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‘Os Caras Malvados 2’: continuação supera o original e traz boas surpresas

Segundo filme inspirado nos livros de Aaron Blabey conta com animação e enredo mais cativantes que o primeiro
Por Sofia Colasanto (sofiacolasanto2@usp.br)

No dia 14 de agosto chega aos cinemas Os Caras Malvados 2 (The Bad Guys 2, 2025), sequência da animação lançada em 2022 e produzida pela Dreamworks Animation. O longa é dirigido por Pierre Perifel e Juan Pablo Sans e conta com o roteiro de Aaron Blabey, também autor da franquia de livros infantis que baseia os dois filmes. Nessa continuação, a gangue de animais perigosos sai da prisão com a promessa de serem bons, mas são obrigados a retornar para o mundo do crime para uma última missão.

De início, o telespectador é presenteado com uma bela cena de perseguição, que remonta um dos grandes roubos do grupo no ápice de sua carreira criminal. A maestria da gangue em assaltos conta com o Sr Lobo (Sam Rockwell), dotado de boa lábia e habilidade no volante; o Sr. Cobra (Marc Maron), que abre todas as fechaduras com sua cauda; o Sr Tubarão (Craig Robinson), com os melhores disfarces; a Srta. Tarântula (Awkafina), que hackea qualquer sistema de segurança; e o Sr. Piranha (Anthony Ramos), com sua flatulência sedativa. 

Porém, cinco anos após esse evento, o cenário é outro. Depois de sua saída da prisão, os Caras Malvados precisam ser ressocializados, aprender a levar uma vida ordinária e se acostumar a fazer o bem, longe da criminalidade. Mas isso não será fácil, já que os animais ainda são considerados perigosos, mentirosos e egoístas pela sociedade. Além disso, um trio de criminosas deixará essa tarefa ainda mais difícil ao recrutar o grupo para o maior roubo da história.

O trio formado por Javalina (Maria Bakalova), Gatinha Felina (Danielle Brooks) e Susan (Natasha Lyonne) traz novos ares para o universo da franquia, além de promover mais personagens femininas dentro longa [Imagem: Reprodução/The Movie Database]

Desde o primeiro filme da franquia, os personagens lidam com os dilemas entre fazer o bem ou o mal. Ao colocar em destaque aqueles que seriam comumente os vilões da história, assim como a Dreamworks Animation já realizou em Megamente (Megamind, 2010), a obra não constrói personagens que estão totalmente de um lado ou de outro, mas que caminham entre o vil e o bondoso durante a trama. Assim, o longa explora, por meio dos animais antropomórficos, as facetas humanas, como inseguranças, medos, receios e dualidades que atingem a todos.

A produção mescla cenas dramáticas, normalmente protagonizadas pelo Lobo ao quebrar a quarta parede, e cenas de ação dinâmicas, além de contar com um ótimo senso de humor. O arco da história do primeiro e do segundo filme são similares, mas a continuação envolve melhor o público ao aprofundar os personagens e suas relações, ter perseguições mais cativantes e muitas reviravoltas surpreendentes. Além disso, o longa lançado em 2025 aproveita-se melhor da animação para ampliar sua narrativa, já que a beleza dessa técnica também está em ilustrar o impossível.

A sequência possui um salto estilístico se comparado ao original. O longa acompanha uma tendência iniciada nas animações por Homem-Aranha: No Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, 2018), que utiliza de cenas 2D e diferentes estilos em meio a um filme feito majoritariamente em 3D. Desse modo, o segundo longa da franquia é mais dinâmico e se destaca pelo artifício ser muito bem utilizado nas cenas de ação, o que consegue singularizar a obra.

O filme utiliza tão bem os artifícios da animação, seja na criação de cenários lúdicos ou na exploração de diversos efeitos ilustrativos, que um live-action fiel seria difícil de ser realizado [Imagem: Reprodução/The Movie Database]

Em meio a animações que cada vez mais tratam de narrativas centralizadas no âmbito individual de maneira dramática, como Encanto (2021) e Red: Crescer é uma Fera (Turning Red, 2022), o Os Caras Malvados 2 é uma surpresa leve em meio a temáticas tão melancólicas. Mesmo promovendo uma discussão ética, o enredo não é moralizante e não pretende resolver todas as questões sociais que aborda.

O filme faz apenas uma referência ao contexto global ao apresentar um bilionário que explora o espaço e cujos todos os produtos contém a letra X, uma clara menção à figura de Elon Musk. Mesmo assim, o longa não quer ser uma grande utopia e muito menos só apontar críticas, mas sim mostrar um caminho engraçado em meio aos desafios de se viver em coletivo.

Os Caras Malvados 2 não pode ser definido como um filme direcionado apenas ao público infantil. Seus personagens ganham a simpatia de todos e suas incríveis sequências muito bem animadas fisgam qualquer telespectador. É admirável como a sequência deu fôlego a uma narrativa que já parecia exaurida no primeiro longa da franquia. Vale a pena assisti-la e lembrar que nada precisa ser tão sério e pesado. O público também tem a chance de ficar atualizado na franquia, já que o final do segundo filme possibilita a produção de uma continuação.

Os Caras Malvados 2 já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Reprodução/The Movie Database

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