No sábado (10/12), França e Inglaterra se enfrentaram no Al Bayt Stadium pelas quartas de final da Copa do Mundo de 2022. Num jogo extremamente disputado, as atuações dos goleiros e dos artilheiros das duas seleções foram as protagonistas da partida, que resultou na vitória da França por 2 a 1.
Os franceses chegaram confiantes para a partida. Após a classificação em primeiro lugar pelo grupo D, Les Bleus venceram a Polônia com tranquilidade e são considerados os principais favoritos ao tricampeonato, especialmente após a eliminação do Brasil. A equipe foi organizada pelo técnico Deschamps num esquema 4-2-3-1: o capitão Lloris; Theo Hernandez, Upamecano, Varane e Koundé; Rabiot e Tchouaméni; Mbappé, Griezmann, Dembele e Giroud.
A Inglaterra teve trajetória semelhante: classificação em primeiro lugar pelo grupo B e vitória diante de Senegal nas oitavas. Os ingleses de Southgate entraram em campo na formação 4-3-3: Pickford; Shaw, Maguire, Stones e Walker; Bellingham, Rice e Henderson; Phil Foden, o capitão Harry Kane e Saka.
Com essa escalação, Hugo Lloris se tornou o jogador com o maior número de participações em jogos da seleção francesa: 143 partidas, superando Lilian Thuram, campeão mundial em 1998. Na lista também constam os nomes de Olivier Giroud na quarta posição, com 117 partidas, e de Antoine Griezmann na sexta, com 114 partidas.
O trio de arbitragem representou o resquício da presença brasileira no Catar: Wilton Pereira Sampaio e os assistentes Bruno Boschilia e Bruno Pereira foram os responsáveis por apitar o jogo.
Controle de bola inglês e velocidade da França equilibram a partida
Durante os minutos iniciais, era possível observar o que viria a se consolidar como uma partida muito disputada e equilibrada, na qual ambas as seleções demonstraram uma altíssima qualidade técnica e vontade de jogar.
A Inglaterra procurava manter a posse de bola e trabalhar as jogadas desde seu campo de defesa, se opondo à proposta de jogo rápido dos franceses. Porém, a boa marcação da França e a escassez criativa dos ingleses impediam a progressão das jogadas, fazendo com que a maior parte dos passes trocados se concentrassem atrás, no campo defensivo.
A França apostava na roubada de bola e no contra-ataque com rapidez. Griezmann foi o principal responsável por encontrar espaços entre as linhas anglicanas. Como Walker pesou a marcação em Mbappé, Giroud foi o principal jogador acionado para as finalizações. Foi assim que Les Bleus levaram muito perigo à meta de Pickford.
Aos 15’, Upamecano aproveitou uma bola quase na linha de fundo do ataque inglês e avançou com velocidade. Mbappé tentou avançar e desestabilizou a defesa inglesa, mas a bola foi recuada para os pés de Griezmann. Dele, Tchouaméni recebeu para chutar de fora da grande área e abrir o placar, aos 17’. Ao percorrer os 26 metros até o gol, a bola chegou a atingir a velocidade de 108 km/h.
Aos 25’, Kane é derrubado na linha da grande área, mas nada é marcado. O VAR então entrou em ação para checar a possibilidade de pênalti, que não se confirmou. O jogo continuou.
Após o gol da França, a Inglaterra passou a chegar com mais intensidade, forçando Lloris a fazer defesas fantásticas. Ainda com dificuldades de se infiltrar na área, passam a rodar a bola mais rapidamente até surgirem oportunidades. Assim, aos 28′, Kane encontrou um espaço, bateu forte e Lloris se esticou para conseguir defender.
O primeiro cartão amarelo da partida veio aos 42’ para Griezmann, após forte entrada para conter o avanço de Walker. Decorridos os 5 minutos de acréscimo, o árbitro apitou o fim da primeira etapa.
Harry Kane e Olivier Giroud: artilheiros e decisivos
A segunda etapa começou eletrizante. Já nos primeiros segundos, Dembelé recebeu um cartão amarelo após uma entrada dura em Bellingham. Único dos ingleses a atuar em liga estrangeira (Jude defende o Borussia Dortmund, time alemão), o jovem fez uma ótima partida e levou muito perigo ao gol de Lloris. Aos 46’, ele deu um forte chute de fora da área, obrigando o goleiro francês a se esticar para conseguir espalmar a bola.
Aos 51’, Tchouaméni derrubou Saka dentro da área e o juiz, de frente para o lance, marcou pênalti. Harry Kane foi para a marca da cal enfrentar Lloris, seu companheiro no Tottenham. O inglês converteu a penalidade com seu jeito característico: um forte chute no canto superior esquerdo, sem chance para a defesa do francês. O gol aos 53’ foi o 53º de Kane pela seleção inglesa, igualando-se a Wayne Rooney como maior goleador da história da Inglaterra.
O jogo tornou-se ainda mais intenso e veloz. Os ingleses passaram a ser mais incisivos. Mesmo assim, a França levava perigo. Aos 76’, Rabiot cruzou para Dembelé, que tocou para Giroud chutar na entrada da pequena área. Pickford, atento, impediu o gol.
Mas com Antoine Griezmann e seu talento, os franceses estavam empenhados em recuperar a vantagem no placar. Aos 77’, um cruzamento de Griezmann encontrou a cabeça de Giroud, o maior artilheiro da história da França. O destino da bola não poderia ser outro: o fundo do gol inglês. Les Blues estavam novamente à frente no marcador, 2 a 1.
Com as duas assistências na partida, Griezmann atingiu a marca de 28, tornando-se o maior garçom da história da França. O feito lhe rendeu uma homenagem após o jogo, quando recebeu uma camisa com o número 28.
As primeiras mudanças nas equipes foram feitas aos 79’. A única substituição francesa em todo o jogo foi a de Dembelé por Coman. Já os ingleses tiveram Mason Mount e Sterling no lugar de Henderson e Saka, respectivamente.
Em seu primeiro minuto em campo, Mason Mount foi empurrado pelas costas por Theo Hernandez dentro da área. O VAR foi acionado e Wilton Pereira Sampaio decidiu amarelar Theo e marcar o pênalti.
Harry Kane dirigiu-se novamente à marca da cal com a responsabilidade de igualar o placar. Porém, não repetiu o feito. Na tentativa de bater de maneira semelhante à primeira cobrança, Kane acabou isolando a bola. O jogo permaneceu 2 a 1.
Os ingleses passaram a lutar contra o tempo. Pressionaram, mas não encontraram o caminho para o gol. Foram dados oito minutos de acréscimos. Grealish entrou apenas aos 96′, quando Stones sentiu dores e teve que deixar o campo.
A última bola do jogo foi uma cobrança de falta para os ingleses, na entrada da grande área. Rashford chuta forte, mas a bola sobe demais e atinge a parte superior da rede do gol, por fora. O apito de Wilton Pereira Sampaio garantiu a vaga da França na semifinal da Copa do Mundo.
A seguir
A França enfrenta a seleção de Marrocos na quarta-feira (14/12), às 16h. Se vencer, a atual campeã do mundo disputará a final contra o vencedor do confronto entre Argentina e Croácia no domingo (18/12), às 12h. Caso perca, a disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo será no sábado (17/12), também às 12h.