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‘América Armada’: um recorte do Estado de guerra contra a pobreza

“A polícia brasileira é a força de segurança mais letal do mundo e mata, em média, 16 pessoas por dia”; “ao longo de 50 anos, conflitos armados na Colômbia levaram à morte e ao deslocamento forçado de milhões de pessoas. Milhares de colombianos ainda buscam seus familiares desaparecidos”; “desde o início do século 21, mais …

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A polícia brasileira é a força de segurança mais letal do mundo e mata, em média, 16 pessoas por dia”; “ao longo de 50 anos, conflitos armados na Colômbia levaram à morte e ao deslocamento forçado de milhões de pessoas. Milhares de colombianos ainda buscam seus familiares desaparecidos”; “desde o início do século 21, mais de 250 mil pessoas morreram no México por causa da violência ligada ao narcotráfico”. 

Esses letreiros passados ao longo do documentário brasileiro América Armada (2018), dirigido por Pedro Asbeg (Democracia em Preto e Branco e Geraldinos) e Alice Lanari (uma das produtoras associadas de Democracia em Vertigem), denuncia a violência produzida e conduzida por governos eleitos contra o crime no Brasil, México e Colômbia, que se utilizam do slogan de combate à violência armada para perpetuá-la sobre a população mais vulnerável socioeconomicamente, aprofundando seus “bolsões” de pobreza.

 

As milícias cariocas são abordadas em América Armada.
A expansão das milícias nas comunidades do Rio de Janeiro, Brasil. De acordo com o projeto Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, as milícias controlam 25,5% dos bairros da capital, totalizando 57,5% da sua superfície territorial e 33,1% da população carioca. [Imagem: Divulgação/Gaivota Studio e Palmares Produções]
Ao longo dos 90 minutos do documentário América Armada, o espectador se depara com três figuras centrais que vivem e retratam as violências diárias sofridas por parte das populações mais pobres da América Latina.

Raull Santiago, ativista nascido no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, representa a violência produzida pelas forças de segurança do estado, responsável por um extenso histórico de crianças assassinadas nas favelas. Para isso, ele usa seu celular para transmitir, ao vivo,  ações de abuso por parte da polícia nas comunidades. A colombiana e ativista Teresita Gaviria, que teve seu filho assassinado há 18 anos, fala acerca do grupo Madres de La Candelária, conduzido por mulheres que até hoje buscam saber o paradeiro de seus filhos e filhas desaparecidos em conflitos armados na capital colombiana. Por fim,  Heriberto Paredes, jornalista mexicano, relata sobre as ameças de morte que recebe continuamente de narcotraficantes por denunciar a luta por sobrevivência da população nativa que se utilizam de armas para se protegerem e manterem o direito sob seu território, frente a um Estado de direito não assegurado pelas autoridades do país.

 

O documentário América Armada mostra a violência que aflige a Colômbia.
Homens desaparecidos na Colômbia. [Imagem: Divulgação/Gaivota Studio e Palmares Produções]
A filmagem do documentário, feita nos três países, conta com imagens e gravações que retratam, com fidelidade, a série de violências cometidas nessas regiões da América Latina e proporciona uma reflexão do cotidiano, das políticas estatais e dos corpos que são expostos a toda brutalidade gerada pela falta de um Estado que cumpra com seus deveres de proteger e assegurar o direito à vida. 

O documentário questiona a violência constantemente normalizada por aqueles que não a sofrem, afinal direcionada com endereço e perfil social. América Armada é a tese perfeita para entender o movimento das autodefesas no México, da violência promovida pela expansão das milícias no Brasil e da busca incessante das mães pelos seus filhos e filhas na Colômbia. Os três países apresentam realidades espelhadas entre si.

O documentário América Armada estreia no dia 11 de março de 2021 no NOW, Vivo Play e Oi Play. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Divulgação/Gaivota Studio e Palmares Produções

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