por Joana Darc Leal
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Quando falamos em premiações relacionadas ao mundo do cinema é inevitável não pensarmos logo no Oscar, o grande festival cinematográfico norte-americano que premia as principais produções do ano, e conta com o agito do tapete vermelho e a presença das principais estrelas de Holywood.
Porém, há outros importantes festivais que também se destinam a fazer premiações ao mundo do cinema, e um deles é o Festival de Cannes. Com um estilo diferente do Oscar, menos badalações e um tanto quanto Cult, o evento se faz notável não apenas por premiar, como também por promover filmes do mundo inteiro.
O festival acontece todos os anos durante o mês de maio na cidade francesa de Cannes. Sua primeira edição aconteceu em 1946 e foi concebida por Jean Zay, que propôs a criação de um festival cinematográfico de nível internacional, pois estava chocado com a seleção de filmes dos governos fascistas para a mostra de Veneza. Segundo Jean Zay os filmes disseminavam as ideias fascistas e não tinham nada a oferecer.
No ano de 1955 o comitê organizador introduziu a Palma de Ouro como prêmio principal do evento, antes disso o prêmio era conhecido como Grand Prix de Festival International du Film.
A Palma de Ouro é entregue ao filme eleito como o melhor do festival, e a escolha anual é feita por um júri composto por profissionais internacionais ligados ao cinema. E, assim como pensou Jean Zay em sua ideia original, participam da seleção filmes de todas as partes do mundo.
O prêmio foi atribuído pela primeira vez ao filme norte-americano Marty, de Delbert Mann. Vale ressaltar a estética diferenciada do prêmio, o desenho atual foi feito pela desenhista Caroline Scheuflle-Gruosi, e é usado desde 1997.
O único filme brasileiro premiado com a Palma de Ouro foi O Pagador de Promessas, do ano de 1962, e dirigido por Anselmo Duarte.
A última edição do festival aconteceu entre os dias 14 e 25 do mês de maio, contou com um júri presidido pelo cineasta Jane Campion, que deu o prêmio máximo para o filme Winter Sleep (ainda sem título em português), do diretor turco Nuri Bielge Clylan.
A premiação anterior, do ano de 2013, entregou a Palma de Ouro ao filme Azul é a Cor Mais Quente (La Vie d Adèle, 2013) filme francês do diretor Abdellatif Kachiche, e teve nessa edição como presidente do júri o renomado cineasta Steven Spielberg.
Há ainda um prêmio simbólico oferecido ao segundo melhor filme do festival, chamado de Grand Prix do Juri. A indicação é feita pelo mesmo júri que escolhe o filme que receberá a Palma de Ouro, é importante não confundí-lo com o Grand Prix du Festival International du Film, nome pelo qual a Palma de Ouro era conhecida até o ano de 1955. Entre as premiações da categoria estão: The Wonders (ainda sem título em português), de 2014, com direção de Alice Rohrwacher; o filme norte- americano Balada de um Homem Comum (Inside Llewyn), do ano de 2013, dirigido por Ethan Coen e Joel Coen; e A Grande Ilusão (Reality), de 2012, de Matteo Garrone.
A curta-metragem também possui espaço na premiação, e o ganhador recebe uma Palma de Ouro feita especialmente para a categoria. Além disso, os curtas-metragens também são premiados pelo Short Corner, que é a área de mercado do Festival de Cannes destinada a divulgação da produção cinematográfica em curta-metragem. Proporcionando assim uma maior chance de seleção em festivais internacionais e de comercialização das produções. Vale lembrar que os curtas-metragens possuem um júri próprio que os avaliam e classificam.
O festival possui também as chamadas selecções não competitivas, em que filmes que não participam da competição são expostos na mostra, nessa categoria participam as produções classificadas no festival como “filmes-eventos”, devido a sua importância e por terem marcado o ano no cinema. Vale lembrar que o festival de Cannes não recebe apenas os maiores artistas do cinema, mas também talentos emergentes.
Essas são algumas das características dessa tão importante premiação para o cinema de todo o mundo, que vem até hoje mantendo sua missão inicial: celebrar a 7ª arte a nível internacional.