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Sou fã! E agora? — um manual para todos os fandoms

Mortes de personagens, shippers não correspondidos, enredos que tomam rumos indesejáveis e spoilers podem ser o estopim para muitas crises existenciais das gerações Y e Z. A Editora Seguinte sabe bem disso, então convidou a jornalista carioca Frini Georgakopoulos para escrever um manual de sobrevivência para seus leitores mais jovens e apaixonados: os fãs. Frini …

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Mortes de personagens, shippers não correspondidos, enredos que tomam rumos indesejáveis e spoilers podem ser o estopim para muitas crises existenciais das gerações Y e Z. A Editora Seguinte sabe bem disso, então convidou a jornalista carioca Frini Georgakopoulos para escrever um manual de sobrevivência para seus leitores mais jovens e apaixonados: os fãs.

Frini é uma young at heart experiente e também uma das maiores organizadoras de eventos literários do Rio de Janeiro. Além de coordenar o Clube do Livro Saraiva — que ela mesma fundou — e produzir resenhas para o seu blog e a sua coluna radiofônica, a jornalista já mediou diversos debates em Bienais de Livro com autoras conhecidas no mundo todo, como Cassandra Clare (da série Instrumentos Mortais), Kiera Cass (de A Seleção) e Lauren Kate (de Fallen).

Baseada em sua bagagem pessoal, Frini traz em seu livro Sou fã! E agora? (Editora Seguinte, 2016) uma coletânea de dicas sobre como manter divertida e ativa a relação entre os fãs e as séries idolatradas, explicando, por exemplo, quais são os aspectos essenciais para escrever uma fanfic ou organizar um evento sobre o assunto amado.

O acabamento estético da obra é impecável e segue a tendência que surgiu com o Destrua este diário (Intrínseca, 2013) de tornar o livro um objeto interativo. Espaços em branco e ilustrados são destinados para que o fã crie, planeje ou liste algumas de suas sagas e momentos favoritos ou mais doloridos. A sacada mais criativa, sem dúvida, é a orelha do livro, que pode ser recortada para virar um marca-página.

Ainda sim, a escrita pode ser um empecilho que faça com que o produto se restrinja à uma faixa etária mais jovem de leitores dentro do já restrito grupo de fãs. A linguagem é excessivamente informal, se assemelhando a transcrição despreocupada de uma conversa que se pauta muito nas reações da autora e deixa de incorporar mais informações para o leitor. As citações à jornada do herói, por exemplo, poderiam ser desenvolvidas em um capítulo — e não apenas um box — se a autora mostrasse como mecanismos lógicos podem tornar uma narrativa atraente e coesa, princípios úteis também para quem se aventura a escrever fanfics.

Apesar das brechas, os temas abordados pela autora são pertinentes ao público. Angústias e amores circundam a cabeça de qualquer um que passe por essa fase-de-primeiras-vezes e, dessa forma, a literatura para jovens adultos atua como uma ponte entre a realidade e a fantasia, contemplando a pressão incompreendida sentida pelos adolescentes. Por isso, Frini trata também de preconceito literário e defende veementemente seu gênero favorito, o YA (young adult).

Mesmo que os livros voltados para jovens adultos tratem essencialmente de questões ligadas aos conflitos internos vividos nessa faixa etária, alguns críticos mais conservadores costumam associá-los às “literaturas menores”, sem valor intelectual além do comercial. A autora, que é uma adulta com mais de 30 anos, se indigna com o pedantismo da generalização e deixa sua mensagem para o público: ninguém deveria se envergonhar de ler coisa alguma. Leia. Entregue-se. Apaixone-se. E compartilhe essa paixão com seus aqueles que te compreendam.

 

Por Larissa Lopes

larissaflopesjor@gmail.com

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