A Festa de Formatura (The Prom, 2020) acompanha Dee Dee Allen (Meryl Streep), uma estrela da Broadway acostumada com o glamour e a fama. Quando seu mais novo espetáculo recebe uma avaliação extremamente negativa de um importante jornal, ela e Barry Glickman (James Corden), seu parceiro em cena, ficam chocados ao descobrir que o motivo é sua arrogância e egocentrismo.
Eles percebem que precisam mudar sua imagem pública e, com a ajuda de outros colegas de palco que estão passando por dificuldades, decidem ajudar uma jovem lésbica do conservador estado de Indiana.
Emma Nolan (Jo Ellen Pellman) queria levar sua namorada para sua festa de formatura, mas a Associação de Pais e Mestres (APM) da escola considerou isso uma violação de suas regras de conduta e um desrespeito aos valores da cidade. Como eles enfrentariam um enorme processo se a impedissem de participar do evento, a APM lida com o problema de forma ainda mais dramática: cancelando a festa de formatura para todos os alunos.
Baseado na peça de mesmo nome, A Festa de Formatura não tem medo de mostrar suas origens. Em diversos momentos do longa podemos notar a influência do teatro, e não apenas durante as músicas. Não há dúvidas de que o filme é um musical: já nos primeiros 15 minutos a audiência tem a experiência de ver Meryl Streep dançando e cantando três vezes. Tais cenas musicais estão perfeitamente integradas na história, muitas vezes entrando no lugar de um diálogo entre os personagens.
Não seria difícil de imaginar que a situação em que Emma se encontra não passa de ficção, no máximo um exagero da realidade. Porém, casos como o da menina transgênero que foi excluída de uma atividade de simulação de tiroteio são relativamente recentes.
O filme expõe de maneira clara como pessoas homofóbicas agem de maneira irracional e antiquada, enquanto também mostra que é possível mudar. Porém, não é função das pessoas LGBTQ+ educar e perdoar aqueles que as machucaram.
Diversos momentos de A Festa de Formatura têm o potencial de emocionar seus telespectadores, especialmente os LGBTQ+. A canção Unruly Heart, cantada por Emma, captura a experiência de grande parte da comunidade e explica perfeitamente porque o Orgulho recebe esse nome.
Apesar de todos os pontos positivos, o filme foca muito na mensagem “amor é amor”, que, apesar de extremamente importante, continua sendo a única retratada em produções do gênero, deixando a luta transgênero de lado.
A Festa de Formatura consegue divertir e emocionar, tanto com a luta de Emma, quanto com a trajetória das divas dos palcos em tentarem ser pessoas melhores. Em dois atos, o diretor Ryan Murphy transporta a audiência diretamente para a Broadway.
O longa já está disponível para os assinantes da Netflix. Confira o trailer:
*Imagem de capa: Reprodução/Netflix