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‘Wicked: Parte 2’ é o desfecho perfeito para franquia de Oz

Com uma abordagem mais emotiva, segundo ato segue formato da peça e faz algumas mudanças assertivas
Por Nicolas Sabino (nicolassabino@usp.br)

Estreia nesta quinta-feira (20) a aguardada conclusão do musical aclamado pela crítica e público, Wicked: Parte 2 (Wicked: For Good, 2025), continuação direta de Wicked (2024), estrelado por Cynthia Erivo e Ariana Grande. O filme é uma adaptação do espetáculo homônimo de Stephen Schwartz e Winnie Holzman, que por sua vez é baseado no livro de Gregory Maguire.

Wicked: Parte 2 inicia com a repercussão dos acontecimentos finais da primeira parte. Enquanto Glinda se transforma em uma figura pública importante na Cidade das Esmeraldas, Elphaba é exilada na floresta, odiada e perseguida pelos habitantes de Oz. A busca pela Bruxa Má do Oeste ganha ainda mais força e o tom dramático é assumido quase por completo na trama.

As ligações com o clássico O Mágico de Oz  (The Wizard of OZ, 1939) se tornam mais presentes, não só com as aparições divertidas (e misteriosas) da icônica protagonista Dorothy, mas também com as presenças de outros personagens e elementos fundamentais desse universo.

O filme, lançado quase exatamente um ano após o seu antecessor, aceita os riscos de bancar uma continuação, sendo o principal deles o de não obter o alcance que teve o primeiro. Wicked se tornou a adaptação de musical da Broadway com maior bilheteria da história, ao arrecadar US$755,9 milhões até maio deste ano.

Com tamanho sucesso, altas expectativas foram criadas para a sequência antes mesmo de seu lançamento, e o público refletiu isso com a maior pré-venda de ingressos da história. O alcance do longa também se deve às ações de marketing investidas, que durante o período que separa as duas produções, manteve o filme longe do esquecimento.

Em novo filme, Elphaba assume o papel de Bruxa Má do Oeste que foi imposto a ela [Imagem: Reprodução/IMDb] 

Jon M. Chu, que dirigiu os dois filmes, retorna com a mesma preocupação em ser fiel a história, mas permitindo-se inovar em alguns momentos também. Em entrevista à Variety, ele declarou que depois de passar mais de 5 anos nesse trabalho, está finalmente pronto para encerrá-lo.

A paixão do diretor pelo longa é facilmente perceptível. Com um aspecto mais emocional, Jon capta as cenas musicais de Wicked Parte 2 com tamanha excelência e sensibilidade, que assistir ao filme se torna uma experiência imersiva.

“Depois que você assistir ao segundo filme, não vai conseguir esquecê-lo. Ele estará sempre ligado à sua experiência com o primeiro.”

Jon M. Chu à Variety

Um ponto positivo que permanece são as atuações. Cynthia Erivo, que já havia declarado ter trazido traços da sua personalidade para Elphaba, volta com uma personagem mais madura, profunda e sensual. Mesmo captando a essência da personagem, o protagonismo do filme não vai para ela, mas sim para Ariana Grande.

Além de manter uma atuação intimista e potente, a atriz e cantora recebe mais tempo de tela e está em praticamente todas as cenas de humor do filme, que por sinal são menores em quantidade – se comparado ao filme de 2024 – porém mais bem posicionadas. Se o primeiro filme rendeu uma indicação para Ariana ao Oscar, com esse ela pode se aproximar ainda mais de levar a estatueta para casa.

O resto do elenco  também tem seus méritos. Michelle Yeoh e Jeff Goldblum estão impecáveis como, respectivamente, Madame Morrible e o Mágico de Oz, dois personagens com caráter e intenções duvidosas. Diferente deles, Príncipe Fiyero, personagem de Jonathan Bailey, se mostra mais bondoso e empático. Nessa segunda parte, Bailey eleva o ideal de galã a um outro patamar, conseguindo manter seu charme mesmo transformado em uma figura no mínimo peculiar.

Ariana Grande e Cynthia Erivo brilham como Glinda e Elphabal [Imagem: Reprodução/IMDb]

As músicas não deixam a desejar. Embora o novo filme não traga sucessos como Defying Gravity e Popular, as canções contam com uma ótima produção e performance, aspectos exaltados nas gravações feitas ao vivo no set de filmagens. Duas músicas inéditas se juntam ao repertório: No Place Like Home e The Girl in the Bubble.

A primeira, cantada por Elphaba, é uma clara referência à volta para casa de Dorothy no filme de 1939, e a segunda é um solo emotivo de Glinda. Apesar de serem boas composições, elas não são completamente essenciais para o longa e podem não agradar os fãs das músicas mais animadas.

Quanto às cenas musicais, elas são verdadeiros espetáculos cinematográficos. Além de mostrarem um pouco mais do reino de Oz, elas desenvolvem a trama de forma encantadora e envolvente, com diversas coreografias, elementos e luzes que saltam da tela para contribuir com a experiência mágica.

Em Wonderful, o Mágico e Glinda tentam manipular Elphaba para que se junte a eles [Imagem: Reprodução/IMDb] 

Os efeitos especiais do filme seguem a qualidade esperada. Muitas cenas utilizam o CGI (sigla em inglês para Imagens Geradas por Computador) misturado com elementos naturais para a criação de cenários realistas que, ainda que completamente diferentes, mantêm a personalidade de O Mágico de Oz. Efeitos práticos também são muito bem utilizados, que vão desde a maquiagem verde da Elphaba, até os vestidos estonteantes de Glinda.

Um ponto negativo do filme é a velocidade da trama. Nenhum segundo de Wicked Parte 2 é desperdiçado no que diz respeito à importância da história, mas algumas mudanças de comportamento e algumas intrigas entre personagens são retratadas em pouco tempo, o que dificulta a profundidade e a recepção do enredo. Mas isso não significa que o filme seja curto. Com duas horas de duração, o tempo dentro da sala de cinema passa voando mais rápido do que a bruxa Má do Oeste.

Depois de aprender a ‘desafiar a gravidade’, Elphaba aparece em várias cenas de voo em novo filme [Imagem: Reprodução/IMDb] 

Wicked: Parte 2 tinha um enorme desafio em ao menos se equiparar com o longa anterior. Mas a direção de Jon M Chu, a paixão de Cynthia e Ariana e o roteiro muito bem desenvolvido fazem a conclusão chegar bem próximo da perfeição. Para um filme musical, que naturalmente divide opiniões, o filme apresenta um final lindo e comovente — embora pouco surpreendente — que será lembrado para sempre.

Wicked: Parte 2 já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Reprodução/IMDb

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