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A nova Segunda Guerra Mundial

por Fábio Manzano frmanzano1@gmail.com O filme Bastardos Inglórios (Inglourious Bastards, 2009), um dos mais recentes do diretor estadunidense Quentin Tarantino, já se tornou um clássico aos fãs da forma já consagrada do artista: a banalização da morte e da violência que já acompanha seus trabalhos desde o amador My Best Friend’s Birthday (idem, 1987) até …

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por Fábio Manzano
frmanzano1@gmail.com

O filme Bastardos Inglórios (Inglourious Bastards, 2009), um dos mais recentes do diretor estadunidense Quentin Tarantino, já se tornou um clássico aos fãs da forma já consagrada do artista: a banalização da morte e da violência que já acompanha seus trabalhos desde o amador My Best Friend’s Birthday (idem, 1987) até o atual indicado ao Oscar, Django Livre (Django Unchained, 2012).

A história do grupo de extermínio anti-nazista (o Bastardos Inglórios) durante a segunda guerra toma ares cômicos em sua aproximação estética a um desenho de história em quadrinhos – escolha talvez acompanhada de uma necessidade do diretor de aliviar a tensão desta temática. A fuga ao cômico foi, além de proposital, necessária para toda a produção.

Ao desenrolar da trama estão presentes extensas cenas de diálogos que trabalham para o desenvolvimento da tensão até o momento em que são interrompidas por cenas de extrema violência.

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Brad Pitt encarna o papel do líder deste grupo anti-nazista em uma atuação caricata e exagerada. Christoph Waltz, entretanto, sabe medir a comicidade e a tensão de sua personagem despertando uma relação de amor e ódio do espectador em seu oficial nazista – os diálogos são irônicos e cheios de angústia, mas ainda assim tornam-se geniais em sua criatividade e sadismo.

Uma opção do diretor para que o filme não se tornasse uma tragicomédia histórica foi realmente assumir o caráter pastelão de suas cenas e apresentar as figuras de autoridade do governo nazista como caricatas e ridículas – sem algum compromisso com a realidade, com tipos próprios de filmes como os três patetas.

Film Title: INGLOURIOUS BASTERDS

A trilha sonora tem grande função neste filme com o rompimento das cenas. Há sempre a necessidade de trazer algo oposto àquilo que é apresentado, como uma digressão – o rock muitas vezes é escolhido para preencher as cenas, nesta descontrução da verossimilhança histórica.

Mélanie Laurent consegue realizar a proeza de deixar a plateia sem ar na cena em que encara seu algoz e responsável pela morte de sua família estando disfarçada como dona do cinema escolhido para a exibição do filme-propaganda O Orgulho da Nação.

Uma falha que deve ser apontada é a intromissão de um narrador que não traz nada à trama. Sua presença poderia passar por despercebida já que seus comentários, além de não serem frequentes, não são indispensáveis – talvez uma marca autoral que em nada altera o desenrolar da trama.

A construção da película segue um padrão quase literário. É um romance sendo encenado, com suas divisões em “capítulos” (cujas explicações são totalmente irrelevantes quando apresentadas em um filme e acabam por estragando o suspense das cenas que vêm a seguir).

Como é típico do diretor, o filme não deixa de exibir extensas cenas de tiroteios e muito sangue. Sequências em que não se consegue nem definir quem é o alvo ou o atirador, provocam confusão em quem assiste e torna-se um “jorrar de sangue” sem fim.

Ao final do filme, no momento do anticlimax, é apresentada uma sequência que confere grande força à personagem de Mélanie Laurent em sua preparação para o atentado no cinema – e felizmente resgata a linha da narrativa que já se perdia nos conflitos dos Bastardos.

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A sequência final do incêndio no cinema encerra de maneira condizente com o tom definido pelo diretor desde o início do filme e traz um final bastante peculiar para este entrave histórico.

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