipinha, Adriana Carranca tira uma burca de uma sacola. Veste a menina Lorena, que se voluntaria na plateia. “Quem está aí dentro?”, pergunta. “É a Lorena”. “Pois é. Continua sendo a Lorena dentro da burca”.

9. “Loucos são quase sempre muito sábios”, BARCELLOS, Caco. Apenas.

10. Paraty noturna. O centro histórico de dia é lindo, mas à noite é pura poesia.

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Por Giovanna Querido e Carolina Unzelte
gioquerido@gmail.com | carol.unzelte@gmail.com

 

 

 

 

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