A Festa de Formatura (The Prom, 2020) acompanha Dee Dee Allen (Meryl Streep), uma estrela da Broadway acostumada com o glamour e a fama. Quando seu mais novo espetáculo recebe uma avaliação extremamente negativa de um importante jornal, ela e Barry Glickman (James Corden), seu parceiro em cena, ficam chocados ao descobrir que o motivo é sua arrogância e egocentrismo.
Eles percebem que precisam mudar sua imagem pública e, com a ajuda de outros colegas de palco que estão passando por dificuldades, decidem ajudar uma jovem lésbica do conservador estado de Indiana.
![Da esquerda para a direita: Andrew Rannells como Trent Oliver, James Corden como Barry Glickman, Meryl Streep como Dee Dee Allen e Nicole Kidman como Angie Dickinson em cena de A Festa de Formatura. [Imagem: Reprodução/Netflix]](http://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Prom-Imagem-Reproducao-Netflix.png)
Emma Nolan (Jo Ellen Pellman) queria levar sua namorada para sua festa de formatura, mas a Associação de Pais e Mestres (APM) da escola considerou isso uma violação de suas regras de conduta e um desrespeito aos valores da cidade. Como eles enfrentariam um enorme processo se a impedissem de participar do evento, a APM lida com o problema de forma ainda mais dramática: cancelando a festa de formatura para todos os alunos.
Baseado na peça de mesmo nome, A Festa de Formatura não tem medo de mostrar suas origens. Em diversos momentos do longa podemos notar a influência do teatro, e não apenas durante as músicas. Não há dúvidas de que o filme é um musical: já nos primeiros 15 minutos a audiência tem a experiência de ver Meryl Streep dançando e cantando três vezes. Tais cenas musicais estão perfeitamente integradas na história, muitas vezes entrando no lugar de um diálogo entre os personagens.
![Angie e Emma conversando em seu quarto em cena de A Festa de Formatura. [Imagem: Reprodução/Netflix]](http://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Angie-e-Emma-de-Prom-Imagem-Reproducao-Netflix.png)
Não seria difícil de imaginar que a situação em que Emma se encontra não passa de ficção, no máximo um exagero da realidade. Porém, casos como o da menina transgênero que foi excluída de uma atividade de simulação de tiroteio são relativamente recentes.
O filme expõe de maneira clara como pessoas homofóbicas agem de maneira irracional e antiquada, enquanto também mostra que é possível mudar. Porém, não é função das pessoas LGBTQ+ educar e perdoar aqueles que as machucaram.
Diversos momentos de A Festa de Formatura têm o potencial de emocionar seus telespectadores, especialmente os LGBTQ+. A canção Unruly Heart, cantada por Emma, captura a experiência de grande parte da comunidade e explica perfeitamente porque o Orgulho recebe esse nome.
![Emma e sua namorada Alyssa (Ariana DeBose). Na cena, as duas, em pé, se abraçam na formatura. [Imagem: Reprodução/Netflix]](http://jornalismojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/12/Emma-e-sua-namorada-Alyssa-de-Prom-Imagem-Reproducao-Netflix.png)
Apesar de todos os pontos positivos, o filme foca muito na mensagem “amor é amor”, que, apesar de extremamente importante, continua sendo a única retratada em produções do gênero, deixando a luta transgênero de lado.
A Festa de Formatura consegue divertir e emocionar, tanto com a luta de Emma, quanto com a trajetória das divas dos palcos em tentarem ser pessoas melhores. Em dois atos, o diretor Ryan Murphy transporta a audiência diretamente para a Broadway.
O longa já está disponível para os assinantes da Netflix. Confira o trailer:
*Imagem de capa: Reprodução/Netflix